O QUE É UMA OBRA DE ARTE? Clerisvaldo B. Chagas, 5 de julho de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.568   A Rua Ant...

 

O QUE É UMA OBRA DE ARTE?

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de julho de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.568

 

A Rua Antônio Tavares, em Santana do Ipanema, sendo a primeira rua após o quadro comercial da cidade, já passou por várias fazes e transformações. E quando se falava que a terra de Senhora Santana poderia chegar às dimensões de Garanhuns e de uma Campina Grande, dava até para se duvidar. Mas o então, prefeito, Joel Marques, afirmava isso naquele tempo. Campina progrediu muito, mas chegar a Garanhuns pode ser possível em inúmeros aspectos. Estamos falando da Educação, da Economia, da Saúde e mesmo do estiramento urbano. Mas aqui, acolá, podemos imitar a sua Natureza, nem que seja por um certo período. Estamos rodeando para chegar à obra-de-arte, proporcionada pela sensibilidade de Jeane Chagas, que mais uma vez nos envia uma foto da Rua Antônio Tavares em plena neblina.

Qual é o pintor que você conhece capaz de pintar um quadro em tela com todo o esplendor como este acima? Obra-de-arte é aquela que me seduz. Por mais que os “revolucionários” botem um pedaço de lata na praça e queiram convencer que aquilo é arte, ficamos com pena dele e passamos ao largo. Pois Santana do Ipanema virou Garanhuns, com a neblina que chegou à Rua Antônio Tavares. Claro que chegou também em outras vias, mas o registro partiu dali. E se houvesse um prêmio fotográfico?

As pessoas estão assim tão preocupadas com as coisas mais superficiais da vida e deixam escaparem aa belezas na simplicidade cotidiana. Hoje em dia, todos podem registrar uma cena diária que de repente entra para a história daquela comunidade. Apenas um celular com boa resolução, pode ajudar para uma obra-de-arte, mas também para um elo histórico que aquela pessoa teve o privilégio de registrar e que vai refletir, repercutir, ser lembrado, muitos e muitos anos à frente. Temos como exemplos fotos antigas que publicamos representando Santana. Reproduzimos desde as fotos dos anos 40 em diante, inclusive fotografia de 1787, 1900, 1915 e 1920/30.

Como é bom amar a terra em que a gente nasceu.

É até um grande tributo ao nosso Criador.

Bom mesmo é fazer dos nossos corações verdadeiras obras naturais de artes.

RUA ANTONIO TAVARES EM JULHO DE 2021 (JEANE CHAGAS).

 

 

  BARRAGEM Clerisvaldo B. Chagas, 2 de junho de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.567   Barragem é palavra comum par...

 

BARRAGEM
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de junho de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.567

 

Barragem é palavra comum para a maioria das pessoas, entretanto, para aqueles que nasceram e cresceram perto de uma delas, o significado e a amor são profundos.  Estar na barragem em Santana do Ipanema durante as cheias do rio, é assistir mais uma vez a ópera das águas que atrai a metade da população para o espetáculo. Cada cheia, uma corrida para apreciação como se fosse a primeira vez. Barragem com rio seco, é assoreada. Jardim formado pela Natureza nas areias grossas, na parte de cima. Na parte de baixo, pedregulho ligado às sete passagens das águas as quais os santanenses a identificam com as “sete bocas” da barragem. Mesmo com o rio seco, o lugar reflete nostalgia sem fim para os que a conhecem de perto.

Muitos ali fazem convescotes. Outros sentam solitário nas suas bocas a meditar e beber. Lugar bom de pesquisar sobre a fauna e a flora, de acampar, de caminhar e de entender o que se procura da vida. Quando a barragem foi construída no início da década de 50, também formou uma casinha do outro lado do rio que originou o bairro do mesmo nome e que progrediu bastante e hoje está irreconhecível. O bairro dos cassacos (construtores de estradas) faz parte da BR-316, nela está enraizado e conta a epopeia da construção da rodagem antiga e da barragem que seria a grande fornecedora d’água para Santana. A barragem seca ou cheia sempre foi um ponto atrativo da cidade. A sua ponte continua sem nenhum retoque desde a construção. Coisa bem feita no tempo que os homens tinham vergonha.

Mas, para a exigência moderna, a ponte ficou estreita e as passarelas laterais amedrontam os pedestres, pois, além de estreitíssimas, têm baixa altura. Muitos transeuntes preferem esperar o trânsito momentâneo de automóveis, caminhões e carretas, para atravessarem correndo antes do próximo bicho de motor. Não é fácil porque a ponte é comprida igual a uma semana de fome.

Contudo, a velha barragem continua romântica e nostálgica como um idílio. Naturalmente algumas pessoas não conseguem enxergar doçura num monte de concreto. Mas, bem dizem os que entendem, “os poetas enxergam diferente”.

Fazer o quê?

(BOCAS DA BARRAGEM - DIVULGAÇÃO)

 

  SEU JULHO Clerisvaldo B. Chagas, 1 0 de julho de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.565 Chegou o Seu Julho, mês ...

 

SEU JULHO

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de julho de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.565


Chegou o Seu Julho, mês mais frio e chuvoso do nosso outono/inverno. E quando dissemos nosso, falamos do sertão de Alagoas. Julho é o mês de festa da Padroeira de Santana do Ipanema, a maior festa religiosa do interior do estado. Tradicionalmente é aberta com procissão de mais de 1.500 carros de boi que conduzem a santa de uma cidade circunvizinha até à sua paróquia, onde, geralmente é celebrada a missa no Largo Cônego Bulhões, ao ar livre. Mas também, para os amantes do tema, é o mês comemorativo do fim do cangaço nordestino, correspondente ao dia 28. E voltando à festa da Padroeira, sempre existe uma trégua da chuva no dia de abertura, quando multidão se desloca do campo para procissão rodando em carros de boi.

Já se foi aquela festa à moda antiga, um frio intenso, todos de japona (casaco de frio de moda importada), desafiando a “cruviana”, para lá e para cá por entre barracas e peças do parque de diversão. Músicas no alto falante enviadas como mensagem para namorados, namoradas e paqueras. Fileiras de bancas de jogos de dados, provocando a matutada. Carro de fogo no arame da praça, desenrolar de imagem da padroeira no poste, Passeio nos barcos, no curre, na onda, no carrossel de patinhas, na roda gigante. Balão colorido cortando os ares e banda de música abrilhantando tudo. Forró no mercado, bancas de jantares, leilão de produtos diversos, repentistas nos bares, bebidas para os apreciadores no entorno das brincadeiras.

Nave lotada, cada noite um pregador, apresentações religiosas, pessoas descalças pagando promessas, presença do bispo na última noite do novenário e procissão final interminável! Era essa a Festa da Padroeira da nossa cidade que, igualmente a outras do mundo inteiro, foi variando com o tempo, cai aqui, melhora ali, mas a devoção e a fé continuam inabaláveis na avó do Cristo que chegou por aqui na Ribeira do Panema em 1787. Mês de julho é tão esperado quanto o seu irmão junho. Além do que já foi dito, é a consolidação da safra anual do campo.  O que passa de julho é rebarba e muitas produções da zona rural já foram perdidas por causa da frieza do mês de agosto em outras ocasiões.

O mês 7 é um número místico, o maior de todos. Recebeu o nome de julho, em homenagem a Júlio César. Deus no comando.

TRABALHO CONSTANTE NAS RUA (B. CHAGAS).