EU VOU DIZER UMA COISA... Clerisvaldo B. Chagas, 16 de maio de 2014 Crônica Nº 1.190. (Literatura). POMPEU  (lustração: Wikipé...

EU VOU DIZER UMA COISA...



EU VOU DIZER UMA COISA...
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de maio de 2014
Crônica Nº 1.190. (Literatura).

POMPEU  (lustração: Wikipédia).
Entre nomes diferentes que saem da nossa rotina, alguns se fixam na memória. É o caso de Pompeu. Quando menino ouvia a garotada cantar e até cantava também na rua, a quadra:

Dona Mariquinha
Cadê Pompeu?
Pompeu foi à rua
Os arubu comeu...

Parecia u’a marchinha boa de cantar que era uma beleza! Contudo, eu nunca soube quem era dona Mariquinha, quem foi Pompeu e como e porque os “arubu” haviam devorado o sujeito. Talvez até a quadrinha fosse cantiga de palhaço de circo, daqueles mais sem vergonhas possíveis. E eu com isso!...

Dona Mariquinha
Cadê Pompeu?...

Enquanto o eco permanecia esvoaçando pela Rua do Sebo, a primeira de Santana do Ipanema, o menino estirava-se para cima.
Quando adolescente estudei a história de outro Pompeu.
Este era filho de um homem enriquecido que veio do meio rural, tornou-se senador e cônsul de Roma, cuja elite não olhava com bons olhos essas pessoas porque, segundo ela, os campesinos não tinham sangue nobre. Pompeu foi criado nos acampamentos, acompanhando a trajetória do pai. Quando este morreu deixou a fortuna pra o filho que começou a fazer carreira militar logo cedo. Como o progenitor, era olhado com desconfiança pela elite de Roma, porém, venceu tantas batalhas que foi considerado um herói popular.
As aventuras de Pompeu (que chegou a senador, cônsul de Roma e general, daria um filme épico grandioso). Conseguiu até ser um genro de Júlio César e com ele fez aliança. No final das suas campanhas foi derrotado pelo próprio César, refugiou-se no Egito e foi assassinado por antigos companheiros de armas.
E foi lá na loja de tecidos do meu pai, aonde muitas pessoas importantes chegavam à quinta porta – mais larga e mais alta – e faziam o “senadinho” diário. E ali, de vez em quando se encontravam os boiadeiros como Arnóbio Chagas, Lucas, Enéas e Pompeu. Fora esse último, jamais encontrei no sertão outra pessoa com o nome Pompeu. Era famoso em acertar pedradas, usando a mão esquerda; alto de fala mansa e arrastada. Quando ouvia e todos calavam, ele iniciava a sua conversa ou não, mas sempre com a frase se arrastando pausadamente: “Eu-vou-dizer-uma-coisa...”;
Da adolescência para cá, nunca mais vi Pompeu. Mas ultimamente descobri gente tão alta quanto ele. Fiquei muito surpreso em saber que aquele homem com quem eu palestrava era filho de Pompeu. Então, veio à cabeça tudo de uma vez: Dona Mariquinha...”; general Pompeu; boiadeiro... .
Sabe, seu menino: VOU-DIZER-UMA-COISA...

DONA JOANINHA, A MULHER DE FERRO Clerisvaldo B. Chagas, 15 de maio de 2014 Crônica Nº 1.189 GUARDIÃ D. JOANINHA E GUARDIÃO CLE...

DONA JOANINHA, A MULHER DE FERRO



DONA JOANINHA, A MULHER DE FERRO
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de maio de 2014
Crônica Nº 1.189

GUARDIÃ D. JOANINHA E GUARDIÃO CLERISVALDO. Foto: M. Messias.
O povo sertanejo gosta muito de citar a frase “É morrendo e aprendendo”, atribuída a um sujeito imaginário chamado Camões. Apesar de ser filho de Santana do Ipanema e viver nesse pedaço de mundo, só há pouco descobri Maria Joana da Conceição. De origem pernambucana e vivendo em Alagoas desde os dezessete anos, quando veio morar no sítio Pinhãozeiro, dona Joaninha, como é conhecida é uma figura extra.
Mulher de pequena estatura, roceira e semianalfabeta, puxando para os sessenta anos de idade, consegue prender o pesquisador até por um dia inteiro, se precisar. D. Joaninha é doce quando quer ser doce e fera quando a situação exige. É uma senhora guerreira das mais guerreiras e carrega consigo a sapiência da vida. Gosta muito de contar casos, a maioria acontecida com ela mesma e, que deixa o ouvinte atento, extasiado. O pesquisador logo percebe que está diante de uma pessoa diferente e de um valor de alto preço.
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GUARDIÃO MANOEL MESSIAS, GUARDIÃ D. JOANINHA E NETA. Foto: Clerisvaldo.
Lutando na roça e nas causas sociais, muitas vezes enfrentando políticos e pessoas da Justiça, pelos seus direitos e direitos alheios, tem dado até lições em magistrados que se metem à besta. Tem enfrentado marginais em seu território e gritado nos ouvidos das autoridades através do rádio e da presença física. É um terror para os inimigos, um poço de sabedoria para os que dela se aproximam.
Dona Joaninha, atualmente, reside no Bairro Bebedouro e dirige duas comunidades vizinhas: Bebedouro e Maniçoba




Dizendo-se cansada de tanta luta, nem queria participar de mais nada, porém, abraçou de imediato a causa da futura AGRIPA, tornando-se uma das fundadoras da Associação Guardiões do Rio Ipanema.


Sua presença nas reuniões da AGRIPA é uma festa grande de tanta satisfação e, para os chamados à luta, está sempre em traje de guerra.
Em Santana do Ipanema, mulher nenhuma é mais valorosa do que Maria Joana. Onde está o reconhecimento a essa estrela de primeira grandeza? A AGRIPA tem o prazer e o orgulho de constar em seus quadros a DONA JOANINHA, A MULHER DE FERRO.

A PINTA DE COLOMBO Clerisvaldo B. Chagas, 14 de maio de 2014. Crônica Nº 1.188 G1. Pintura de Machael Zeno Diemer, ilustra a car...

A PINTA DE COLOMBO



A PINTA DE COLOMBO
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de maio de 2014.
Crônica Nº 1.188
G1. Pintura de Machael Zeno Diemer, ilustra a caravela Santa Maria, umas das naus usadas por Cristóvão Colombo, na descoberta da América em 1492 (Foto: Michael Zeno Diemer/WIKIMEDIA/com mons).

Importantíssima descoberta para diversas ciências foi publicada para o planeta. A história, por exemplo, fica mais enriquecida com a declaração de um geólogo que diz ter descoberto a carcaça da caravela capitânia, de Cristóvão Colombo. A caravela seria a embarcação Santa Maria que fazia parte do trio Santa Maria, Pinta e Nina, usado no descobrimento da América em 1492.
Segundo reportagem do G1 “O arqueólogo especializado em exploração submarina Barry Clifford afirma ter encontrado no fundo do mar do Caribe, perto do Haiti uma carcaça de embarcação que, segundo ele, pode ser da caravela Santa Maria, uma das três naus comandadas por Cristóvão Colombo no descobrimento da América em 1492 (as outras eram Pinta e Nina).
Clifford disse em entrevista à rede de TV CNN que encontrou a carcaça na área exata onde Colombo afirmava ter encalhado a Santa Maria. O naufrágio está preso em um recife ao largo da costa norte do Haiti, de 10 a 15 metros de profundidade.
(...) Segundo a CNN, o arqueólogo Charles Beeker, da Universidade de Indiana, passou várias horas debaixo d'água no local e também estudou a documentação do Clifford . ‘Eu me sinto Barry. Ele tem provas muito convincentes‘, disse Beeker. 'Barry pode ter finalmente descoberto a Santa Maria.' O explorador agora negocia com o governo do Haiti uma autorização para poder fazer escavações no fundo do mar para poder colher partes da carcaça. Por enquanto Clifford e sua equipe fizeram apenas registros fotográficos do local.
Santa Maria foi uma das embarcações usadas na pequena frota de Colombo, que partiu da Espanha em agosto 1492, sob o patrocínio do rei Fernando II e da rainha Isabel.
A viagem teve como objetivo encontrar uma rota para a Índia e a China, mas em outubro do mesmo ano os navegantes chegaram ao Haiti, onde estabeleceram um forte.
Em dezembro daquele ano, o Santa Maria acidentalmente encalhou ao largo da costa da ilha. Algumas tábuas e provisões do navio naufragado, que era cerca de 117 pés (36 metros) de comprimento, foram utilizados pela guarnição no forte, de acordo com a Encyclopaedia Britannica. Colombo partiu de volta para a Espanha com os dois navios restantes, a Nina e a Pinta, em janeiro de 1493”.
Não é querendo ser engraçado, mas se o geólogo descobriu onde está à caravela Santa Maria, poderia também esclarecer para o mundo onde estão Nina e A PINTA DE COLOMBO.