BRASIL DO PIBÃO
(Clerisvaldo B. Chagas, 4 de março de 2011).
Não, não minha comadre. A palavra acima não é o que você pensou. Pibão foi apelido dado por um repórter ao referir-se ao nosso extraordinário PIB – Produto Interno Bruto, referente ao ano 2010. O resultado foi tão fantástico que o repórter fez à pergunta a presidenta Dilma, o que ela tinha achado do Pibão. Entendendo na hora e não querendo externar uma alegria doida, Rousseff respondeu apressada que foi bom. O maior resultado do PIB em vinte e quatro anos, quando teve alta de 7,5%. Para nós que sempre acompanhamos o desenrolar do mundo, foi uma alegria tão grande como um gol nosso na Copa do Mundo de Futebol. Com esse resultado, o Brasil passa a ocupar definitivamente um lugar de destaque entre as maiores economias do planeta. Segundo o ministro Mantega, assumimos o sétimo lugar entre as nações, desbancando ─ difícil de acreditar ─ Inglaterra e França; duas nações tradicionais do chamado primeiro mundo, inclusive, a iniciadora da industrialização mundial, Inglaterra. Embora não tenha saído ainda à classificação oficial, ficamos mais ou menos atrás, pela ordem, dos Estados Unidos, China, Japão, Índia, Alemanha e Rússia.
Por coincidência, chega ao Brasil em cima da bucha, o diretor do FMI, Dominique Strauss Kahn, sendo recebido no palácio do Planalto pela Presidenta, em cuja reunião estava presente também o ministro Guido Mantega. Pois até o poderoso pediu para que o Brasil não crescesse tanto. É dia de festa ou não é? Não se pode passar a vida inteira comendo osso. Deve ter sido também de muita felicidade, para o primeiro-ministro de Timor Leste, a nação jovem da Ásia que fala português e veio pedir ajuda em Brasília. Foi nesse clima que Xanana Gusmão com sua comitiva foi recebido nessa quinta (3) e ficará no Brasil até amanhã (5). Assim o Timor veio fazer intercâmbio na Educação, Justiça, Segurança, capacitação de mão de obra, inclusão social, infraestrutura, e convênios na área militar e defesa. É assim que o Brasil vai ampliando sua atuação significativa em todos os continentes. Para o ministro Guido, a notícia dada pelo IBGE deve ter sido a parte do pão que faltava para preenchê-la com sua própria manteiga sempre virada para cima.
Como tudo foi somente alegria nessa quinta-feira passada, o restante parece que vai ser entregue ao Rei Momo, para os rebates das celebrações. Felizmente ou infelizmente, a vida é mesmo assim, uma alternância entre a dor e a felicidade. É bom, entretanto, salientar que a oposição é sempre oposição. Carrega o eterno pessimismo das catacumbas. A oposição sublinhada aqui é a dos indivíduos que não enxergam além das suas amarguras e só distinguem em preto e branco, igualmente a touros de arena. Mesmo nada caindo em nossos bolsos, estamos satisfeitos em apontar o tamanho do gigante. O melhor frevo desse ano será, sem dúvida alguma, no Carnaval do bloco maravilhado BRASIL DO PIBÃO.
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