RELEVO SANTANENSE
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de julho de 2012.
Crônica Nº 818
CAPA DE LIVRO |
O
relevo (inédito)
de Santana do Ipanema está descrito no livro “Santana do Ipanema, Alagoas; conhecimentos gerais do município”, lançado
um pouco antes do outro paradidático “Ipanema,
um rio macho”. Com reprodução proibida sem autorização do autor, o relevo
do município está assim descrito:
A
primeira porção
compreende os contrafortes do planalto da Borborema com elevações denominadas
serras, parte do “Maciço de Santana do Ipanema”. Vistas de longe, essas
montanhas parecem muralhas barrando as fronteiras com o município de Poço das
Trincheiras e Pernambuco. Entretanto, intercalando a sucessão dos elevados no
sentido noroeste-nordeste, surgem espaços em forma de boqueirões, permitindo a
suavidade do terreno. Serpentear de riachos da mesma vertente vai desembocar no
captor de toda a bacia do rio Ipanema. Esse maciço desgastado pelos agentes
externos vai recebendo denominações locais dentro do município: serras do
Caracol, Pau Ferro, Gugi, Camonga, Macacos, Poço e outras elevações menores.
Esses elevados com nomes de serras possuem altitudes respeitáveis para a
região, como a Camonga, Gugi e Poço, com muito mais de 500 metros. O relevo
serrano de Santana do Ipanema é rico em olhos d’água, boqueirões, vales e
grotões. Sustenta umidade a barlavento e motiva chuvas orográficas ao longo do
maciço. A serra do Poço apresenta cicatriz de tromba d’água na vertente sul,
voltada para os sítios Pé de Serra e Marcela, ocorrida nos primórdios do
município. A intensidade do desmatamento é contínua e visível ao longo de toda
a cadeia, o que vem prejudicando seus mananciais. O pedregulho do extenso
desgaste rochoso vai se acumulando nos sopés, entulhando córregos da periferia
com a lixiviação das chuvas torrenciais.
A
segunda porção, Pediplano
Sertanejo, são terras planas e onduladas com as colinas entrecortadas de rios e
riachos, semeadas de serrotes, cadeia de montanha ou montanhas isoladas
residuais. As elevações maiores são chamadas popularmente de serras e, as
menores, de serrotes, no campo e mesmo as que circundam o núcleo urbano.
Essa segunda porção do
relevo espraia-se em forma de leque dos sopés do Maciço em direção ao rio São
Francisco. As serras em cadeias no meio do pediplano são mais altas do que as
serras isoladas, mas não chegam à altitude anterior. Entretanto algumas surpreendem em altura como
a serra da Lagoa e do Cabeça Vermelha, entre Santana do Ipanema e o povoado
Areias Brancas. São formações que também formam olhos d’água nos cimos e nos
sopés. Serras e serrotes, bem como riachos e lagoas, são pontos de referência
importantíssimos no município em estudo. Além das serras citadas acima, surgem
às elevações em torno da sede municipal como o serrote do Gonçalinho e ─
seguindo à direita até fechar com ele ─ os do Cruzeiro e Pintado; serras:
Aguda, Remetedeira, Poço, Camonga e Macacos. As demais elevações do pediplano
são serrotes que também batizam os sítios: serrotes do Amparo, Angicos, Bois,
Brás, França, Pintado, Serrotinho e Severiano.
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O autor também é Especialista em
Geografia e História.
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