A PRAÇA É NOSSA  Clerisvaldo B. Chagas, 24 de julho de 2017  Escritor Símbolo do Sertão Alagoano   Crônica 1.699  Estátua a Deod...

A PRAÇA É NOSSA

A PRAÇA É NOSSA 
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de julho de 2017 
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano 
Crônica 1.699 

Estátua a Deodoro. Foto (Minube.com).
      Até certo tempo atrás, praça pertencia ao povo. No interior, principalmente, os logradouros vivem situações diferenciadas e corriqueiras: abandono, loteamento para os compadres pelo poder municipal ou – em mínima escala – tratamento respeitoso como deve ser. Cremos que todas as pessoas que têm mais de trinta anos, devem se recordar de alguma pracinha da sua adolescência. No momento estamos na Praça Deodoro, Centro de Maceió, que nos faz recordar os tempos de estudante na capital. Muitas reformas foram feitas através das inúmeras gestões do município. Quantas e quantas histórias estão ainda em torno desse lugar: de construções, de viajantes, malandros, namorados, mendigos e ambulantes, por exemplo. A estátua ao Marechal titular da praça, ainda permanece ali, como o monumento mais pujante e belo de Maceió. 
     Além de Proclamador da República e primeiro presidente do Brasil, Deodoro foi herói da Guerra do Paraguai, participante de várias batalhas como “Estero Bellaco”, “Curupaity-Itororó”, “Passo da Pátria” e “Angustura-Tuyuty”. Planejada pelo pintor Rosalvo Ribeiro foi a praça inaugurada em 03 de maio de 1910. A estátua feita de bronze havia sido encomendada pelo então governador de Alagoas Euclides Malta autorizado por uma lei (527) de 13 de julho de 1908. Com o Teatro Deodoro ao fundo e outros edifícios importantes em torno, a Praça vai cumprindo o seu papel tão importante para a liberdade de um povo. 
     Não mais estão aqui, mas parece que sentimos o aroma do Café Afa na esquina ou o sabor do picolé da Gut-Gut, defronte ao centro da praça. Engraxates, bancas de jornal, rapazes com olhos compridos para as estudantes, boêmios de sapatos bicolores, senhoras de sombrinhas esperando ônibus, policiais girando a pé nos desenhos da calçada... É a memória dos anos setenta. 
 
 Os pormenores do monumento ao marechal podem ser encontrados em livros. E os detalhes realistas da estátua são de fazer inveja a qualquer um dos grandes artesãos do Brasil. Esses pormenores são apreciados por olhos inquiridores sedentos de mistérios particulares da Arte. Para as pessoas comuns, basta dizer apenas “que a praça é nossa”.

OUVIDOS DE GELO Clerisvaldo B. Chaga, 21 de julho de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.698 Iceberg. Foto: (Curioso...

OUVIDOS DE GELO

OUVIDOS DE GELO
Clerisvaldo B. Chaga, 21 de julho de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.698
Iceberg. Foto: (Curiosos no Mundo).

Não nos parece nenhuma vitória para o planeta em geral, mas para a comunidade científica representa grande passo à frente. O monitoramento do iceberg que se rompe na Antártida mostra o fantástico dos avanços tecnológicos e as apurações dos estudos especializados. O fenômeno de desprendimento de blocos de gelo é natural, mas devido ao volume calculado deste que se anuncia preocupa e compromete as ações humanas de aquecimento provocado. Icebergs são feitos de água doce congelada e que se desprendem das geleiras polares. Flutuam à deriva pelos mares até o derretimento ou evaporação que dependem de uma série de fatores.
As geleiras se formaram na Era Glacial e são estudadas atualmente com grande intensidade dependendo do interesse de cada país. O degelo descompassado e em grande quantidade pode afetar os continentes elevando o nível das águas dos oceanos. Isso preocupa territórios que estão à beira mar, principalmente, os que possuem terras muito baixas e outros que são ilhas. Existem países grandes banhados pelos oceanos, mas não deixam de ter suas faixas costeiras na mira dessas recentes ameaças. Os icebergs também variam de tamanho desde um carro até 150 metros de altura e centenas de quilômetros de comprimento.
Dizem que um dos maiores já registrados foi o iceberg B-15 que se desgarrou da costa da Antártida em março de 2000. Tinha 11 mil km2 e era maior do que a Jamaica.
Com tantas notícias políticas no mundo, situações como as dos icebergs parecem indiferentes aos humanos. Parte do território brasileiro já foi mar, especialmente do Nordeste. No caso de elevação das águas oceânicas, as autoridades brasileiras já sabem os pontos da costa mais sensíveis ao possível fenômeno. No momento estamos apenas louvando os avanços das ciências sobre a Natureza que muitos cegos rejeitam em nome de mesquinha política financeira.

No Brasil o iceberg maior está nos ouvidos doentes dos engravatados de Brasília e de um louco traidor, tirano que não larga o poder diante dos gritos do povo.

AÇUDES ARRETADOS Clerisvaldo B, Chagas, 20 de julho de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.997 Açude de Jaramat...

AÇUDES ARRETADOS


AÇUDES ARRETADOS

Clerisvaldo B, Chagas, 20 de julho de 2017

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica 1.997
Açude de Jaramataia. Foto: (Divulgação).
      Desde os tempos de D. Pedro II que os açudes começam a aparecer no semiárido entre realidade e ilusão no combate à seca.      Lembramo-nos de uma visita de três dias à fazenda Pai Mané do, então, proprietário Seu Zezinho, onde está localizado o poderoso açude de meia légua. Um mundo d’agua muito difícil de prever o esvaziamento completo. E foi o próprio fazendeiro quem redigiu carta ao presidente Getúlio Dorneles Vargas, reivindnar mais de 19 milhões de metros cúbicos de água, considerada salobra. Foi a partir do riacho Sertão, afluente do rio Traipu que foi possível à construção do gigante. Mesmo o líquido sendo pesado para os humanos, ajuda na criação de gado bovino, na irrigação e na criação de peixe, originando uma colônia de pescadores denominada São Pedro Z-29. A pescaria é fonte de renda para cerca de 300 famílias da cidade de poucos habitantes. 
     Da praça central de Jaramataia é possível vê a imponêicando o açude. Mas, a barragem só foi construída em 1964, para atender o município de Dois Riachos e região. Em nossa ida àquelas terras, não havia ainda o povoado que ora se representa como o maior do município.
     Em 1967, porém, o DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – concluía o açude de Jaramataia, o maior dos 22 escavados pelo órgão no estado de Alagoas. O citado açude tem capacidade para armazencia do açude que se estende até o povoado São Pedro II. É ali onde estão construídos os sangradouros e o grandioso paredão de pedras que faz represar os milhões de litros d’água.

Com a seca prolongada de tantos anos e que agora acabou, a cidade e o próprio município receberam um abalo imenso de seca, fome e desespero. O famigerado açude de Jaramataia chegou quase a zero numa incrível verdade de muitas dores.
Com tantas chuvas de junho para cá, esperam-se as recuperações dos açudes construídos graças a engenheiros e cassacos do DNOCS que já fez tanto pelo povo sertanejo nordestino.
A respeitabilidade do Departamento é merecida e reconhecida, sobretudo, pelas garantias dos tempos em que os homens tinham vergonha.