SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
VAQUEJADA Clerisvaldo B. Chagas, 11 de novembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica; 3.308 Pois é, já estamos ...
VAQUEJADA
Clerisvaldo
B. Chagas, 11 de novembro de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica; 3.308
Pois é, já estamos na segunda semana do mês de
novembro e mesmo após um inverno prolongado, o verãozão como se diz por aqui,
não está de brincadeira. A vegetação já vai ficando crestada e nessa situação
podemos esperar uma trovoada boa como a primeira do ano. É que esse mês que é o
mês dos ventos, abre o período de chuvas com raios e trovões e essas possíveis
trovoadas, escolhem o mês do agrado: novembro, dezembro, janeiro ou mesmo
fevereiro. E quando acontece o fenômeno climático, geralmente é uma vez só entre
os meses citados acima. O tempo é muito aguardado para os que gostam de uma boa
vaquejada, porque o mato fica ideal para o esporte de cabra macho. Prêmios,
apostas, coragem e habilidades abalam o Sertão Velho de meu Deus.
O céu é sempre belíssimo com este azul claro e
pequeníssimas gazes de nuvens, parecendo céu de praia. Imaginemos a felicidade
na zona rural sertaneja dos que habitam as margens do Canal do Sertão, nesse
período. O carro-pipa tradicional deixou de circular em inúmeras comunidades
que abraçam o Canal. Fartura, fartura, fartura na terra. Parceria da
boa-vontade entre Deus e os homens. E a tela sertaneja muda constantemente de
cores, mas o paraíso continua no inverno, no verão, na primavera. Aproxima-se
rapidamente o final do ano e os vegetais filhos da quentura enfeitam-se das
mais belas flores e oferecem no meio do cinza queimado, o colorido que inspira pintores,
poetas, escritores e aves que voam no divino espaço ruralista.
As paisagens vão mudando mais continuam belas
com as estradas recentes, que vão se especializando no quadro surrealista do
cenário sertanejo. Barreiros, açudes, montanhas, currais, rios temporários na
face dupla de asfalto e terra. E os olhados constantes para os céus, desviados
do horizonte multicor, parecem implorar mais cenário, mais paisagens, mais
fôlegos, mais inspiração para os apreciadores da rotina, do inesperado, do
inédito, dos deslumbrantes que ornam a vida de quem aprendeu a viver. Entrevejo
o Natal por trás de facheiros, mandacarus, favelas e alastrados.
Sertão suspira fim de ano.
Sertão suspira dever cumprido.
Sertão aguarda aniversário de escritor.
SERTÃO.

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.