VOLTANDO AO BAIRRO SÃO JOSÉ Clerisvaldo B. Chaga, 27 de julho de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.951 Posto ...

VOLTANDO AO BAIRRO SÃO JOSÉ


VOLTANDO AO BAIRRO SÃO JOSÉ
Clerisvaldo B. Chaga, 27 de julho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.951
Posto em obras.

Praça das Artes, limpa.
Vamos fechar a semana das crônicas dedicadas a Santana do Ipanema. Nesses últimos dias de festa da Padroeira, fomos examinar como santanense os trabalhos do Posto de Saúde e da praça do Bairro São José. O quadro está muito diferente daquele último quando apelávamos para as autoridades; todo terreno completamente limpo com o prédio em fase de pintura, mesmo sem portas e janelas, coisa que chama a atenção. Não podemos afirmar, porém, se todos os serviços serão concluídos e se o Posto São José irar funcionar decentemente. Além de não termo procuração alguma para afirmar o futuro, vê-se por aqui o povo desconfiado, numa dúvida enorme com duas apostas radicais. Pelo menos o aspecto físico já mudou bastante e muitos fantasmas desapareceram.
Quanto à chamada Praça das Artes, teve seu lixo removido (ainda na calçada) que preencherá por certo inúmeras caçambadas. A praça está totalmente limpa que somente pela limpeza a diferença é grande. Abandonada após a gestão Marcos Davi foi invadida como depósito de lixo, estábulo, encontro de ladrões, drogados e paraíso de ratos, baratas e mosquitos. Bem que aquele terreno, ao lado do posto de saúde, poderia ser transformado em biblioteca, museu de artes, centro de convenções... Mas abelhas zoam que será recuperado, inclusive, com iluminação semelhante à Praça Frei Damião. Até os artistas Roninho e Paulinho estão entusiasmados para construírem na praça uma estátua de São José com três metros de altura e um pedestal criativo com mais três metros, totalizando seis metros verticais de perfeição; homenagem desses filhos do bairro ao nosso padroeiro.
Assim a atual administração vai fazendo jus ao complexo escolar do bairro com três escolas, mais Corpo de Bombeiros, DNIT, com a soma do Posto de Saúde e a Praça das Artes, tudo junto, reforçando a qualidade de vida do humilde e aguerrido Bairro São José. Quem sabe se com essa estrutura investidores não se sentirão seguros para novos empreendimentos no entorno!
E com dissemos, nos últimos dias de festa da Padroeira do município parece ter vindo uma força dos céus para São José, o carpinteiro pai de Jesus. Que venham as inaugurações com saúde e com arte.
( FOTOS: B. CHAGAS).




                LAMPIÃO NO GINÁSIO Clerisvaldo B. Chagas, 19 de julho de 2018 Escritor Símb olo do Sertão Alagoano Crônica: 1.950 ...

LAMPIÃO NO GINÁSIO


                LAMPIÃO NO GINÁSIO
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de julho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.950
 
Identificação após o texto.
Quando expuseram as cabeças de Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros nos degraus da Igrejinha/monumento de Nossa Senhora da Assunção, o Grupo Escolar Padre Francisco Correia, já existia. Havia sido inaugurado cinco meses antes, em fevereiro de 1938. Foi construído na gestão do prefeito interventor, Joaquim Ferreira da Silva que governou apenas seis meses entre 1937-38. Joaquim também construiu um edifício para ser hospital, mas por falta de condições, o prédio ficou ocioso até ser ocupado pelo 20 Batalhão de Polícia  em 1936, tendo como comandante o, então, major José Lucena de Albuquerque Maranhão. Quando o batalhão foi embora, o prédio voltou à ociosidade até virar a Escola Cenecista Ginásio Santana, em 1950, atualmente com o nome de Colégio Cenecista Santana.
Ali passamos seis anos como aluno e vários como professor. Aprendemos a respeitar o seu ensino que repercutia qualidade em todo o estado. O antigo Ginásio está repleto de história da educação santanense, mas o seu edifício também de muitas histórias do cangaço que permaneceram mudas por anos a fio. Quase ninguém sabia que ali fora o quartel do 20 Batalhão de Polícia que caçava cangaceiros. Por quê? Só com o nosso livro Lampião em Alagoas foi revelado tudo ou quase tudo que se passou naquele quartel. Ali ficaram presos, após a hecatombe de Angicos, vários cangaceiros que se entregaram a Lucena. Antes disso, foi presa a cangaceira Aristéia que estava grávida. O quartel foi ainda depositário de várias cabeças de cangaceiros mortos antes de Lampião.
Foi ali dentro que o cangaceiro Português foi assassinado, após se entregar à polícia. O quartel também recebeu, guardou e expôs as onze cabeças dos bandidos mortos na fazenda Angicos, em Sergipe, inclusives as de Lampião e Maria Bonita.
Quando o Batalhão foi embora o prédio ficou ocioso.
A escola Cenecista Ginásio Santana foi fundada pela ideia do comerciante João Yoyô Filho com os apoiadores: pré-pároco, Fernando Medeiros; Cônego Teófanes de Barros*; padre Bulhões e coronel Lucena. O acontecimento se deu na casa do padre Bulhões. O Ginásio funcionou por dois anos no Grupo Padre Francisco Correia até conseguir o prédio atual que estava na ociosidade.
(Tive a honra de ter sido aluno de Filosofia do cônego Teófanes, dono e diretor do colégio Guido de Fontgalland, depois CESMAC, em Maceió. Uma das maiores ou a maior inteligência de Alagoa, na época).
FOTO: Jornalistas da TV Cultura e Tribuna Independente, no antigo quartel, ao lado dos escritores Clerisvaldo B. Chagas (boné) e Marcello Fausto. (Foto: Arquivo B. Chagas).





                                                                                               

CALÇADA ALTA DA PONTE PRIVILÉGIO PERDIDO Clerisvaldo B. Chagas, 25 de julho de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica:...

CALÇADA ALTA DA PONTE PRIVILÉGIO PERDIDO


CALÇADA ALTA DA PONTE
PRIVILÉGIO PERDIDO
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de julho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.949
 
Parque ocupa terreno rebaixado. (Foto: Clerisvaldo B. Chagas).
Os moradores da “calçada alta da ponte” perderam o privilégio, aliás, já vinham perdendo desde as administrações Nenoí Pinto e Genival Tenório.  Juntamente na formação do quadro do comércio, no tempo de Santana/vila, o casario para negócios e residências, foi descendo a, hoje, Avenida Barão do Rio Branco até a foz do riacho Camoxinga. Com a ponte Comércio/Camoxinga, construída pelo prefeito Firmino Falcão Filho (Seu Nozinho), as últimas casas do trecho, entre dez e doze ficaram no terreno alto com vistas para a ponte e para o rio Ipanema na largura maior do poço do Juá. Seus moradores podiam contemplar dia e noite o movimento de quem saia e chegava do Alto Sertão. As cheias do rio Ipanema podiam ser vistas daquele passeio, sem ninguém sair de casa.
No governo Genival Tenório a ocupação disfarçada e incentivada de botecos de madeira e até alvenaria, usou os leitos do rio Ipanema e riacho Camoxinga como piso. Além dos dejetos que descem diretamente para o rio (crime ecológico com vistas grossas) o mirante mais atrativo de Santana foi destruído. Os moradores da calçada alta perderam a paisagem. Com o governo Nenoí Pinto, o casario perdeu também a tranquilidade dos fundos, com a capoeira além dos quintais. O terreno baldio seria transformado em espaço utilizável. E, agora, várias casas altas foram demolidas e o terreno rebaixado. Dizem que será ali um grande estabelecimento comercial. O destino das casas que restaram, deverão em breve seguir o progresso. A paisagem da calçada alta da ponte vai ficar apenas nas fotografias do livro “230” da nossa autoria.
A foto desta crônica já se tornou histórica. Representa a destruição da metade do casario e o rebaixamento do terreno da “calçada alta da ponte” desde os tempos de vila. Estamos nós em julho de 2018. Com as casas demolidas, ficam apenas as lembranças da Escolinha de Dona Helena Oliveira (onde estudamos O Admissão), do “Foto Santo Antônio” e da casa de Luiz Lira (e sua esposa Dona Afrinha). Luiz Lira: antigo dono de casa de jogo vizinho ao Cine Alvorada.
 Em breve, cremos nós, toda a pompa do casario virá abaixo, inclusive a bonita casa em que morou o deputado Tarcísio de Jesus e sua esposa professora da Escola Padre Francisco Correia.