DETALHES DA HISTÓRIA PARA OS VERDADEIROS Clerisvaldo B. Chagas, 8 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3...

 

DETALHES DA HISTÓRIA PARA OS VERDADEIROS

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3326



 

Na elaboração do nosso livro, O BOI, A BOTA E A BATINA, HISTÓRIA COMPLETA DE SANTANA DO IPANEMA, falamos na fundação da capela de Senhora Santa Ana, em 1787 e que hoje é a Matriz de Senhora Santana. Mas acontece que muitas coisas da nossa história não ficaram registradas e a tradição foi acabando. Essas coisas não comprometem o geral, mas pesquisadores, historiadores, arquitetos, gostam de detalhes para que as suas obras sejam as mais completas possíveis. Portanto, acho que baseados nas fontes orais dos “mais velhos”, os irmãos Araújo (Floro e Darci) que escreveram “Santana do Ipanema conta a sua História, edição de 1976, falam da primeira reforma da capela que teria sido em 1900. Aí vem o detalhe: O mestre-de-obras da reforma teria sido FRANCISCO JOSÉ BIAS.

Ora, o livro O BOI, A BOTA E A BATINA, respeitou em suas páginas a afirmação dos irmãos escritores, até porque não existe outra fonte sobre o assunto. Pois bem, eis que muito tempo depois do lançamento do nosso livro, em cujas páginas também falamos da grande reforma da década de quarenta que deu a feição externa do que é hoje a Matriz com 135 metros de torre, não fala sobre o seu mestre-de-obras, unicamente por falta de fontes escritas e orais. Porém, o escritor João Neto Félix, surgiu com uma notícia, talvez colhida entre suas amizades de juventude: O mestre-de-obras daquela importante reforma, a da década de 1940, teria sido o cidadão, Antônio Torres Galindo, segundo o seu neto Luís Carlos Galindo, o Lula de Jandira, afirma o escritor João Neto Félix.

Portanto, para a felicidade de abnegados e exigentes pesquisadores, achamos verdadeira a explicação e a registraremos, caso haja uma terceira edição do livro O BOI, A BOTA E A BATINA, HISTÓRIA COMPLETA DE SANTANA DO IPANEMA. A reforma da igreja de Senhora Santana foi   uma verdadeira revolução em toda a região sertaneja. Ainda hoje, a Matriz de Senhora Santana é o principal cartão postal do Sertão Alagoano. Porém, temos belas arquiteturas na região, principalmente nas igrejas que compõem as cidades ribeirinhas do São Francisco. Muitas delas construídas em períodos remotos pelos primeiros padres estrangeiros que habitaram o baixo São Francisco. Mas entendemos perfeitamente que algumas pessoas querem viver como “Deus criou batata”

 

 

  VEM OU NÃO VEM Clerisvaldo B. Chagas, 9 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3325   Hoje, sexta, dia...

 

VEM OU NÃO VEM

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3325



 

Hoje, sexta, dia 5, o aspecto celeste sertanejo mudou, muitas nuvens brancas vieram fazer companhia ao azul limpo do céu e o tempo resolveu elevar a temperatura para 38 graus. “Os fumantes estão acendendo cigarros no Sol”. Brincadeira à parte é tomar muita água, ficar sem camisa e alugar o chuveiro. Mas não é somente a temperatura alta, é o abafado que desmantela até ventilador. E a gente olha para cima, olha de lado, espia o horizonte e nada. Nada de uma nuvenzinha cinza para trazer esperança. E para quem não gosta de beber nada gelado, tudo indica vontade de mudar os hábitos. Quando o tempo aperta de verdade, nem um só passarinho se avista na rua, se esconde o gato, o cachorro e os donos. Nos terreiros rurais, galos, galinhas e pintinhos, acomodam-se sob às sombras ralas das pinheiras, abrem os bicos e esperam. Esperam como nós: vem ou não vem, a trovoada de “torar braúna?”.

Alguém da vizinhança está fazendo café, porque por aqui passou o cheiro forte e bom que até o computador quis sair do lugar. E no mesmo viés vou lembrando do povoado Pedrão da minha, infância. Mulheres torrando café, agregando os grãos em tabletes. Tabletes, depois, quebrados em pedaços e jogados no pilão com rapadura e pilado na hora. O aroma tomava conta do povoado e de quem tivesse a favor do vento. E o café encorpado, cheiroso e provocativo dominava na mesa com ovos frescos do quintal e pão dormido vindo de Olho d’Água das Flores. Você quer saber! Assim não dá para resistir. Pausa no Book e busca de um pequeno.

Mas, ei que chegou à tardinha. A temperatura continua emperrada nos 38 graus, vento parado e calor já descrito. Entretanto, duas bandas do céu começam a ficar cor de cinza, coisa que não acontecia há muito. Acontece que nenhum dos dois lados do nosso céu, indica chuvas em Santana do Ipanema, cidade. Pois, a formação das nossas chuvas, acontece no Leste, no horizonte das bandas do mar. Pode até dá uma chuvadinha, mas não em Santana urbana. As pessoas já começam a se animar nas ruas e até caixa de som é colocada para fazer zoada nas imediações, mas a gente continua olhando para cima e se perguntando VEM OU NÃO VEM?

 

  O BONDE E O TEMPO Clerisvaldo B. Chagas, 5 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.324   O bonde surg...

 

O BONDE E O TEMPO

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.324



 

O bonde surgiu no Brasil, no final da década de 1850, no Rio de Janeiro. Era nesse início de atividade, puxado a burro. Passou a ser usado também em São Paulo e foi passando para outras capitais e evoluindo. Conheci e andei de bonde na década de 1950, em Maceió, com o bonde sem burros e movido pela eletricidade, uma notável evolução. O bonde trafegava em trilhos sobre as ruas da capital com paralelepípedos. O condutor do bonde, era chamado Motorneiro e que, por sinal, o marido da minha tia Carminha era motorneiro. Ainda lembro de quando o bonde foi extinto na capital e, tempos depois os trilhos foram também retirados das ruas. O bonde era barato, seguro e romântico, demonstrava uma espécie de glamour. Eu deveria, nessa época contar entre oito e dez anos de idade.

Já havia ônibus na capital. Apenas o transporte de pneus evoluía e o ciclo do bonde estava em seu final. Eis que agora fomos surpreendidos pela tecnologia de ponta, quando surgiu em Curitiba a novidade do bonde sem trilhos, com alguns vagões como o trem, visando novos momentos para a mobilidade urbana. E veja que em muitas capitais ainda estão sendo implantados o VLT. (Que bom seria um VLT entre Santana do Ipanema e Maceió!) Poderemos até dizer que a era do ônibus intermunicipal acabou. As chamadas VANS tomaram conta de tudo e ainda estamos aguardando coisas mais modernas porque a Ciência não para de descobrir, de inventar, com uma rapidez tremenda e que até assusta para o nosso futuro. Concorda conosco? Um bonde digital!

Para não pensar demais, mesmo com o calor sufocante do Sertão, vamos tomar um cafezinho, amigo, amiga, para aguentar o tranco das tecnologias e os catabios do cotidiano. E como uma coisa puxa outra, para quem nunca ouviu falar, catabios eram os solavancos que levávamos em todo tipo de carro na estrada de terra, antigamente. Mas também Catabio era o apelido de um doido que havia em Santana do Ipanema, na minha juventude. Ah! Era o tempo em que heroico DNER - Departamento Nacional de Estrada e Rodagem – constantemente estava a consertar a rodagem Santana – Palmeira, Santana – Delmiro. Hoje, DNER se chama DNIT e catabios se chama trepidação.

BONDE DIGITAL DE CURITIBA (SECRETARIA DE TRANSPORTES – DIVULGAÇÃO).