SEM SOFRER AGORA Clerisvaldo B. Chagas, 3 de agosto de 2015 Crônica Nº 1. 465 OBRAS DO CANAL DO SERTÃO. Foto: (alagoasnanet/arqui...

SEM SOFRER AGORA



SEM SOFRER AGORA
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de agosto de 2015
Crônica Nº 1. 465
OBRAS DO CANAL DO SERTÃO. Foto: (alagoasnanet/arquivo).
Cm duas etapas de esperanças o Canal do Sertão prossegue a sua marcha pelas caatingas das Alagoas. A primeira foi à luta braba dos sonhos, das reivindicações, dos projetos, da crença e utopia como o asfalto Carié ─ Inajá. Este, a quase quarenta anos de briga, inicia seus trabalhos nos jornais de quatro em quatro anos. Já conseguiu eleger muitos políticos em várias décadas, que escancham as pernas de vaqueiro no lombo do projeto. Estão acumuladas em montanhas, as mentiras sobre as obras, prejudicando o meio ambiente e estourando as fábricas de sacos do Papai Noel. Sobre a Carié ─ Inajá, não e mais Freud quem explica. São as almas dos finados Lulu Félix, Mário Nambu ou Querubino e seus seguidores políticos do estado.
Sobre o Canal do Sertão, número alto de pessoas envolvidas partiu para a eternidade sem vê água e nem canal, somente o sertão. Uma vez iniciadas as obras, os apertos da fiscalização e os medos com a responsabilidade, fizeram a marcha dos trabalhos, praticamente sem interrupções.
O que já foi realizado até agora, já pode ser chamada a maior obra hídrica de Alagoas. Ainda dentro do sertão ─ área mais necessitada ─ as obras prosseguem fazendo com que se acredite que em breve estarão penetrando às terras agrestinas, mais chuvosas e férteis.  Quem conhece as obras e a prosperidade que reina em Petrolina, no vizinho estado de Pernambuco, pode afirmar que ali só se fala em três coisas: dólar, toneladas e carros importados. A ilha sanfranciscana de progresso que ali se formou com a irrigação, faz inveja até mesmo ao exterior.
Como ainda não surgiu nenhum escândalo daqueles, estima-se que os trabalhos foram e estão sendo conduzidos com critério. Nota-se uma preocupação muito grande com o destino do Canal. As regras do uso da água, da energia e das terras estão sempre em evidência, segundo notícias publicadas. É que existe um receio popular de que, no final, todas as terras paralelas à água sejam adquiridas por grandes empresas que transformariam os pequenos proprietários de hoje, em empregados dos grandes ou em mendigos. Mesmo assim, não podemos sofrer por antecipação.

BABADO E BICO NO SERTÃO Clerisvaldo B. Chagas, 31 de julho de 2015 Crônica N º 1.464 Foto: (glossariofechion). A frieza vai...

BABADO E BICO NO SERTÃO



BABADO E BICO NO SERTÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 31 de julho de 2015
Crônica N º 1.464

Foto: (glossariofechion).
A frieza vai esticando as molas após a meia-noite com a chuva fininha nas biqueiras. A ansiedade em concluir a história do povoado Barra do Ipanema angustia e deságua para os cafezinhos, bem como nosso Panema desemboca no Opará. Como definir uma encantadora história do paraíso perdido se mal comecei a escrevê-la? Os danados dos espanta-boiadas não aguardam mais o amanhecer. Dia e noite no espaço sertanejo, querem virar também notívagos para o prolongamento de alegria no verde diurno da caatinga. As bênçãos do inverno brotam no ar, na terra e nas águas que furam o mundo lavando a vida da gente. Mas escritor não se dá com muriçocas municipais que teimam em atacar e comer escrevente, computador e tudo. Ô meu Deus! Por onde anda o peste do carro fumacê!? Lá vem outro pensamento doido: a moça desbocada filha de empresário dos anos sessenta. Quer parodiar a marchinha carnavalesca da cachaça: “Você pensa que cachaça é água...” Nem sei se ela ainda é viva, a desbocada moderna de Santana:

“Você pensa que babado é bico,
Babado não é bico, não,
Babado se bota em vestido,
E bico em combinação...”

Ainda existe? Mulher ainda usa combinação?
Droga!
Sumiram com a chuva, com os espanta-boiadas, mas com os sons do teclado não sumiram. Antes que amanheça o dia tenho que fazer um capitulo da história da Barra do Ipanema, elaborar uma página literária de compromisso com o “alagoasnanet”, o “santanaoxente” o “mendesemendes”, o face, o blog pessoal e, quase que já observo o cocuruto do sol chamando para dormir. Fogem os temas, correm os assuntos, desembesta o silêncio e se apresenta a moça da língua porca:

“Você pensa que babado é bico
Babado não é bico, não...


A SANTA, O URUBU E O ESPAÇO Clerisvaldo B. Chagas, 30 de julho de 2015 Crônica Nº 1.463 OBRAS NO LARGO PONTE DO URUBU. Foto: (C...

A SANTA, O URUBU E O ESPAÇO



A SANTA, O URUBU E O ESPAÇO
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de julho de 2015
Crônica Nº 1.463
OBRAS NO LARGO PONTE DO URUBU. Foto: (Clerisvaldo/arquivo).

Há muitos anos, em várias gestões municipais, a parte profana da festa da padroeira sempre irritou condutores de veículos e pedestres. Os famosos parques de diversões que tanto alegram crianças e até mesmo adultos, ocupavam toda a dimensão do comércio, tornando o centro de Santana do Ipanema, um verdadeiro inferno. Há décadas que a cidade não move uma palha em busca de novas alternativas para circulação de pessoas e máquinas. Nem uma rua nova no centro, nenhum beco, nenhuma alameda, nenhuma ponte, nenhum viaduto...  Nada, absolutamente, nada que possa aliviar um pouco as agruras que o trânsito proporciona.
Este mês de julho, porém, o milagre aguardado por mais de vinte anos, finalmente surgiu. Não um milagrão completo, perfeito, simétrico, arestas polidas de bom acabamento. Um milagre ainda torto, capenga de perna de pau, mas ainda assim um bom milagre. É que a gestão municipal resolveu realizar os festejos profanos de Senhora Santana, sem os transtornos eternos dos anos anteriores. Todos os parques e muitas outras atividades deixaram de obstruir as avenidas e ruas centrais, quando ocuparam pela primeira vez um largo por trás do comércio, cortado pelo riacho Camoxinga, afluente do rio Ipanema. Pelo início de obras e depois pelo abandono total com uma ponte sem cabeças, foi o largo apelidado pelo povo de “Ponte do Urubu”. O trecho cortado pelo riacho há muito virou esgoto a céu aberto, com largura considerável. Mesmo assim foi a melhor solução que já houve até o momento.
Existe unanimidade na beleza de como ficou o lugar da festa, inclusive cabendo naquele espaço, jurado e apanhado, tudo que pode abrilhantar essa ala popular da santa avó do Cristo. Mesmo sem cobertura móvel e de concreto sobre o canal do afluente; sem jardim, sem banco, sem praça e sem asfalto, correligionários e adversários do professor Mário Silva falam que finalmente o prefeito marcou um tento.
Esperamos que os elogios da populaça faça com que o gestor execute todas as obras que têm que ser feitas no futuro Parque Asa Branca, pois a santa e o espaço realçam a boa festa, mas urubu não combina muito com o Largo, a não ser com o tiroteio que houve pela vizinhança do Bairro Artur Morais, o mais perigoso de Santana.