quarta-feira, 28 de agosto de 2013

NOTÍCIAS DA AGRIPA



NOTÍCIAS DA AGRIPA
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de agosto de 2013.
Crônica N 1076
IPANEMA A MONTANTE DA BARRAGEM. (Autor).

ESCOLA HELENA BRAGA EM FESTA DE ELEIÇÃO. (Autor).
A Associação Guardiões do Rio Ipanema, após coleta de dados do primeiro subtrecho dos seis em que o rio Ipanema foi didaticamente dividido, faz trabalhos paralelos. Começamos vigorosamente a nossa biblioteca virtual de títulos. Estão sendo catalogados todos os livros que falam sobre o rio Ipanema, seja ele exclusivo sobre o rio ou apenas se refira ao acidente geográfico com uma frase apenas. Além da nossa biblioteca virtual de títulos, emparelhamos com a coleção de plantas medicinais, encontradas no leito do rio Ipanema ou em suas margens, próximas. Em breve, pois, a AGRIPA também abrirá às suas portas às escolas santanenses do básico aos cursos superiores para pesquisas em nossa biblioteca e fitoteca do rio Ipanema, únicas nos dois estados. Logo, logo, a AGRIPA também convidará botânicos, biólogos ou professores de Biologia que se prontifiquem a catalogar conosco, a fauna do rio na área restrita aos objetivos da AGRIPA. A Associação espera contar com todas as associações, comunidades e escolas situadas às margens do Ipanema, nessa fase inicial de coleta de dados.
Os Guardiões do Rio Ipanema, são pessoas que trabalham normalmente em suas respectivas profissões, portanto pessoas ocupadas. Mesmo assim, cada um procura doar um pouco do tempo disponível para engrandecimento de uma entidade que poderá ser motivo de orgulho para Santana do Ipanema. A AGRIPA poderá indicar, por exemplo, o turismo de trilha, lazer e ecológico pelo despertar das suas belezas naturais, como mostra a foto ilustrativa acima. Os seus membros trabalham sem remuneração alguma, apenas movidos pela paixão do liame com o Ipanema. É preciso, contudo, uma sede própria, modesta, mas decente e bem localizada, para que os Guardiões possam trabalhar e receber suas visitas que não serão poucas. E aquele que tiver condições de assim fazer por ela, em amor à causa que move a Associação, com certeza a AGRIPA agradecerá aos benfeitores. Existe inclusive a ideia de honraria anual aos que prestarem relevantes serviços ao seu desenvolvimento.
Enquanto isso, a AGRIPA continua abrigada na Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas, no Bairro São José, escola que sempre fez parceria com a comunidade e que coopera fortemente com uma guardiã e dois guardiões saídos do seu quadro. Sexta-feira, próxima, haverá mais uma reunião ordinária da AGRIPA, ocasião em que poderá definir sobre seus futuros associados.



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terça-feira, 27 de agosto de 2013

LAMPIÃO E CORISCO



LAMPIÃO E CORISCO
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de agosto de 2013
Crônica Nº 1075
  
Para quem gosta de história de cangaceiros, apresentamos abaixo, matéria publicada na “Folha da Manhã”, jornal sergipano no tempo do cangaço. Dez dias após a morte de Lampião, era estampada no referido jornal:
“Diz-se que, morto Virgulino, o rei do cangaço, tem em Corisco um legítimo sucessor. Entretanto, somente a impressão exterior é que transfere para a atual eventualidade o prestígio de uma majestade que Corisco há muito adquirira por merecimento próprio.
Lampião, sem dúvida, o maior destruidor de riquezas e de vidas que já viveu no Brasil, criou fama à sombra de perversidades e vandalismos sem limite, Era uma alma esfíngica, um ser incompreendido, que guardava uma surpresa em cada gesto.
Suas atitudes não tinham a execução lógica de um caráter fixado na psicologia, pois a sua conduta era um mundo de fugas e fintas para os observadores mais íntimos. Era aliás, a chave do seu terrível prestígio.
Corisco é mais humano. Tem um caráter definido. Sem nenhum sentimento de bondade, age, porém, como homem lógico. É uma verdadeira máquina de precisão. Lampião ameaçava sempre, mas nem sempre executava a ameaça.
Corisco não diz o que pretende fazer. Faz. E, quando age, vai direto ao objetivo. Será fácil adivinhar-se uma atitude de Corisco, ao passo que era impossível saber o que Lampião faria até mesmo na hora do fato. Mas, na técnica de atacar, Lampião ficava muito a distância de seu antigo subordinado.
Na história sangrenta de Corisco não se registra um assalto frustrado. Ele estuda o terreno, pesquisa, prepara-se com requintes de cuidados, mas quando investe é para vencer sempre.
Não se aventura a um assalto duvidoso, ao passo que Lampião muitas vezes teve que fugir diante de uma resistência inesperada.
Esse homem diabólico ainda vive no sertão, onde sua fama só é menor do que a de Virgulino pela repercussão das barbaridades do rei do cangaço. As forças que combatem o banditismo reconhecem a superioridade técnica de Corisco e compreendem ser ele um bandido mais “duro” do que Lampião.
Morto o “terror do sertão”, resta às autoridades a caça ao bandido louro. Manuel Neto, Luiz Mariano e João Bezerra, a trindade de ferro que luta pelo extermínio do cangaço no Nordeste sabem que encontrarão em Corisco um inimigo se não mais perigoso, pelo menos mais valente e mais difícil de abater. Vai começar, agora, a caçada ao bandoleiro de olhos verdes. Não faltarão aos seus perseguidores a tenacidade e a coragem necessária para enfrentar todos os riscos dessa luta de morte a que os sertões nordestinos assistirão”.




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