quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

 

ESCRAVIDÃO ANIMAL

Clerisvaldo B. Chagas, 28 de janeiro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.650


 

Correu mundo a imagem do carroceiro que em Maceió transportava a carcaça de um fusca e foi preso. Enquanto estivemos em Maceió por longo período, sempre ficamos inturidos com cenas semelhantes de peso excessivo nas carroças e no maltrato aos animais. Esse negócio de tração animal em zona urbana é um desastre. Sempre defendemos (em mais de um artigo) que os carroceiros deveriam fundar uma associação com ajuda das autoridades para facilitar a compra de motos e de carrocerias seguido de curso de condutor. Erradicar de vez o trabalho escravo dos animais e continuar ganhando o sustento da família. Já existe isso no estado de Goiás, se não estamos enganados. Vimos muitos cavalos velhos, torturados, esqueléticos, trabalhando nas carroças em Maceió. Só faltavam cair a qualquer momento, mortos, no meio do trânsito.

Em Santana do Ipanema, os carroceiros trabalham com burras, não existe burro e nem cavalo. Os animais são bem zelados e adquiridos na região de Palmeira dos Índios. Mesmo assim, vez em quando acontece caso estúpido que vai parar na delegacia. Não existe na cidade uma associação protetora de animais. O ser humano continua bruto e descontando os dissabores de casa no pobre animal de trabalho que não tem como se defender. Uma covardia espetacular que se inicia no açoite ao animal o dia inteiro, muito mais pelo vício de bater de que qualquer outro motivo. Até filhos pequenos de carroceiros são flagrados conduzindo e batendo de relho nas burras, sem parar, pelo exemplo que tem em casa.

A propósito, uma explicação: A burra é muito mais eficiente no mister da carroça. O burro não aguenta o rojão de puxar carroça o tempo todo. O jumento é para carregar peso no lombo e, o cavalo não é apropriado para esse tipo de trabalho. Costuma abrir os peitos pelo esforço, dito pelos próprios carroceiros. Cavalos e jumentos são impróprios para subir e descer serras com cargas, logo adoecem e morrem. Nesse caso o burro não enjeita parada para o trabalho de subir e descer os montes bem como para longas caminhadas, o que os outros animais não fazem. O mundo doméstico tem muitos segredos dominados pelos especialistas.

São parecidos, mas não confundir jacu com urubu.

 

 

 


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2022/01/escravidao-animal-clerisvaldo-b.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário