LAMPIÃO CONTRA O MATA
SETE (VI)
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de julho de 2012.
Crônica Nº 814
Tenente José Joaquim Grande |
É
sempre difícil
falar nossas opiniões sobre o pensamento dos grandes sobre qualquer assunto.
Oscar Niemeyer, por exemplo, foi autor de prédios famosos, alguns feios, outros
sem ventilação. Mas quem ousa criticar o mestre, como vi em certa revista? Mas também
já vi críticas sobre teses absurdas de um grande do cangaço, no próprio espaço virtual
dedicado ao tema. Bem, quem escreve é formador de opiniões, cabe aos leitores,
como nós aceitar ou não. Com as melhores das intenções, com seu trabalho
exaustivo, sério e de fôlego, Arquimedes deixa ao leitor alguns ganchos que não
comprometem sua obra. O assunto é vasto e nem sempre o autor dispõe de outras
fontes para confronto. Pag. 129: Água Branca, Alagoas, não pertence à região do
Pajeú. Págs. 150, 151 e 152: Excelente sobre Frederico Bezerra Maciel. Pag.
228: O peitica também é uma ave do interior (Empidonomus varius) parecido com o
Bem-te-vi. Seu canto é considerado de mau augúrio. Págs. 252, 253: Faltando
entre os quatro mais importantes combates, o primeiro de Poço Branco, quando
Virgolino se firmou para o cangaço. Houve um segundo combate de Poço Branco,
logo após o assalto a Água Branca (ver depois detalhes: “Lampião em Alagoas”). Pag. 277:
Ótimo, dignidade do tenente alagoano José Joaquim Grande, ao resguardar
Volta Seca, mas, Pag. 351, sobre o mesmo tenente, o contrário? O tenente era homem de toda a confiança do comando. Pag. 430: Se os
seguidores de Bezerra naquela noite de 27 de julho de 1938, não fossem
destemidos, não teriam passado a noite enfrentando o frio terrível e o escuro
para enfrentarem o bandido Lampião. Sobre as imundícies praticadas por Panta e
outros, é outra coisa: abomináveis. Pag. 445: Nunca vi uma fotografia de Lídia
para afirmar que ela era mesmo a mais bonita, pois, pelas fotos vistas, somente
“bonita” era o apelido de Maria de Lampião. Aliás, beleza é questão particular
de cada um. Pag. 453: O grande e excelente Costa incorporou tanto o tema
cangaço, dá inúmeros títulos a Lampião e chega ao absurdo de chamá-lo Herói
Nacional, (talvez um Caxias, um Tiradentes, um Plácido de Castro...) essa, com toda
vênia, não engulo nem com manteiga. Pag. 455: Foram chefes de Virgolino:
Matilde, os Porcino e só depois Sinhô, quando veio o apelido Lampião. Pag. 463:
Tentando diminuir o mérito de José Rufino em cercar um paralítico. Quem já viu
cobra cascavel paralítica sem veneno? Pag. 484: Lampião, Justiça de Deus: Um
absurdo maior do que o paralítico. Essa opinião nem com manteiga e iogurte.
Não sou vaqueiro do cangaço,
não sou associado ao movimento, não sou escritor e pesquisador do cangaço,
propriamente dito, sou apenas um leitor exigente e como leitor, não me pode ser
negado o direito de opinar, certo ou errado. Sobre a parte relativa à Maria
Bonita, preferi apenas ler as palavras do Dr. Pedro de Morais, nas citações de
Archimedes, bem como os veementes protestos de defesa.
Sobre ridículos, pequenos,
médios e grandes escritores do cangaço: Muitos
querem colocar Lampião no céu; poucos enfiá-lo
no inferno; e pouquíssimos enquadrá-lo
no purgatório.
Encerro aqui os meus trabalhos
de uma série de seis crônicas sobre a obra de Marques, agradecendo a paciência
dos leitores e a confiança do autor. Desejo todo o sucesso do mundo ao pesquisador,
delegado, advogado e novo escritor desse tema complexo e de borracha que se chama
cangaço. Almejamos, meu amigo Archimedes Marques, outros livros seus na praça,
tão bons e gostosos de leitura quanto “Lampião
contra o Mata Sete”. Parabéns.
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http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2012/07/lampiao-contra-o-mata-sete-vi.html
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