O CRUZEIRO
Clerisvaldo B. Chagas, 16
de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão
Alagoano
Crônica 1.844
Primeira capa da revista O Cruzeiro, em 1928. (Arquivo). |
Estamos em torno dos 41
anos do fechamento da revista de circulação nacional, O Cruzeiro. Foi uma
revista de grandes reportagens e alto padrão lançada no Rio de Janeiro em 10 de
novembro de 1928 e perdurou até 1975. Era editada pelos Diários Associados, de
Assis Chateaubriand. Em 1960 recebeu novo design editorial que ficou
conhecido como “bossa nova”. A revista O Cruzeiro foi a principal revista
ilustrada brasileira. Com inovações gráficas, publicações de grandes
reportagens com ênfase ao fotojornalismo, estabeleceu linguagem nova na
imprensa do Brasil. Reportagens de grande repercussão surgiram em parceria com
a dupla repórter-fotográfico, sendo a mais famosa a formada por David Nasser e
Jean Manzonque, anos 40 e 50.
O Cruzeiro falava dos
astros de Hollywood, cinema, esportes e saúde e ainda divertia com charges,
culinária e moda. Foram feitas reportagens como Lampião, Floro Novais,
entrevistas com cangaceiros e cangaceiras e cobertura do suicídio de Getúlio.
Chegou a atingir uma tiragem de 720.000 exemplares, quando a maior fora 80.000.
Dizem que nos anos 60, O Cruzeiro entrou em declínio por má gestão, sem o uso
de suas fórmulas e o surgimento de novas publicações como as revistas Manchete
e Fatos e Fotos. O ano de 1975 marcou a consagração da televisão e o declínio
dos Diários Associados. Claro que todo veículo de comunicação tem sua
tendência, sendo assim também com esta revista.
Nos anos 60, apesar de
gostamos de gibis, como Tarzan, Kid Colt, O Fantasma e outros, aguardávamos
também O Cruzeiro, para olharmos na última página, a charge do Amigo da Onça.
As revistas chegavam para Dona Maria, esposa do alfaiate, Seu Quinca, à Rua
Nilo Peçanha (Rua da Cadeia Velha). Dava gosto receber tantas revistas
cheirosas das gráficas brasileiras. Muitas vezes quando as revistas chegavam,
já estávamos aguardando na casa de Dona Maria, que era uma pessoa paciente e
agradável.
A polêmica da estátua em
homenagem ao jumento e seu tangedor, em Santana do Ipanema, foi mote desta
revista em longa reportagem falando dos dois lados da questão, entre o prefeito
da época e o vereador Everaldo Noya.
Que lembranças da
qualidade em comunicações!
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