quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

  

FOTO DA SAUDADE

Clerisvaldo B. Chagas, 21 de fevereiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.194

 



Mais uma vez convocando os santanenses ausentes há muito, para recordarmos Santana do Ipanema, antes da ponte sobre o rio, no Comércio, isto é, antes de 1969. Santana a cerca de 60 anos. Quer detalhes da foto para as suas pesquisas saudosas? Vamos lá: Vê-se foto parcial do Comércio de Santana do Ipanema, anos 60. Primeiro plano, casas comercias. Segundo plano: rio Ipanema (parte mais branca). Terceiro plano: margem direita do rio, ainda com raras e esporádica habitações. Voltando aos detalhes do primeiro plano: da esquerda para a direita, isto é, descendo a ladeira: pedaço da barbearia Salão Moderno, dos Pichita; Beco São Sebastião: igreja de São Sebastião (esquina de baixo); casa de primeiro andar de dona Hermínia florista e seus filho malucos, Agissé, Poni; Farrnácia Confiança de Hermínio Tenório (Moreninho) com duas cruzes nas portas;

Bar e casa suspeita de José Vieira; casarão, antiga morada do Cel. Manoel Rodrigues da Rocha, servindo como hotel e restaurante de Elias e Branca; Alfaiataria Nova Aurora do senhor Walter Alcântara. Ultimo prédio à direita, não completamente identificado. Parece ser fábrica de cachaça de Antônio Bulhões. Defronte aos edifícios, uma pequena árvore solitária da praça invisível.

Todo o vazio da margem direita do rio Ipanema, hoje está representado por vários bairros que se desenvolveram após a ponte General Batista Tubino, no Comércio, em 1969. São eles: Domingos Acácio, Paulo Ferreira (antigo Floresta), Isnaldo Bulhões (antigo Colorado), Santo Antônio.

O vazio da foto, margem direita, mostra apenas as áreas que formaram os Bairros Domingos Acácio e Paulo Ferreira. Este onde estar localizado o Hospital Dr. Clodolfo Rodrigue de Melo. Apesar da não definição da fotografia com clareza, o rio Ipanema acha-se representado.por pedregulhos e pouca água. E se quer saber sobre os prédios da foto, apenas continuam   parecidos, mas não originais a igreja de São Sebastião  e o casarão do coronel,  este, transformado em Galeria/shopping.  Vamos ver se dá certo, apresentações de foto antigas com interpretações, às sextas.

E se os amigos querem saber, estaremos, se Deus quiser, dia15 de março lançando livros em Santana. Já no dia 17 de março, no serrote Gonçalinho (Cristo, Micro-ondas) ministrando aulas vivas de Geografia e História com grupo de alunos do povoado Areias Brancas, entrevistado e filmado. Projeto do jovem Samuel. Vamos?

PARCIAL DO COMÉRCIO DE SANTANA (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO, LIVRO 230/ACERVO DO AUTOR)..


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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

 

CIÇO DOIDO

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de fevereiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.193

Com a aproximação do Carnaval, que não mais existe em Santana, pelas próprias mudanças dos tempos, cabe aqui registrar o que já foi registrado. O Carnaval santanense, que ia do sábado de Zé Pereira à terça, apresentava os blocos de rua na parte da manhã. Raramente alguns passavam para a parte da tarde. Aqui acolá havia bandos de caretas (bobo ou papa-angu) outras cidades e estados. Aqui acolá bandos de caretas acompanhava um bloco, de repente e, de repente também, deixavam-no de lado.  Eu, entrando na adolescência ainda não havia estreado em bandos de caretas. No quintal da casa do senhor José Urbano e dona Florzinha, fazíamos as máscaras. Para isso pegávamos barro de telha e tijolo da olaria do Sr. Eduardo Rita, moldávamos em forma de cachorro, de cão, de gente, de porco...

Colocávamos a forma a secar ao Sol. Depois de seca, íamos colando papel de jornal e um papel liso por último. Após secar tudo ao Sol, pintávamos a máscara, colocávamos os buracos para o elástico segurar a máscara à cabeça e pronto. Depois era trajar roupas diversas, esconder o restante da cabeça, arranjar um relho com ponteira e ganhar as ruas arrulhando: Rrrrrr....  Rrrrr....  e dando carreira em menino estalando o relho. A primeira vez, saímos pelo portão que dava para a Rua de Zé Quirino, devidamente trajados, quando avistamos outros caretas pela rua, inclusive um careta enorme e que nos assustou. Mas ele se aproximou de nós e indagou baixinho: Quem são vocês? Respondemos. Indagamos de volta quem era ele. O careta muito alto respondeu: Ciço, Ciço que o povo chama de Ciço Doido!

Pronto! Estávamos aliviados e garantidos pelo tamanho do careta do outro bando. Quem iria mexer conosco, com um caretão daquele por perto com relho na mão? Ciço Doido era o filho mais velho do senhor Manezinho de Melo, morador da Rua São Pedro. Era irmão de “Barata”, Manoel e outros. Todas, pessoas excelentes, porém, faltando certo ajuste na cabeça de cada um deles.

E para não ficar devendo, o Carnaval santanense tinha corso pela tarde (passeios de automóveis rua acima, rua abaixo) frevo entre os prédios do meio da rua às 16 horas e matinê no Tênis Clube à mesma hora e, à noite para adultos, regado a lança-perfume, confetes e serpentinas. No clube “Sede dos Artistas”, também.

Mas nunca esqueci da primeira experiência como careta e nem de CIÇO DOIDO.

 


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