NOVAMENTE A AVENIDA Clerisvaldo B. Chagas, 9 de junho de 202 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.550 Nem sei o porquê d...

 

NOVAMENTE A AVENIDA

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de junho de 202

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.550





Nem sei o porquê de os políticos gestores colocarem dois nomes na compridez de uma rua. Um trecho com um, outro trecho com outro nome. Em Santana do Ipanema, temos algumas dessas fuleragens: Rua Nilo Peçanha com Antônio Tavares, Rua Manoel Medeiros com Nair Amaral, Avenida Coronel Lucena com Arsênio Moreira. Seria cada trecho um voto a mais? Isso é prática antiga. Mas vamos ao que interessa. Falamos aqui sobre a transformação da outrora elitizada Avenida Coronel Lucena. Essa é a Avenida principal da cidade e vai desde o Centro Comercial até Praça Adelson Isaac de Miranda (antiga da Bandeira). Dali para a BR-316, imediações da Caixa Econômica, a mesma Avenida recebe a denominação de Arsênio Moreira. Nem sabemos se tem ou não tem o “Dr.”.

A transformação desse corredor de entrada e saída da cidade ficou registrado há pouco, porém, vendo duas fotos do escritor Fábio Campos aposentadas, sobre edifícios novos que estão sendo construídos nesse corredor, resolvemos voltar ao tema. Em um deles irá funcionar mais um banco que está chegando a Santana do Ipanema. É um exemplo do modernismo que tomou conta de ambos os trechos. Muitas luzes e muitos cristais ornamentando o que já era destaque, vão agigantando a avenida de dois nomes. O edifício do novo banco ocupa o lugar onde funcionava o Posto de Combustíveis J. Pinto, ao lado do Banco do Brasil. Do outro lado da rua, surge uma clínica de alto nível também com primeiro andar, vidraças e luzes. O terreno era ocupado pela residência do saudoso médico Dr. Clodolfo Rodrigues.

Assim temos a Sétima Avenida dos Estados Unidos em Santana. Brincadeira à parte, Entre o Centro Comercial propriamente dito, temos no corredor, Quatro Bancos, Colégios, Prefeitura, Biblioteca, posto de gasolina, um sem número de lojas, farmácias, igrejas, EMATER, Equatorial, laboratórios, praças e prestadoras de serviços outras que atraem todas as cidades satélites para Santana. As avenidas de nomes emendados brilham como nunca e, o trânsito intenso carece cada vez mais de estacionamento.

CLÍNICA E BANCO ORNAMENTAM A AVENIDA (CRÉDITO: FÁBIO CAMPOS).

 

 

  VIAJE BEM Clerisvaldo B. Chagas, 8 de junho de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano  Crônica: 2.549   A Ordem de Serviço do go...

 

VIAJE BEM

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de junho de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

 Crônica: 2.549


 

A Ordem de Serviço do governador para o início da duplicação do trecho de rodovia Arapiraca – Olho d’Água das Flores, deslumbra melhores dias para Agreste/Sertão. Na realidade, a duplicação total será de Maceió ao Alto Sertão de Delmiro Gouveia, extremo oeste das Alagoas. Para quem não conhece esse trajeto, podemos esmiunçar para entendermos a grandiosidade da obra.

Chegada à duplicação da rodovia Maceió – Arapiraca, esta continuará até o município de Delmiro Gouveia, assim: Arapiraca (Agreste) chegando ao Sertão através de Jaramataia, depois Major Izidoro (acesso) Batalha, Jacaré dos Homens, Monteirópolis e Olho d’Água das Flores. Daí pega o entroncamento que leva até São José da Tapera, outros acessos, até o novo entroncamento em Olho d’Água do Casado daí ao município de Delmiro Gouveia.

Também do entroncamento de Olho d’Água das Flores, pode, de um lado, se chegar a Palestina e Pão de Açúcar (sem duplicação) por outro lado, pode se chegar a mesma Delmiro Gouveia (sem duplicação) desse entroncamento via Santana do Ipanema, povoado Carié. Do entroncamento de Olho d’Água do Casado, pode-se chegar até Piranhas (sem duplicação).

Quanto a Santana do Ipanema, pouco mudará, em relação à capital. As duas antigas opções permanecerão válidas. Ida a Maceió via Palmeira dos Índios (a mais utilizada) ou via Arapiraca, menos utilizada. Pode até ser que a duplicação da segunda, estimule, mas talvez a tradição permaneça.

Ganharão com a pista dupla o turismo interiorano, bastante viciado ao litoral, a segurança dos viajantes, o escoamento da produção sertaneja, a melhora das cidades para o recebimento de turistas, como exemplos, a construção da orla de Pão de Açúcar e a inclusão de Santana do Ipanema no roteiro do Cangaço, novos empreendimentos aplicados na Bacia Leiteira, no Médio e Alto Sertão e no Sertão do São Francisco, entre outras coisas boas que chegam de repente sem ninguém esperar. Um bom momento para industrializar às margens do Canal do Sertão, a exemplo de Petrolina.

A fé continua viva.

A fé não pode morrer.

ARAPIRACA (FOTO: B.  CHAGAS).

  MARIA FUMAÇA Clerisvaldo B. Chagas, 7 de junho de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.548 Louvada a ideia de ressu...

 

MARIA FUMAÇA

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de junho de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.548


Louvada a ideia de ressuscitar a Maria Fumaça, em Maceió. Os anais marcam a história dos trens em Alagoas, como uma das mais belas da nossa terra e que hoje implanta saudade dos áureos tempos que buscavam com denodo o progresso para todos. Os trens de Alagoas que nos primórdios competiam com o caminhão, transporte cargueiro de extrema valia numa época de burros, cavalos e carros de boi, também rodavam pelos sertões onde a Maria Fumaça ainda não chegara. Trem de Viçosa a Quebrangulo, de Quebrangulo a Palmeira dos Índios, de Palmeira dos Índios para o Agreste de Arapiraca rumo ao rio São Francisco na presença de Porto Real de Colégio. Uma saga impagável que entrou em romance de Graciliano Ramos, de Adalberon Cavalcante Lins e de Clerisvaldo B. Chagas (Deuses de Mandacaru e Fazenda Lajeado).

Fazer a velha máquina da Maria Fumaça rodar novamente em Maceió, pode atrair milhares de turistas, gente da história e curiosos em geral. Pelo menos em parte os episódios épicos poderão ser mostrados num simples passeio pela capital, sítios e usinas, antigos engenhos transformados. O que temos atualmente são as imagens de antigas estações acabadas pelo abandono ou transformadas e trilhos semienterrados no solo coberto de capinzal. Interessante é o vai-e-vem das coisas, acabaram com as ferrovias em troca pelo pneu e agora querem o “mói de ferro novamente no Brasil.

Sobre Alagoas, na época em que o trem de ferro descia de Quebrangulo para Palmeira dos Índios, houve um projeto para que a linha férrea chegasse até o Sertão de Santana do Ipanema, registro do escritor conterrâneo Oscar Silva. Suponhamos que o desinteresse político sertanejo, tenha dado asas a outras lideranças que conduziram a Maria Fumaça para o agreste de Arapiraca e ao baixo São Francisco com Porto Real de Colégio. Em Santana do Ipanema e Sertão, nem o cheiro de fumaça da Maria! Para que o trem em Santana, meu Deus! Para ser extinto em pouco tempo como o de Palmeira dos Índios que mantém a máquina em museu da cidade.

Em Santana do Ipanema, bastava as mungangas de um doido que havia nos tempos de Oscar. Ganhava uns trocados para imitar o trem, enchia o peito de ar, batia as “asas” e soltava um apito alto e forte da gota serena! Estava ali o trem sertanejo

MARIA FUMAÇA (FOTO: DIVULGAÇÃO).