FIM DE ANO   Clerisvaldo B. Chagas, 19 outubro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.298     Novamente vou ao...

 

FIM DE ANO

 Clerisvaldo B. Chagas, 19 outubro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.298

 



 

Novamente vou ao amanhecer olhar a parte do mundo que pode ser vista. A craibeira, alta, frondosa e bela da antiga escola Professora Helena Braga das Chagas, apresenta-se enfeitada com suas flores amarelas no preparo caprichado aguardando o Natal. O Sol chegou risonho, dourou a nossa rua e deu coragem para o cafezinho com a crônica do dia. E eu olho no calendário de parede o dia 19 de outubro e a recordação bate sobre calendário e folhinha. Esse mesmo que eu estou olhando é de uma casa comercial famosa de Maceió. Cada mês é representado por uma folha, números grandes entre o azul e o vermelho. Já nem pensava que ainda existisse esses tipos impressos. Antes, ganhávamos das casas comerciais o calendário de parede, também chamado pelo povo de “bloco” ou “folhinha”.

“Folhinha” na verdade era um calendário que a igreja vendia com a imagem do Sagrado Coração de Jesus. Cada folha, pequena e fina, representava um dia. No verso havia uma verdadeira universidade de informações. E se dizia: “menino, vá a Igreja, compre uma folhinha do Sagrado Coração de Jesus”. E o nome “folhinha representava todas as folhas desse calendário também de parede e diário. E se o calendário de parede era vendido na Igreja, algumas casas comerciais davam ao cliente essa cortesia de fim de ano. Somente depois, surgiu o calendário pequeno, de bolso, que todos nós fazíamos questão de conduzi-lo no bolso da camisa. Mas havia também o almanaque. E que eu me lembre, só a Farmácia Vera Cruz, do senhor Alberto Nepomuceno Agra, oferecia.

O penúltimo modo que surgiu o calendário, foi em forma de utilitário para birô de escritório. Esta, geralmente tinha origem nas casas de créditos. E por último surgiu o calendário eletrônico na forma em que o conhecemos, muito usado em celulares e computadores. Quanto a “Folhinha do Sagrado Coração de Jesus”, fazíamos questão de ser o primeiro da casa, a arrancá-la do volume, logo pela manhã, olhar os santos do dia e se deleitar com as magníficas informações do verso. E se fôssemos falar sobre a evolução dos relógios, pouca diferença haveria. Está aqui, ele no meu birô, acompanhando o desenrolar dessa crônica cotidiana. Sempre amigo relógio.



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