sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

 

ENTROU A SEMENTEIRA

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.170

 

 



A antiga Estação Experimental Sementeira, da década 1920 e que, segundo conversas, foi transformada em Reserva Ecológica, revolucionou a Agricultura alagoana na época. Tendo como dirigente o agrônomo Otávio Cabral, formado nos Estado Unidos, ali foi implantado o algodão, mostrado novas técnica da Agricultura, a implantação do arado de aiveca, cercas com estacas e arame farpado e tantas e tantas novidades para a época que cerca de 200 cavaleiros do campo, vieram do estado vizinho, município de Águas Belas para uma apreciação formal dessas novidades que influenciaram a Agricultura de todo o Nordeste. Essas informações iniciais vieram a lume pelos escritos do santanense Tadeu Rocha que era filho do coronel Manoel Rodrigues da Rocha.

Mas também havia ali modos de melhorar a raça cavalar da região. A Estação Sementeira foi implantada no sítio Rural Curral do Meio II, no município de Santana do Ipanema, mas ficou tão famosa que passou ser geograficamente chamada pelos campesinos como se fosse um sítio rural independente, e tomou na sua área nome do Curral do Meio. Pois, declaramos ao povo santanense que a Sementeira foi incorporada por nós no mais novo romance deste autor: AREIA GROSSA e é resgatada entre a realidade e a ficção. No mesmo conjunto foram resgatadas outras repartições, inclusive, também como ilustração através de fotos como: O Fomento Agrícola, da Rua São Pedro, a escola Batista Acioly, o famoso Bacurau, também na Rua São Pedro, a igrejinha de São Pedro e a fábrica de calçados do senhor Elias, tudo na Rua São Pedro, além da Perfuratriz que ficava no final da Rua/Rodagem São Paulo.

Portanto, quando você for degustar o romance social AREIA GROSSA, vai ser transportado no tempo para o período santanense entre 1956-1976. E peças humanas, o autor resgatou mais de 60 pessoas que viveram na região vizinha à Rua de José Quirino, hoje, Prof. Enéas. Os personagens protagonistas e o seu entorno, têm cerca de vintes figuras fictícias. O romance e a novela se confundem muito, porém não escrevo novelas, só romances. E só quem escreve conhece bem a diferença entre os dois gêneros.

 

No mais, tudo com antes no mar de Abrantes.

Terra redonda e céu de brigadeiro.

IGREJINHA DE SÃO PEDRO (FOTO: B. CHAGAS).


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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

 

QUIXABEIRA

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.169

 



Uma das árvores mais respeitadas do Sertão é a Quixabeira. Ela é querida por uma porção de benefícios ao homem. Pode crescer até 15 metros de altura, porém, gosta muito de se esgalhar para as laterais. Isso faz com que sua copa, repleta de garranchos – sobretudo na estiagem – forme lugar para abrigo de pessoas e de animais. Produz frutos pequenos de forma grosseiramente oval, adocicados e leitosos. Verdes, arroxeados e pretinhos, são bastante apreciados pelos caprinos. Esses frutos são chamados de quixabas, comestíveis e enjoativos. Em nossa aventura a pé das nascentes à foz do rio Ipanema – o que gerou o livro IPANEMA UM RIO MACHO – e existe uma foto com a equipe acampada sob uma quixabeira, lugar onde foi preparado um almoço.

Sua casca é usada para dores em geral. Ulcera duodenal, gastrite, azia, inflamação crônica, lesão genital, inflamação ovariana, anexite, cólica, problemas renais, problemas cardíacos, diabetes, cicatrização e como expectorante. Essas são informações encontradas em fonte de redes sociais, confirmadas pelos matutos do Sertão que convivem com a árvore. Sempre ouvimos os mais velhos repetirem que quando os soldados, na cadeia, batiam muito nos presos, procuravam depois esconder as marcas das torturas com o uso de jurubeba e cascas de quixabeira. Como falamos no primeiro parágrafo, faz gosto o amigo, a amiga, se deparar com um rebanho de bovinos ou caprinos descansando à sombra da Quixabeira. Parecem um idoso numa cadeira de balança no alpendre de casa.

E para quem não sabe, a vara-de-ferrão, usada pelo carreiro – condutor do carro de boi – é feita de quixabeira, sapecada no fogo. Certamente o caso de “Quixabeira Amargosa”, nome antigo do atual povoado São Félix, município de Santana do Ipanema, tenha sido de alguma anomalia da Natureza, em que os frutos da árvore referência tenham nascidos amargos. Informamos ainda que sua madeira é usada em carpintaria e confecções artesanais. E como você viu, pode ser até que a Quixabeira não seja tão famosa quanto o Mandacaru, quanto o Juazeiro, imortalizados por diversas canções e literaturas nordestinas, mas é mesmo uma das mais queridas árvores da flora da caatinga.

Ainda duvida?

QUIXABEIRA

 

 

 


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