domingo, 6 de julho de 2025

MACEIÓ

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de julho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.262

 



“Às vezes a gente enfrenta um elefante e se engasga com um mosquito”, é assim que diz mais um ditado sertanejo. Além de estudar por um bom tempo na capital, desde criança que a frequentava, isto é, desde os tempos do trem de ferro em Palmeira dos Índios. Estudei, pesquisei muito, solitariamente, como sempre, mas não consegui conhecer de perto dois lugares e rever mais um.  E não eram coisas do outro mundo não, mas quando o destino não quer, é porteira fechada. Alguns pontos famosos de época, bem consegui visitá-los como o “Gogó da Ema”, o “Farol da Jacutinga” que emitia feixes de luzes alternadas vermelhas e azuis, o “Bar das Ostras”, no seu ocaso. As três coisas ainda a serem citadas me faltaram, porém.

E vamos a elas: o Parque Municipal, que é uma boa parte da Floresta Tropical ou Mata Atlântica. A Bica da Pedra + a Estação do Catolé e uma segunda visita muito mais consistente ao Porto do Cais. Esses eram os pontos famosos de Maceió, que eu nunca consegui visitá-los. Ao cais fui somente com um colega de República de Estudantes, de carona na cabine de um caminhão transportando melaço de uma usina de Rio Largo. Pense! Tudo para mim era novidade. Fiquei impressionado com a região do cais, porém, nunca voltei ali para matar a minha curiosidade e anotar coisas. E sem conhecer o Catolé, suas águas e seus banhos, ponto alto da capital, parti para outros lugares. Do Parque, só tive conhecimento da sua existência, muito tarde e nem tive oportunidade de abraçá-lo. Hoje em Santana do Ipanema, ainda penso na frustração.

Mas, ainda baseado em mais um ditado sertanejo, “a gente só faz o que pode”, misturei-me às multidões e perambulei muito pelas ruas, avenidas, pontes, vielas, praias e lagoa sempre procurando meus alvos, meus objetivos. Muitas vezes, em busca de atenções da Medicina mesmo, aproveitava e transformava o possível estresse em novas pesquisas e assim ia ampliando os meus horizontes literários.   Lembro-me até como fiquei feliz em realizar uma pesquisa em plena Estação Ferroviária e o carinho como uma senhorita encarregada me recebeu. Tudo isso agradeço à vida. Continuo pesquisando e escrevendo até a hora do desembarque...

Assim seja!

PELAS RUAS DE MACEIÓ (FOTO: B. CHAGAS).

 

                                                                       

 

 


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quinta-feira, 3 de julho de 2025

 

PARAÍSO

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de julho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.261

 



Pense num inverno arretado!  Chuva e Sol se alternando no Sertão com temperatura agradável. As chuvas são moderadas, educadas e benfazejas; pode até não ser inverno de juntar água nos grandes reservatórios das fazendas, porém, está sendo muito bom e sadio. Estou escrevendo essa crônica na manhã do dia 28 de junho, véspera de São Pedro e São Paulo diante de um dia ensolarado, cheio de verde e com aspecto de paraíso. Foi não foi, uma olhadela na rua, nos montes, na Natureza. Um cafezinho para relaxar, um naco de bolo de milho e nova jornada no Book, vestindo a crônica do início de julho. Que belo dia inspirador de um passeio pelos campos, pelo asfalto, pelas serras. Um dia diferente, profícuo e cheio de alegria desejado por todos nós.

As ruas amanheceram penteadas da chuvarada de ontem à noite. Mas, ainda amanheceu nublado, fez desaparecer todos os pássaros do calçamento e das fiações. E o Sol, ao furar pouco a pouco o cerco das nuvens cor de marfim, esquentou os corações e trouxe de volta os pardais, as rolinhas, o bem-te-vi, refugiados da humidade.  Mal vou fechando esses pensamentos, amigo, amiga, o tempo, por birra quer mudar de novo. Ameaça voltar a chover e me empurra para o casaco costumeiro do refúgio. Ah, meus leitores, não tem como não retornar ao cafezinho. Teclado, café, café, teclado e... Asas ao pensamento. É preciso driblar a frieza do mês de julho, frieza imortalizada com a madrugada de 28 de julho de 1938, quando trucidaram o Rei do Cangaço.

Entretanto, segue o tempo “entre tapas e beijos” e importante é não haver tragédias por enchentes, deslizamentos e outras modalidades que se vê todos os dias na televisão do mundo inteiro. Certa vez disse o pároco da paróquia de São Cristóvão de Santana do Ipanema, hoje em Maceió na paróquia da Serraria, José Augusto, sobre as futuras chuvas: “que venham, mas venham mansas”. Pois, desde que o padre foi embora, há muitos anos, as chuvas nunca chegaram bravas. Nessa crônica feita em três tempos, já noiteceu e eu estou ouvindo o tamborilar da chuva educada nas telhas. Quanto a frieza desse momento, acha-se tão educada quanto a chuvadinha.

É melhor rezar o terço da Mãe de Deus e colocar água quente na garrafa. Estou indo...

PERIFERIA/PARAÍSO VERDE (FOTO: B. CHAGAS).

Ontem, dia 3, 18 graus na noite santanense.

 


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