VÍTIMAS DE EXPLORAÇÃO (Clerisvaldo B. Chagas. 14.01.2010) Para o mundo estarrecido diante de mais uma catástrofe que se abateu sobre a A...

VÍTIMAS DE EXPLORAÇÃO

VÍTIMAS DE EXPLORAÇÃO

(Clerisvaldo B. Chagas. 14.01.2010)
Para o mundo estarrecido diante de mais uma catástrofe que se abateu sobre a América Central. Mais uma porque aquele belo país da Ilha Espanhola tem sido fustigado constantemente pela miséria, tirania, invasões e fúrias da natureza. O Haiti não é aqui, é bem ali, é acolá. Situado no mar do Caribe, O Haiti possui forma de jacaré com boca aberta. Tendo uma superfície de 76.192 km2 e cerca de 11 milhões de habitantes, esse país é considerado o mais pobre das Américas e um dos mais atrasados do mundo. Suas terras são formadas de montanhas e pequenas planícies nos vales de rios e no litoral. Outra forma de relevo é um planalto no leste e centro do território. Sua capital é Porto Príncipe com cerca de dois milhões de habitantes e, apesar do nome bonito, parece não dá sorte. País exportador de açúcar, banana, manga, milho, batata-doce, legumes e tubérculos, o Haiti, não consegue o progresso diante de tantos acontecimentos importantes e negativos. A maioria da população segue o catolicismo, sendo Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, sua padroeira. Com dez departamentos (semelhantes aos nossos estados), o país fala o crioulo, porém, 10% dos seus habitantes se expressa na língua francesa, também oficial.
Como o Caribe é uma zona perigosa devido aos violentos furacões, chuvas torrenciais e abalos sísmicos, o Haiti é óbvio, sofre todas as pressões de ordem natural. O terremoto que atingiu horrivelmente seus limites na última terça, segundo as primeiras notícias, matou milhares de pessoas. A capital ficou como se tivesse recebido um ataque áereo de grandes proporções. Sete pontos na Escala RITCHER, são mesmo de grandes proporções. O próprio presidente daquele país, René Préval, se espanta dando a catástrofe como coisa inimaginável. E o que estava fazendo ali naquela hora a nossa tão querida Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança? Tombou na igreja durante uma apresentação para mais de uma centena de pessoas. Assim o Brasil perde no Caribe uma das heroínas do nosso país e do mundo. Além disso, vão-se também onze brasileiros do nosso glorioso exército em missão de paz. Um dia de inferno completo em Porto Príncipe. Capital marcada também por ditaduras como a do feroz François Duvalier ─ apelidado Papa DOC ─ a partir de 1964. Duvalier conseguiu exterminar a oposição, foi inimigo e perseguidor da Igreja Católica. Mas o Haiti tem histórico de outros tiranos em seu governo. Quando não é a natureza que aciona de um lado, são os aventureiros insanos que atacam de outro. A pobreza, a fome e a miséria tomam conta das ruas de Porto Príncipe. Lembra da Levada, bairro de Maceió nas imediações do centro comercial do mercado? O Haiti também é aqui.
Será que o castigo natural da América Central foi o meio que Deus encontrou para chamar a atenção do mundo para aqueles seres, também humanos? A verdade é que ditadores e natureza tramam contra aquele povo moreno. Relembrando o tempo da escravidão negra no continente:
É sim
O Haiti
Aqui
Ali
Acolá
As mesmas VÍTIMAS DE EXPLORAÇÃO.

POR TRÁS DOS MUROS (Clerisvaldo B. Chagas. 13.01.2010) Quando o famigerado muro de Berlim foi derrubado, houve festas na Alemanha e no ...

POR TRÁS DOS MUROS

POR TRÁS DOS MUROS

(Clerisvaldo B. Chagas. 13.01.2010)

Quando o famigerado muro de Berlim foi derrubado, houve festas na Alemanha e no mundo. O essencial naquele momento não era apenas a demolição do socialismo, mas o reencontro de familiares e parentes separados pela brutalidade de algumas nações. Anos após a euforia, eis que os Estados Unidos, alegando invasões de imigrantes clandestinos, resolvem construir outro “muro da vergonha”, entre o seu território e o México. Aquele país que anexou terras mexicanas antigamente e que hoje são estados americanos, continua humilhando seu vizinho, emergente do sul. Eles, os Estados Unidos, estavam lá na Europa ajudando os russos a dividirem Berlim. Mas a questão divisória também se abriga em Israel ao erguer um muro alto e longo contra os palestinos. Agora o mesmo Israel cisma em construir outras barreiras entre seu território e o Egito. Alega falta de controle com imigrantes ilegais e penetrações terroristas, devendo chegar às novidades em pouco tempo.
Casos de xenofobia vão alastrando-se no mundo e não constituem mais surpresas no continente europeu. Ali os países procuram fechar cada vez mais as fronteiras para imigrantes africanos, os mesmos explorados por eles durante décadas. Estão esquecidos da máxima que diz que a fome dá direito ao pobre de importunar o rico. Além disso, existe a própria discriminação no continente entre países do mesmo bloco. Essa aversão a estrangeiros vai expandindo-se pelo mundo afora, principalmente entre países desenvolvidos. Discriminam-se também pela cor da pele, pela origem do continente, chegando à antipatia pessoal. Apesar dos esforços de muitos pela união dos povos, esses muitos parecem poucos diante da crescente intolerância. No Brasil mesmo, as leis não impedem totalmente essa antipatia vexatória. Estados do Sul não se entendem; o Sudeste e o Sul torcem o nariz para nordestinos. Moradores de rua, índios, gays, prostitutas, mendigos, são vítimas fatais constantes nas grandes metrópoles do país. Os corações vazios de Deus trabalham apenas com a saúde e o ódio bestial, discriminatório e demolidor. Assim a discriminação vai formando círculos de isolamentos como uma pedra produz ondas sucessivas em águas tranquilas.
Não conseguimos enxergar povos felizes em isolamentos semelhantes. Aliás, os muros dos Estados Unidos e Israel, só fazem acirrar os ânimos e estimular a criatividade dos que detestam as fronteiras. No caso dos Estados Unidos, desde a Segunda Grande Guerra que procuram dominar o mundo fomentando ódio e derramando sangue em todos os continentes. Como podem colher morangos se plantam espinheiros? Terroristas não saem do nada. Quanto a Israel, sua história contemporânea de lutas com seus vizinhos, vem desde os tempos da volta do cativeiro no Egito. Deus prometeu a paz com as nações do seu entorno apenas a Salomão em homenagem a Davi. Enquanto vozes de amor e razão não tomarem a frente de Estados Unidos e Israel, a incerteza infeliz estará fazendo o seu papel dilacerante POR TRÁS DOS MUROS.





 AS CORES BRASILEIRAS (Clerisvaldo B. Chagas. 12.01.2010) Bastante proveitosa a reportagem do Globo Rural do último domingo. Um tema empo...

AS CORES BRASILEIRAS

 AS CORES BRASILEIRAS
(Clerisvaldo B. Chagas. 12.01.2010)

Bastante proveitosa a reportagem do Globo Rural do último domingo. Um tema empolgante sobre índios do Mato Grosso com excelentes qualidades de imagens e sons. É de impressionar a qualquer branco cuidadoso o desempenho indígena. Morando em uma reserva do tamanho de Sergipe, mesmo assim a preferência é pela carne branca, deixando a caça como segunda opção. Assim fazendo, os índios zelam pela saúde com sua dieta à base de peixe. A reportagem teve o cuidado de também mostrar a prática do exercício físico, o que nós fazemos através das academias. Outro aspecto interessante são os pomares de pequis plantados a cada criança que nasce. Funcionam como se fossem poupanças seguras para o futuro dos filhos. Sendo o pequi e a mandioca bases alimentares, compreendem-se os sábios gestos da aldeia. Também é digno de nota o sistema de armazenagem do alimento básico para assegurar o consumo coletivo durante um ano. Suas danças tradicionais, além de agradecimentos aos espíritos protetores, tem objetivos de manter a alegria, evitando assim a depressão. (Lembrar que o cristianismo diz que Deus não quer a tristeza nos seus filhos). Além da mentalidade adiantada na economia, saúde, religiosidade, os índios mantém a tradição sem dispensar a tecnologia branca como o uso do computador, da televisão e de filmadoras, como destaques. Em relação ao desmatamento, só o fazem em redor da aldeia quando são obrigados; mantendo atenção especial para evitar a expansão do fogo pela floresta. Em não precisando desbastar, simplesmente usam o sistema de descanso da terra, alternando a cultura. Existe até um ritual (que nós chamamos de junta de reconciliação) para reconciliar marido e mulher que se desentendem e se separam.
Inúmeras pesquisas sobre alimentos consumidos pelos brasileiros tem como início os trabalhos mantidos pelas tradições indígenas; entre elas, o milho, feijão, mandioca, arroz e, agora, o pequi amazônico.
Negros e indígenas não apenas ajudaram a colorir o povo brasileiro, mas também possibilitaram o orgulho saudável que carregamos dentro de nós. Isso causa respeito e admiração no mundo globalizado. E diante de tantas informações provadas através do Globo Rural, é de se perguntar quem é o índio e quem é o civilizado. O que os médicos nos recomendam, os da aldeia vem fazendo há centenas de anos. São reportagens dessa magnitude que aguardamos no nosso dia a dia. Estamos fartos de tantos direcionamentos para o negativo que preenchem as páginas sangrentas dos noticiários. É preciso, pelo menos, algumas dosagens de coisas boas para levantar o moral das multidões estressadas. Afinal o que não presta possui uma facilidade medonha para se propagar.
Nem tudo está perdido na televisão brasileira. Mas cabe também ao telespectador escolher os programas da sua preferência. Pelo menos não existe a falta de liberdade como no Iraque, China e Cuba. Enquanto isso vamos seguindo diante do mundo com as nossas CORES BRASILEIRAS.