SE KHADAFHI NÃO CAIR
(Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2011).
Pelo caminho mais perto
Do ditador africano
Um esforço sobre-humano
Vai chegando a céu aberto
Canhões varrendo o deserto
Povoados a ruir
Cova rasa a se abrir
Sob bombas e porfia
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair
Nos levantes populares
Bem longe de água e mangue
Coragem se junta ao sangue
Aviões deixam os hangares
São bombas riscando os ares
Refugiado a partir
Milhões de bala a sair
Da metralhadora guia
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair
Facões vibram vibra o aço
No pescoço peregrino
Da areia brota um hino
Do velho corpo o bagaço
Das entranhas é só mormaço
Fervilhante do porvir
Frases roucas a rugir
Quais leões à luz do dia
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair
Rasgam-se véus e turbantes
Nas investidas ferozes
O cerco espinha os algozes
Nos areais escaldantes
Beduínos triunfantes
Brancos sabres a luzir
Negra fumaça a cobrir
A fúria da infantaria
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair
Sobem vozes nas tribunas
Cruzam balas pelas ruas
As palavras estão nuas
O sangue escorre nas dunas
Golpes golpes tais bordunas
Somente a morte a sorrir
Uma nação a sentir
O peso da tirania
No inferno é alegria
Se Khadhafi não cair
Tremula o verde estandarte
Na força do vento quente
Com o guiso da serpente
Guerreiros marcham com arte
Valentes de parte a parte
Tentando se garantir
O front a reproduzir
Sangue suor covardia
No inferno é alegria
Se Khadafhi não cair
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