PERFURATRIZ
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de março de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.207
Prédio elegante, semelhante a um pequeno sobrado,
era atração entre o final da Rua São Paulo e o rio Ipanema. Era o edifício que
guardava o complexo de máquinas que perfuravam o solo e enviavam água para o
edifício do Fomento Agrícola, situado na Rua de São Pedro, onde havia o
primeiro tanque de bombeiros de Alagoas. O elegante prédio era rodeado de
janelas, tinha calçada alta e quase sempre se encontrava fechado. Defronte, a
estrada de rodagem que levava até Olho d’Água das Flores, também fazia parte da
Rua São Paulo. Ali, todas as tardes, rapazes jogavam bola numa animação grande,
principalmente os sapateiros da fábrica de calçados do senhor Elias, em final de
expediente.
Ambos os prédios faziam parte da revolução
agrícola que estava sendo implantada em Alagoas, juntamente com o sítio
experimental, Sementeira. Foi época em que havia um curral de gado na rua
vizinha onde se originou a Rua de Zé Quirino, ainda hoje assim chamada, porém,
com o nome oficial de Rua Prof. Enéas. Todos esses temas com foco na pobreza
social da região, estão no mais novo romance AREIA GROSSA, que possivelmente
será lançado no segundo semestre. Resgatamos mais de 60 personagens que viveram
por ali, edifícios como: Perfuratriz, Fomento Agrícola, Escola Bacurau,
Igrejinha de São Pedro, Fábrica de calçados, de colchões, de malas. Sorveteria
Maringá, Hotel de Maria Valério, Canoeiros do Ipanema, Olarias e o movimento da
luta santanense pela energia elétrica de Paulo Afonso. Têm algumas ilustrações
desses prédios.
O romance mistura personagens reais com
fictícios, assim como várias situações excelentes que dão sabor ao romance.
AREIA GROSSA, diferente dos outros seis romances do autor, não é do ciclo do
cangaço. É um romance social, específico das margens do rio Ipanema,
profundamente humano, mas com todos os ingredientes de um bom romance/novela: amor,
sexo, paixão, ternura, violência, lutas sociais.
OBS. Devido a agenda lotada pelo lançamento de
livros no sábado,15, entrevistas, filmagens, aulas no serrote das Micro-ondas, voltaremos
somente após a segunda-feira.
EDIFÍCIO PUJANTE DO FOMENTO AGRÍCOLA,
ESTREMECENDO PARA MORRER. (Foto B. Chagas).
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