Coronel José Lucena Albuquerque Maranhão |
LAMPIÃO CONTRA O MATA
SETE (IV)
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de julho de 2012.
Crônica Nº 812
Muitas coisas foram ditas
sobre José Lucena de Albuquerque Maranhão em nosso livro “O boi, a bota e a batina: história completa de Santana do Ipanema” que
ficou para o ano para novas inclusões e por ter cinco outros livros na fila,
antes dele. Lucena também está amplamente no livro “Lampião em Alagoas” que, pelos preparativos de lançamento, não vai
dar para o dia vinte e oito deste mês, como prevíamos, ficando talvez para
agosto. Uma crônica só é pouco para nossas observações sobre o Capítulo 8 do
livro “Lampião contra o Mata Sete”, mas tentaremos pelo menos com reduzidas
palavras afirmar posições. Desde 1918 que o sargento Lucena lutava na Zona da
Mata Alagoana e no Alto Sertão, época em que a Família Ferreira veio morar em
Alagoas. Lutou contra bandos de cangaceiros, inclusive o dos Porcino que foram
chefe de Lampião. Aliás, Lampião não foi somente chefiado por Sinhô. Ele teve
três chefes, pela ordem: Matilde, os Porcino e depois Sinhô Pereira. No caso da
morte de José, está claro em “Lampião em
Alagoas”. Lucena estava em busca do criminoso Luís Fragoso, cercou sua
casa, sem resistência, morrendo aí, por infelicidade, José Ferreira, durante a
invasão, pelo instinto de cão do soldado Caiçara, o assassino. Lucena
esbravejou contra Caiçara, mas como comandante da pequena força, assumiu o ato
do soldado. Quanto à morte do oficial de que fala o Capítulo 8, de “Lampião contra o Mata Sete”, também está
escrito de forma inédita detalhadamente, em “Lampião
em Alagoas”. O oficial tentara assassiná-lo na noite de escuro, anterior.
Chamado para esclarecimento o tenente Porfírio desafiou o comandante e não quis
atender o seu pedido por duas vezes, o que Lucena para não ficar desmoralizado
mandou que dois soldados que foram chamar o oficial o trouxessem vivo ou morto.
Porfírio preferiu ir morto. (Aguarde
“Lampião em Alagoas”).
Em
relação
à morte do coronel José Rodrigues de Lima, Lucena havia sido emboscado no
município de Água Branca quando morreu o capitão Eutíquio Rafhael de Medeiros.
Essa emboscada foi atribuída a Zé Rodrigues. Naquele tempo − o companheiro
Archimedes sabe que era assim − ou um ou outro. Lucena até demorou com a
vingança. (Detalhes no mesmo livro acima).
Em 1936, com a criação do 2º Batalhão de Polícia de Alagoas e sua instalação em
Santana do Ipanema, Lucena torna-se o seu primeiro comandante. O batalhão passa
a ser a sede de todas as forças volantes distribuídas estrategicamente no
semiárido. São frases do conhecido comandante João Bezerra “Como dei cabo de Lampião” (...) “S.S.
sempre possuía dados importantes. Trabalhador valoroso, não se descuidava de um
só instante de pesquisar por todos os meios ao seu alcance dos paradeiros dos
grupos assassinos”.
(...) esse valente
militar dava ordens à distância e nunca perdia o contato com os seus
comandados, auxiliando-os constantemente por todos os meios, ora com avisos,
informações escritas, por portadores e telegramas quando possível, ora fiscalizando
as marchas através das caatingas, animando, estimulando e orientando os
comandados que surpreendia em toda parte com a sua agradável presença de chefe
destemeroso.
Ainda Bezerra (1983, p. 177): O coronel Lucena nunca vacilou para dar ordens enérgicas sempre que
o interesse da campanha o exigisse. A confiança que tinha em si mesmo, a sua fé
e a sua coragem aliadas à expectativa feliz de êxito nas diligências, se
irradiavam sobre os seus comandados, estimulando-os a imitá-lo na esperança da
vitória.
Foi Theodoreto quem sugeriu a criação do 2º
Batalhão de Polícia com sede em Santana do Ipanema. O comando seria entregue ao
major José Lucena de Albuquerque Maranhão, oficial reconhecidamente destemido e
experimentado nas lutas cangaceiras. Sobre ele fala o santanense sargento Oscar
Silva, seu comandado, depois escritor de conceito, em “Fruta de Palma”:
(...) sob
o comando de um homem de cultura limitada, mas de inteligência rara e férreo
espírito de disciplina: o major José Lucena de Albuquerque Maranhão (...).
(...)
senso de intransigente cumpridor da Lei e da Ordem. Era um amigo incondicional
dos comandados, ao mesmo tempo, um intransigente adversário de qualquer deles,
conforme a adaptação ou não dos subordinados à sua maneira de comando.
(Continuação e conclusão
amanhã, sobre Lucena e Capítulo 8 de “Lampião
contra o Mata Sete”).
Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2012/07/lampiao-contra-o-mata-sete-iv.html
Gostaria de acrescentar para um melhor entendimento sobre a bravura, a coragem e a grande capacidade de comando do cel. José Lucena de Albuquerque Maranhão, que o mesmo é descendente do primeiro brasileiro que comandou uma esquadra naval cujo resultado foi a retomada das mãos dos invasôres franceses do Pará, do Maranhão e da Amazônia para coroa portuguesa, na memorável batalha de guaxanduba além de ter fundado a cidade de São Luiz.
ResponderExcluirMinha mãe tem uma foto do Cel José Lucena, ele era primo do pai do meu avo
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