terça-feira, 24 de julho de 2018

CALÇADA ALTA DA PONTE PRIVILÉGIO PERDIDO


CALÇADA ALTA DA PONTE
PRIVILÉGIO PERDIDO
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de julho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.949
 
Parque ocupa terreno rebaixado. (Foto: Clerisvaldo B. Chagas).
Os moradores da “calçada alta da ponte” perderam o privilégio, aliás, já vinham perdendo desde as administrações Nenoí Pinto e Genival Tenório.  Juntamente na formação do quadro do comércio, no tempo de Santana/vila, o casario para negócios e residências, foi descendo a, hoje, Avenida Barão do Rio Branco até a foz do riacho Camoxinga. Com a ponte Comércio/Camoxinga, construída pelo prefeito Firmino Falcão Filho (Seu Nozinho), as últimas casas do trecho, entre dez e doze ficaram no terreno alto com vistas para a ponte e para o rio Ipanema na largura maior do poço do Juá. Seus moradores podiam contemplar dia e noite o movimento de quem saia e chegava do Alto Sertão. As cheias do rio Ipanema podiam ser vistas daquele passeio, sem ninguém sair de casa.
No governo Genival Tenório a ocupação disfarçada e incentivada de botecos de madeira e até alvenaria, usou os leitos do rio Ipanema e riacho Camoxinga como piso. Além dos dejetos que descem diretamente para o rio (crime ecológico com vistas grossas) o mirante mais atrativo de Santana foi destruído. Os moradores da calçada alta perderam a paisagem. Com o governo Nenoí Pinto, o casario perdeu também a tranquilidade dos fundos, com a capoeira além dos quintais. O terreno baldio seria transformado em espaço utilizável. E, agora, várias casas altas foram demolidas e o terreno rebaixado. Dizem que será ali um grande estabelecimento comercial. O destino das casas que restaram, deverão em breve seguir o progresso. A paisagem da calçada alta da ponte vai ficar apenas nas fotografias do livro “230” da nossa autoria.
A foto desta crônica já se tornou histórica. Representa a destruição da metade do casario e o rebaixamento do terreno da “calçada alta da ponte” desde os tempos de vila. Estamos nós em julho de 2018. Com as casas demolidas, ficam apenas as lembranças da Escolinha de Dona Helena Oliveira (onde estudamos O Admissão), do “Foto Santo Antônio” e da casa de Luiz Lira (e sua esposa Dona Afrinha). Luiz Lira: antigo dono de casa de jogo vizinho ao Cine Alvorada.
 Em breve, cremos nós, toda a pompa do casario virá abaixo, inclusive a bonita casa em que morou o deputado Tarcísio de Jesus e sua esposa professora da Escola Padre Francisco Correia.





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