quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

 

PRIMEIRA MÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de fevereiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.183



 

Falo principalmente aos santanenses da terra e aos que estão espalhados pelo Brasil, sobre um detalhe da nossa história tão carente de pesquisadores. Até chegar o ano de 1966, quando chegou água encanada em Santana do Ipanema, todo o serviço de abastecimento do líquido nas residências, era feito através de jumentos com ancoreta de madeira e seu tangedor, chamado Botador d’água.  A água era retirada das cacimbas escavadas no leito seco do rio Ipanema. Mais de cem botadores d’água, prestavam esse serviço em toda a cidade. A água do rio Ipanema era salobra ou  azinhavrada, como disse o escritor Oscar Silva. Quem queria uma água de melhor qualidade pedia que o botador d’água trouxesse água do sítio Marcela, na região do sítio Água Fria, cujas cacimbas no leito do rio, era uma maravilha. Era a preferência dos ricos que podiam pagar melhor.

Nunca vi até hoje ninguém ter escrito quanto custava uma carga d’água, apesar de tantas repetições do que já foi amplamente divulgado. Novamente, venho em PRIMEIRA MÃO dizer aos santanenses que uma carga d’água das cacimbas comuns do rio, custava quinhentos reis. Claro, se fosse duas cargas seria destões, isto é, dez tostões. Mas se fosse uma carga d’água da Marcela, se pagaria dois mil réis, isto é quatro vezes mais. Kkkkkk (Internet). Quer saber a fonte? Acabo de entrevistar o último botador d’água da cidade, com quase 90 anos e hoje, meu historiador oral: Daniel Manoel Filho.

Atualmente, embora não seja amplamente divulgado, existe uma empresa explorando água mineral do sítio Água Fria. Estamos comprando e usando essa água da Marcela, agora industrializada e vinda em garrafões, sem diferença nenhuma de preço de outras águas vindas de outras partes do estado. Agora, cada santanense que viveu a época de água das cacimbas, que tenha a lembrança do seu botador d’água particular. Os da minha casa mesmo não era o que é representado na estátua do jegue. Mas sim os dois irmãos gêmeos Elias e Enoque e o preto de avançada idade, chamado Quixaba e, seu filho.

Ê Sertão!

Orgulho Nordestino.


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terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

 

VISITEI

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de fevereiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.182



 

Você já ouviu falar no livro documentário SANTANA REINO DO COURO E SOLA. O único livro da cidade que fala sobre o auge dos Curtumes, das fabriquetas de calçados, dos sapateiros, dos artesãos do couro e de uma época áurea de Santana do Ipanema, graças a minha vivencia da época e o complemento de muito mais de 50% por do cidadão, Daniel Manoel Filho que no momentos de várias entrevistas a mim concedidas, contava com 84 anos de idade, Um homem que eu só o tinha visto na minha infância e que trabalhou em todos os curtumes de Santana, falando de cátedra o que tem no livro, Um livro de poucas folhas, mas de uma riqueza cultural enorme com detalhes que impressionam e ainda o único sobre esses assuntos. Não existe na cidade uma só palavra impressa a respeito do que abordamos. Livro relíquia.

Pois bem, voltei à casa do senhor Daniel Manoel, para que esse historiador oral, me contasse detalhadamente sobre dois episódios de violências, acontecidos na área do livro e que foram de enormes repercussões na época. Na pesquisa anterior não tive coragem de registrar os dois fatos históricos do Bairro Maniçoba/Bebedouro, mas agora surgiu uma vontade súbita em fazê-lo e fui à casa de Seu Daniel que me detalhou ambos os casos. Estou pensando em inclui-los na próxima edição de SANTANA O REINO DO COURO E DA SOLA, com a narração exclusiva e detalhista do senhor Daniel.  E ainda surgiu um outro caso de violência naquela área, já registrado pelo nosso conterrâneo e saudoso escritor Oscar Silva.

Todavia, Seu Daniel que morava perto de todos os três episódios brutos, discorda em um ponto, do escritor. Ficamos de retornar à sua casa para esclarecimento do que realmente ocorreu. Nesse caso, como o livro é Documentário histórico, iremos colocar o texto do escritor Oscar e a correção de Seu Daniel Manoel Filho. Lembramos que apesar de alguns benefícios que o bairro já recebeu, continua sendo isolado pela nova situação rodoviária que o deixou na contramão. Só se vai ao Bairro Maniçoba/Bebedouro se tiver negócio. É como Fernão Velho, em Maceió. Mas chega a doer, a falta de pesquisadores sobre a nossa história municipal. Será que eu vou gritar sozinho:

“Viva Santana do Ipanema! ”

 HISTORIADOR ORAL, DANIEL MANOEL (FOTO: B. CHAGAS).

 

 


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