OS TRÊS DA HISTÓRIA SANTANENSE Clerisvaldo B. Chagas, 20 de maio de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.537   Dest...

 

OS TRÊS DA HISTÓRIA SANTANENSE

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de maio de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.537 



Destacamos hoje três edifícios despercebidos, esquecidos, invisíveis que participaram ativamente da história cultural e da Educação do povo de Santana do Ipanema.

O mais velho do trio, é o prédio multiuso, fundado na Avenida Nossa Senhora de Fátima, defronte o hoje Restaurante Xokante’s. Fundado em 1951, pertence à prefeitura e funcionou com inúmeras funções, entre elas abrigou o museu que se iniciava em 1959. Continua funcionando, não sabemos, porém, com que atividade. Trabalhou muito na parte educacional, inclusive servindo também de depósito de material escolar.

O segundo prédio corresponde a uma escolinha acanhada, construído no antigo Bairro Barragem às margens da BR-316. Foi inaugurado em 1956, com o título de Escola Manoel Xavier Acioly e tinha o intuito de educar a criançada daquela região periférica de Santana do Ipanema. Passou por reformas não está com tanto tempo assim, melhorando também seu visual externo. Foi a pioneira na área além da Ponte da Barragem e sua contribuição, embora invisível pela distância do Centro e das grandes escolas continua altamente relevante primordialmente para os Bairros Barragem, Clima Bom e boa parte da área rural.

O terceiro prédio, ainda mantém na sua fachada o nome Escola Branca de Neve, é apertado, parede e meia entre residências situado à Rua Delmiro Gouveia. Fundado em 1976, fica defronte ao atual e conhecido Restaurante Zé de Pedro. Atualmente a Escola Branca de Neve funciona como anexo da Escola Durvalina Pontes, bem como a escola da barragem.

Esses prédios, como foi dito acima, tornam-se indiferente aos transeuntes, aos distraídos e aos indiferentes, porém têm um alto conceito educacional (as escolas) na hierarquia municipal da Educação e no segmento pais de alunos. Para a sociedade, geralmente as escolas pequenas não chamam atenção como a de edifícios volumosos, entretanto, a qualidade do ensino está sempre em destaque entre os componentes da Educação. Ambas as escolas continuam prestando relevantes serviços à população santanense. Uma visita de cortesia alegra visitas e visitados. Experimente! Quanto ao prédio multiuso, o nome já diz tudo. Só em ter sido a primeira sede do museu já procede sua bela história particular.

Conhecer a terra em que nasceu, faz um bem danado!

A propósito, você sabe quem foi Manoel Xavier Acioly?

ESCOLA MANOEL XAVIER ACIOLY (FOTO: B. CHAGAS/ LIVRO 230).

 

 

 

  ONDE ELES ESTÃO? Clerisvaldo B. Chagas, 18 de maio de 202 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.535   Procurando um ret...

 

ONDE ELES ESTÃO?

Clerisvaldo B. Chagas, 18 de maio de 202

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.535

 






Procurando um retelhador em Santana do Ipanema para prevenir goteiras na casa durante o inverno. Quem disse que tem? Profissional exclusivo extinto com a evolução das cidades. Extintos como os alfaiates que não se encontram mais, salvo o último deles em Santana do Ipanema, Gilson Saraiva que ainda faz sua roupa sob encomenda lá no beco São Sebastião. Para retelhamento de casa, cabra velho, somente o tipo pedreiro que também se arvora na arte de retelhar residências, dessas que ainda não têm estuque. Como ainda faz falta o “Seu Tô”, antigo e mais famoso profissional da minha juventude! Mas também para vasculhar casas, tirar a sujeira da parte inferior das telhas, extirpar casas de aranha... Com vara cumprida e vassoura de palha vendidas na feira, também é zero. O dono e a dona-de-casa não podem mais apelar para Maria Lula e nem seguidores.

A galega que morava perto da Rua da Praia, usava cocó e parecia com uma alemã, era a mais solicitada para este mister; apesar de beber uma cachacinha e ficar vermelha que só açafrão! A galega solteirona (acho) que abastecia sua casa de taipa trazendo água do Panema em pote de barro e rodilha na própria cabeça. Seus descendentes profissionais despareceram. Também nesses tempos modernos quase Santana fica sem barbeiros e foi preciso haver cursos profissionalizantes para evitar a extinção. Os jovens aproveitaram bem e em cada bairro não falta mais barbeiro que agora quer ser chamado de cabeleireiro. Alguns nem barba querem fazer mais.

A chamada sociedade vai se transformando, deixando obsoletos inúmeros objetos, mas no meio desses objetos muitas características de seres humanos que parecem únicas.

A falta de retelhadores faz lembrar a quadrinha do folclore nordestino:

 

Têm quatro coisas no mundo

Que atormentam um cristão

Uma casa com goteiras

Cavalo feio e choutão

U’a mulher ciumenta

E um menino chorão.

ESCADA E VASSOURA DE PALHA PARA VASCULHAR (FOTO: B. CHAGAS).

 

 

 

 

  LAJEIRO Clerisvaldo B. Chagas, 19 de maio de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.535   Lajeado, lajeiro, lajedo,...

 

LAJEIRO

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de maio de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.535




 

Lajeado, lajeiro, lajedo, são palavras que definem o afloramento no solo de pedra extensa, fixa, e de variadas formas. No Sertão chamamos simplesmente, lajeiro. Conforme o seu formato pode abrigar furnas de onças, abrigos de preás, mocós e cobras. Quando elevado ou rente ao chão pode acumular água da chuva em simples depressões, rachaduras ou em formações de caldeirões e panelas. É usado para descanso, para lavar roupa, ponto de lazer. O lagarto teiú gosta de tomar o sol da manhã nesses lajeados. Nas suas rachaduras ou em qualquer lugar de falha na sua croa, surgem os cactos sertanejos como o xiquexique, o alastrado, a coroa-de-frade. Pode apresentar o facheiro ou o mandacaru, mas a preferência é pelos três primeiros apontados acima.

Embora pareçam entre si o alastrado e o xiquexique para o sertanejo têm ligeiras diferenças. O xiquexique (Pilocereus gounellei) cresce com seus braços encurvado para cima em forma de candelabro. Já o alastrado (Cephalocereus gounellei). Cresce em forma de candelabro, mas também se alastram pelo chão e mostra emendas retas de um braço ao outro. Muitos cactos são usados para enfeitar praças, jardins e fachadas de casa. A coroa-de-frade que parece mesmo com uma coroa do religioso, é fã dos lajeiros e usados por donas-de-casa atrás da porta de entrada e no jardim, contra energias negativas (atenção redobrada com as crianças).

O grande lajeiro do sítio Laje dos Frades, além de bonito, armazena muita água pluvial, foi imortalizado por nós, no livro “Negros em Santana”. Fizemos nova visita ao loteamento Colorado (Luar de Santana) ainda em formação, registramos uma paisagem ímpar na primeira quadra a 340 metros de altitude. Além da paisagem de campo, um belíssimo conjunto de xiquexique que forma a cereja do bolo (ver foto). Pensamos em publicar sete fotografias de tirar o fôlego, descrevendo-as no lugar das crônicas durante a próxima semana. Colírio para leitores e descanso para o autor. Inclusive, a foto de hoje que retornará comentada.

Estes são alguns valores dos lajeiros sertanejos, olhados com visão inquiridora de amante e geógrafo do semiárido.

Sua interação é VIDA para o blog.

LAJEIRO E BELÍSSIMO EXEMPLAR DE XIQUEXIQUE. AO FUNDO, PARTE DE SANTANA DO IPANEMA E SERRA DO POÇO

(FOTO: ÂNGELO RODRIGUES).

 

 

 

 

 

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