NOVO BISPO NAS ALAGOAS Clerisvaldo B. Chagas, 25 de março de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.078 (FOTO: R...

NOVO BISPO NAS ALAGOAS


NOVO BISPO NAS ALAGOAS
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de março de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.078

(FOTO: REVISTA: IGREJA EM AÇÃO).
A cidade de Palmeira dos Índios no agreste alagoano, comemorou com euforia grande festa cristã. Sua Diocese deu ênfase com a revista, edição especial de março/2019, sobre o novo
Bispo que veio dirigir os destinos da igreja na região. Diz um trecho do seu edital: “No auge dos seus cinquenta e seis anos de criação, a Diocese de Palmeira dos Índios abre seus braços e seu coração para acolher seu quinto Bispo Diocesano Dom Manoel Soares Filho. Num abraço que se esboça generoso, vemos, nesse momento marcante da nossa história, a dimensão da catolicidade da Igreja de Cristo, a dinamicidade do apostolado e a graça sempre eficaz de Deus, soprando sempre sobre a Igreja o suave hálito do Espírito Santo que nos impulsiona para frente”.
Diz outro trecho da citada revista sobre sua biografia: “Dom Manoel de Oliveira Soares Filho nasceu em 25 de setembro de 1965, no município paraense de São Domingos do Capim. É o quarto dos dez filhos do Sr, Manoel Ferreira Soares e da Sra. Dolores de Oliveira Soares. Seu pai era agricultor, inclusive, trabalhou na roça com ele até antes de ingressar no seminário. Como não havia igreja nas proximidades da sua casa, ouvia a Missa pelo Rádio e rezava o terço em família.
Quando surgiram as comunidades, engajou-se tanto na Igreja que a Ir. Raimunda Dorilene o convidou para ingressar no seminário Menor Santo Alexandre Sauli, em Bragança – Pará. Cursou Filosofia no Seminário Arquidiocesano São Pio X e Teologia no Instituto Pastoral Regional, ambos em Belém – PA”.
Ainda a Revista especial da Diocese: “A solene posse canônica, em Palmeira dos Índios, realizou-se em 10 de março de 2019. A partir desta, abriu-se, no livro de sua história, uma página completamente nova, que passará a ser escrita em terras distantes das de sua origem, com um povo de cultura e costumes típicos, porém, profundamente marcado pela fé e pela esperança, forte e destemido, simples e acolhedor. Enfim, inicia-se um novo caminho para o pastor que, vindo do Norte, deve nortear o seu rebanho a Cristo”.
 

AINDA SE FABRICA CALENDÁRIO Clerisvaldo B. Chagas, 21 de março de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.077 FOT...

AINDA SE FABRICA CALENDÁRIO

AINDA SE FABRICA CALENDÁRIO
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de março de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.077

FOTO: B. CHAGAS.
O tempo passa rápido por conta do mundo tecnológico. E Assim como o aparelho eletrônico, também muda o modelo da cueca, embora o costume da nudez seja de forma crescente. Mas você já usufruiu ou ouviu falar dos brindes de final de ano que recebíamos das casas comerciais. Havia vários tipos de ofertas para agradar o cliente: um pouco a mais da mercadoria, um chaveiro, um calendário de parede (folhinha) ou um calendário de bolso. Padarias, farmácias e armazéns, principalmente, nunca deixaram de presentear a freguesia. Havia ainda a Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, esta vendida pela Igreja Católica. Retirava-se uma folha por dia cujo verso trazia uma universidade de informações.
Lembro-me bem de que a Farmácia Vera Cruz – uma das mais antigas de Santana do Ipanema – nunca deixou essa prática agradável e salutar. O seu proprietário, o saudoso professor Alberto Nepomuceno Agra, também costumava oferecer almanaque com meio mundo de conhecimentos: piadas, fases da lua, época de plantio, curiosidades e muito mais. Esse costume foi sendo reduzido, parece-me, que pelos preços abusivos das gráficas. Em casa estampávamos na parede os doze meses do ano com a propaganda da casa comercial. Quanto às estampas, havia de todo tipo. As sensuais eram mais usadas em lugares como barbearias e oficinas de automóveis. Nada melhor do que realizar consulta na hora sobre a data que se queria.
Pois bem, a prática desse tipo de brinde ainda continua na praça. Fico muito feliz quando recebo a folhinha. Em Maceió recebemos uma de um açougue. Em Santana, de uma farmácia. Nem precisa esse negócio de celular, gente, basta levantar a cabeça e acusar o dia de São José. E para provar que isso ainda existe, fiz esse artigo com foto de pães na hora. Vamos marcando o valor da tradição na utilidade e beleza do que o matuto chama de bloco. Já o calendário de bolso foi parar direto no celular, nunca mais o vi no papel laminado das gráficas. A Farmácia Vera Cruz mudou de dono e eu nem sei se o novo distribui almanaque “veracruziano”.
Obrigado, amigo, pela folhinha.


A PEDRA ESQUECIDA DO RIO IPANEMA Clerisvaldo B. Chagas, 20 de março de 2019 Escritor Símbolo de Santana do Ipanema Crônica: 2.076...

A PEDRA ESQUECIDA DO RIO IPANEMA

A PEDRA ESQUECIDA DO RIO IPANEMA
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de março de 2019
Escritor Símbolo de Santana do Ipanema
Crônica: 2.076

RIO  IPANEMA. (FOTO: B.  CHAGAS).
Não é somente o saudosismo, mas parte da história da cidade que vai formando um todo nas narrações do mundo. E os segredos, pequenos episódios, as peculiaridades encantam a alma de poetas, artesãos... Escritores. O simples se agiganta aos olhos do escolhido que avalia a grandeza na pequenez das coisas. Desse modo revolve-se jardim adormecido, invisível, machucado, onde os soberbos não enxergam. Apenas os simples, mesmo dentro da grandeza, são os escolhidos para divulgação das coisas do Criador. E se Deus “enxerga a formiga preta, na pedra negra, na noite escura”, os seus artistas do povo, não enxergam a formiga, mas aprenderam a enxergar a pedra negra na noite preta. Só eles, só os convidados pelo mestre maior podem.
No trecho urbano de Santana do Ipanema, uma pedra em forma de cururu, marcava a intensidade das cheias do rio. À margem direita da corrente, a rocha denominada por nós de “pedra do sapo”, anunciava cheia grande quando ficava totalmente coberta pela água. A graduação distribuía-se com o líquido chegando perto, lambendo a base, subindo até a metade, perto do cocuruto ou distante da pedra. Claro que torcíamos pela cheia total que nos causava espanto, medo e êxtase. Ah... Nunca mais o rio Ipanema botou cheia de respeito. Mas a pedra do sapo saiu de cena duas vezes para ser apenas um marco esquecido, um monumento ao rio sem espectador. E se as grandes cheias são apenas lembranças, a pedra não encontra motivo para ser admirada.
Mas naquele cimo, entre três e quatro metros de altura, foi construído pequeno oratório com escadaria de concreto. Imaginação do “manganheiro” Zé Preto, promessa cristã baseada na fé. Não demorou muito o oratório a ser profanado e destruído pelos vândalos. E o homem que vendia “mangaio” (bugingangas) no chão das feiras, nada pode fazer em defesa do seu pequeno monte santo. O rio Ipanema com raiva não botou mais cheias. Finalmente, passando por ali com alguns companheiros, subimos a rocha, registramos a cena e tivemos trabalho para não tocar à pedra com lágrimas santanenses.
É duro vê...
Vê a pedra esquecida do rio Ipanema.