O MITO NO CHÃO Clerisvaldo B. Chagas, 7 de agosto de 2015 Crônica Nº 1.467 Foto: (Divulgação). Quando se critica o Brasil, ...

O MITO NO CHÃO



O MITO NO CHÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de agosto de 2015
Crônica Nº 1.467
Foto: (Divulgação).

Quando se critica o Brasil, parece que este país é o único do mundo onde ainda existe pobreza.
Tomando os Estados Unidos como parâmetro, nação rica norte-americana, vemos que nem tudo é como se conta por aqui. Mesmo sendo uma superpotência do mundo, costuma mostrar suas mazelas no que tange aos seus problemas socioeconômicos.
Várias medidas tomadas como aumento de juros e cortes de verbas para habitação, saúde, educação, fizeram empobrecer alguns segmentos sociais nas últimas décadas. Houve concentração de riqueza, mas também, aumento do número de pobres que corresponde a 16% do total da população (55 milhões de habitantes).
No caso, a falta de moradia, fez com que muitos jovens fossem morar nas ruas ou nos lugares piores da cidade, em bairros violentos, com alta criminalidade e tráfico de drogas. Esses problemas cruciais atingem, em cheio, a população negra e os imigrantes, discriminados pela sociedade norte-americana.
No caso da discriminação racial, a lei proíbe, mas na prática esse olhar social ainda persiste nas ruas. Os negros são extremamente marginalizados e muitos dos crimes no país são de cunho claramente racistas.
Os imigrantes também não são olhados com bons olhos. Eles se inserem na população mais pobre. O governo procura restringir a imigração, usando até mesmo muro de fronteira como o usado pelos alemães, o muro da vergonha, para barrar mexicanos e de outras nacionalidades.
São vistos lixões a céu aberto, como no Brasil e, poluição nas águas como aqui.
A poluição industrial e o consumo sem critérios afetam terrivelmente o meio ambiente local e o planeta.
É muito fácil falar mal do seu país e elogiar as terras alheias e distantes. Mas quando bate a luneta da verdade é que se vê sem cor e sem filó o mito no chão.

O PRESIDENTE E O NEGO Clerisvaldo B. Chagas, 4 de agosto de 2015 Crônica Nº 1.466 ESTÁTUA DO NEGO d'ÁGUA. Foto: (folclore...

O PRESIDENTE E O NEGO



O PRESIDENTE E O NEGO
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de agosto de 2015
Crônica Nº 1.466

ESTÁTUA DO NEGO d'ÁGUA. Foto: (folcloredobrasil.2001).
Interessante são as histórias, mitos e lendas que atravessam os tempos ao longo do Rio São Francisco. Rio da Unidade Nacional que proporcionou o povoamento do interior nordestino e parte de Minas Gerais. À sombra das robustas e seculares crabeiras das suas margens, sentam-se os indivíduos contadores de casos estirados. E babando de contentamento, vai o ouvinte se enrolando ─ como cigarro de palha ─ entre uma dose da boa cachaça mineira e o caldo de peixe da trempe de granito. Enquanto fumega o amassado alumínio, o caboclo explica bem direitinho suas verdades inteiras e meias, encobertas pelo roído chapéu de palha artesanal. Entre as lendas mais famosas está em destaque o “Nego d’Água”.
O “Nego d’Água” é descrito como um negro alto, forte, careca, corpo coberto de escamas mistas com a pele, mãos e pés de pato. Costuma aparecer aos pescadores e outras pessoas junto aos rios. Sua função seria amedrontar as pessoas que por ali passam, partindo anzóis de pesca, furando redes, dando sustos em pessoas nos barcos e mais. Muitos pescadores dizem tê-lo visto.
Manifesta-se com suas gargalhadas e vira as canoas dos pescadores que não lhe dão um peixe.
Há pescadores que jogam garrafa de cachaça no rio, durante as pescarias, para não ter a canoa virada pelo “Nego d’Água”.
A lenda do “Nego d’Água” espalha-se por vários grandes rios brasileiros e ganhou escultura com mais de 12 metros de altura nas águas do São Francisco, em Juazeiro da Bahia.
Mudando de pau para madeira, temos o tiro que saiu pela culatra. Foi o que aconteceu com as investidas do deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara, nas suas insanas cabeçadas contra Dilma. Querendo voar mais alto do que as aves do céu enganchou-se na própria turbulência, perdeu o tálamo, roda como galo de macumba e agora bate de frente com o “Nego d’Água”.
O problema todo agora, Zé, é que o presidente da Câmara não tem peixe na canoa e nem cachaça para jogar no rio.

SEM SOFRER AGORA Clerisvaldo B. Chagas, 3 de agosto de 2015 Crônica Nº 1. 465 OBRAS DO CANAL DO SERTÃO. Foto: (alagoasnanet/arqui...

SEM SOFRER AGORA



SEM SOFRER AGORA
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de agosto de 2015
Crônica Nº 1. 465
OBRAS DO CANAL DO SERTÃO. Foto: (alagoasnanet/arquivo).
Cm duas etapas de esperanças o Canal do Sertão prossegue a sua marcha pelas caatingas das Alagoas. A primeira foi à luta braba dos sonhos, das reivindicações, dos projetos, da crença e utopia como o asfalto Carié ─ Inajá. Este, a quase quarenta anos de briga, inicia seus trabalhos nos jornais de quatro em quatro anos. Já conseguiu eleger muitos políticos em várias décadas, que escancham as pernas de vaqueiro no lombo do projeto. Estão acumuladas em montanhas, as mentiras sobre as obras, prejudicando o meio ambiente e estourando as fábricas de sacos do Papai Noel. Sobre a Carié ─ Inajá, não e mais Freud quem explica. São as almas dos finados Lulu Félix, Mário Nambu ou Querubino e seus seguidores políticos do estado.
Sobre o Canal do Sertão, número alto de pessoas envolvidas partiu para a eternidade sem vê água e nem canal, somente o sertão. Uma vez iniciadas as obras, os apertos da fiscalização e os medos com a responsabilidade, fizeram a marcha dos trabalhos, praticamente sem interrupções.
O que já foi realizado até agora, já pode ser chamada a maior obra hídrica de Alagoas. Ainda dentro do sertão ─ área mais necessitada ─ as obras prosseguem fazendo com que se acredite que em breve estarão penetrando às terras agrestinas, mais chuvosas e férteis.  Quem conhece as obras e a prosperidade que reina em Petrolina, no vizinho estado de Pernambuco, pode afirmar que ali só se fala em três coisas: dólar, toneladas e carros importados. A ilha sanfranciscana de progresso que ali se formou com a irrigação, faz inveja até mesmo ao exterior.
Como ainda não surgiu nenhum escândalo daqueles, estima-se que os trabalhos foram e estão sendo conduzidos com critério. Nota-se uma preocupação muito grande com o destino do Canal. As regras do uso da água, da energia e das terras estão sempre em evidência, segundo notícias publicadas. É que existe um receio popular de que, no final, todas as terras paralelas à água sejam adquiridas por grandes empresas que transformariam os pequenos proprietários de hoje, em empregados dos grandes ou em mendigos. Mesmo assim, não podemos sofrer por antecipação.