quinta-feira, 10 de março de 2011

SE KHADAFHI NÃO CAIR

    SE KHADAFHI NÃO CAIR
(Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2011).

Pelo caminho mais perto
Do ditador africano
Um esforço sobre-humano
Vai chegando a céu aberto
Canhões varrendo o deserto
Povoados a ruir
Cova rasa a se abrir
Sob bombas e porfia
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair

Nos levantes populares
Bem longe de água e mangue
Coragem se junta ao sangue
Aviões deixam os hangares
São bombas riscando os ares
Refugiado a partir
Milhões de bala a sair
Da metralhadora guia
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair

Facões vibram vibra o aço
No pescoço peregrino
Da areia brota um hino
Do velho corpo o bagaço
Das entranhas é só mormaço
Fervilhante do porvir
Frases roucas a rugir
Quais leões à luz do dia
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair

Rasgam-se véus e turbantes
Nas investidas ferozes
O cerco espinha os algozes
Nos areais escaldantes
Beduínos triunfantes
Brancos sabres a luzir
Negra fumaça a cobrir
A fúria da infantaria
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair

Sobem vozes nas tribunas
Cruzam balas pelas ruas
As palavras estão nuas
O sangue escorre nas dunas
Golpes golpes tais bordunas
Somente a morte a sorrir
Uma nação a sentir
O peso da tirania
No inferno é alegria
Se Khadhafi não cair

Tremula o verde estandarte
Na força do vento quente
Com o guiso da serpente
Guerreiros marcham com arte
Valentes de parte a parte
Tentando se garantir
O front a reproduzir
Sangue suor covardia
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair

                                             FIM
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ANJOS E DEMÔNIOS


ANJOS E DEMÔNIOS
(Clerisvaldo B. Chagas, 10 de março de 2011).

Vendo o mundo do alto, quatro coisas destacam-se nessa jornada do planeta Terra. Duas boas e duas ruins.
 Uma das coisas boas é a preocupação com a Natureza. Há pouco tempo países ainda relutavam, mas despertaram para a realidade que ameaça a todos nós. Se o problema climático é considerado cíclico, mas a contribuição do homem funciona como potente catalizador. Felizmente os grandes poluidores como a China, deram uma guinada no antigo pensamento retilíneo. Embora ainda não esteja com a velocidade desejada, todos estão fazendo alguma coisa, desde o recolhimento e destino correto do lixo, à geração de energia limpa extraída das mais diferentes fontes.
Uma parte ruim é a que contrasta com a primeira. Movidos pelo desenvolvimento econômico, um movimento armamentista vai-se estabelecendo nos arsenais dos emergentes e no reforço das antigas potências. É o homem caminhando sem largar as duas bandeiras que trouxe das cavernas: a da paz e a da guerra. Construção e destruição. Esse sentimento animalesco ainda mal evoluído prende o ser humano às paixões que originam hecatombes sem vitórias. Quando as bombas atômicas forem usadas, não haverá mais nunca a oportunidade de refazê-las. Dar-se-á o êxodo das almas desse planeta para colônias invisíveis ou para outros planetas melhores ou piores.
Na segunda coisa boa, vem à conscientização amplificada dos blocos econômicos quando a parte social é olhada como saída para a paz. Quando esses blocos, como o MERCOSUL, UE, NAFTA e vários outros espalhados, inclusive na África, apontam o respeito mútuo e o cidadão, individualmente, como prioridade, esses blocos estão desenvolvendo. Isso por que estão saindo do início puramente comercial para uma fase humanitária até de irmandade. Vistos por esse ângulo, os blocos auxiliam a vida.
A segunda coisa ruim são os regimes onde não existe a liberdade individual. Ou manda um só, um grupo pequeno ou um grupão, mas o povo não possui liberdade religiosa, de pensamento, de trabalho, de livre trânsito ou mesmo de planejar a vida. É mero escravo dos dominadores sob os mais diferentes títulos políticos. Aguardamos que a queda desses espíritos de bichos continue em expansão por todos os continentes. O derramamento de sangue vale à pena quando o povo luta contra a opressão. Liberdade não tem preço.
É essa uma visão rápida e geral sobre o nosso planeta. O leigo não percebe, mas estar havendo uma transformação geral, cujo assentamento ainda levará certo tempo, assim como os chamados nas ruas “freios de arrumação”. Não vamos ser pessimistas para não assustar, nem otimistas para não cair na ingenuidade. O homem é ao mesmo tempo nas suas ações florísticas e catastróficas, seu próprio anjo, seu próprio demônio. Ah! ANJOS E DEMÔNIOS.

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