TEMA SOBRE A SELEÇÃO (Clerisvaldo B. Chagas. 9.6.2010) Tema: A raça imposta por Dunga/Credencia à seleção Se Júlio César pegar Bola em cim...

TEMA SOBRE A SELEÇÃO

TEMA SOBRE A SELEÇÃO
(Clerisvaldo B. Chagas. 9.6.2010)
Tema: A raça imposta por Dunga/Credencia à seleção

Se Júlio César pegar
Bola em cima, bola em baixo
Se Juan mostrar que é macho
Se o Lúcio não falhar
Se Maicon desenrolar
Passando pra Luisão
Grafite dando um chutão
De falta o goleiro funga
A raça imposta por Dunga
Credencia à seleção

Se Kaká jogar valente
O Gilberto atrás não fique
Se Ramires der um pique
Nilmar jogar bem na frente
Se Elano entrar mais quente
Conquistando a posição
Robinho sente emoção
Dá dribles que voa a sunga
A raça imposta de Dunga
Credencia à seleção

Se Júlio virar gigante
Fabiano virar mil
Thiago honrando o Brasil
Felipe ficar vibrante
Josué mais triunfante
Kleb cresce em atenção
Bola por cima ou no chão
Goleiro vira calunga
A raça imposta por Dunga
Credencia à seleção

Se Felipe Melo é
Um volante atarracado
Gilberto Silva ao seu lado
Combina com Josué
Michel Bastos mete o pé
Para Doni é diversão
Daniel parece o cão
É a cara de Seu Lunga
A raça imposta por Dunga
Credencia à seleção

Se depender da torcida
Essa copa já é nossa
Torce o tabaréu na roça
Torce o ébrio na bebida
Torce o padre na guarida
Pula alegre o sacristão
No meio da multidão
Ou nos coqueirais do Gunga
A raça imposta por Dunga
Credencia à seleção

FIM

NILO PEÇANHA (Clerisvaldo B. Chagas. 8.6.2010) Para jovens pesquisadores Sempre me intrigou o pedaço em que foi dividida a Rua Antonio Tava...

NILO PEÇANHA

NILO PEÇANHA
(Clerisvaldo B. Chagas. 8.6.2010)
Para jovens pesquisadores
Sempre me intrigou o pedaço em que foi dividida a Rua Antonio Tavares. Iniciando no comércio até as duas primeiras travessas, o trecho é denominado Nilo Peçanha. Dali até o início do Bairro São Pedro, leva o nome de Antonio Tavares. Antonio Tavares foi comerciante, panificador, morava em um pequeno quarto perto da primeira travessa que divide as duas ruas, lugar onde faleceu. Foi pai do deputado Siloé Tavares, que se destacou na invasão ao Palácio dos Martírios, durante o processo de impeachment ao governador Muniz Falcão. Quanto ao trecho tão pequeno que leva o nome Nilo Peçanha, pouquíssimas pessoas sabem quem foi esse cidadão. Ali existiu a Cadeia Velha que funcionou também como ponto de venda de escravos e de sede do batalhão para combate ao cangaceirismo de Virgulino Ferreira. Funcionou também a Caixa Econômica Federal e a mais importante joalheria do interior alagoano, pertencente ao senhor Gumercindo Brandão (tio do professor Aloísio Ernande Brandão). Muitos episódios da história de Santana aconteceram nesse trecho tão pequeno de rua.
E, para desvendar o mistério dos que nada procuram saber, vamos deixar uma pitada de história do Brasil para os que fazem parte da rua pequena. Nilo Procópio Peçanha foi um menino pobre nascido no Rio de Janeiro, discriminado pela elite por ter nascido mulato. O seu pai era padeiro, sua mãe, pessoa ligada à política. Por causa da discriminação, Nilo teve uma vida inteira contra si; entretanto, estudou e formou-se em Advocacia. Ingressou na política e mostrou muita habilidade nesse caminho, chegando a ser presidente do Rio de Janeiro. Ele mesmo diz, mais tarde, que havia sido criado com pão dormido e paçoca. Tornou-se abolicionista e, até mesmo seu casamento foi um escândalo, por causa da sua condição de filho de pessoas de cores diferentes. Nilo foi constituinte, senador e eleito vice-presidente de Afonso Pena. Nilo Procópio Peçanha também foi maçom, sendo Grão-mestre do Grande Oriente do Brasil, gestão 1917-1919. Mas voltando ao passado, com a morte de Afonso Pena em 1909, Nilo Peçanha assumiu a presidência do Brasil até Novembro de 1910. Como presidente da República, Peçanha criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria. Criou ainda o Serviço de Proteção aos Índios (SPI) e inaugurou o Ensino Técnico no Brasil. Esse grande brasileiro faleceu em 1924 no mesmo estado em que nascera. Nesse ano em Santana do Ipanema, deixava a intendência, Sebastião de Medeiros Wanderley e assumia o 9º intendente do Município, o senhor Manoel de Aquino Melo.
O santanense ignora o nome do trecho, chamando-o, simplesmente Antonio Tavares. Não sabemos o porquê desse vício administrativo geral que corta e denomina pedaços de ruas. Por falta de pesquisa, também não temos a data em que esse diminuto casario recebeu o nome do presidente do Brasil, nem procuramos saber em qual gestão municipal batizaram aquela porção. Mas sempre pensei que se eu fosse artista plástico, faria um belo quadro desse lugar, sem movimento, captando a saudade, a melancolia e as histórias invisíveis que se escondem na Rua da Cadeia Velha, na Rua NILO PEÇANHA.



NO TEMPO DOS ENGRAXATES (Clerisvaldo B, Chagas. 7.6.2010) Para João Neto de Dirce e jovens pesquisadores O espaço que hoje forma a praça de...

NO TEMPO DOS ENGRAXATES

NO TEMPO DOS ENGRAXATES
(Clerisvaldo B, Chagas. 7.6.2010)
Para João Neto de Dirce e jovens pesquisadores
O espaço que hoje forma a praça defronte a igreja principal de Santana, vem assim funcionando desde a fundação da cidade. A evolução física da igrejinha dedicada à avó do Cristo (1787) e o casario que se delineava formando o comércio central foram deixando sempre do mesmo jeito o terreno comprido que servia as feiras semanais. Somente em 1931, no governo do primeiro intendente interventor, Frederico Rodrigues da Rocha, 1930-31, o espaço batido virou praça de verdade, recebendo a denominação de “Praça João Pessoa”. Nessa época já existia a casa que pertenceu ao maestro “Seu Queirós” (hoje Museu Darras Noya) e o terreno vazio entre a casa e a Igreja Matriz de Senhora Santana (atualmente salão paroquial). Também existia o grande prédio de primeiro andar, no lado esquerdo da Matriz, bem como os chamados “prédio do meio da rua” e o “sobrado do meio da rua” (estes dois, demolidos no governo Ulisses Silva (1961-65).
Durante a década de 60, já com o nome de Praça Coronel Manoel Rodrigues da Rocha ─ totalmente moderna para a época ─ esse logradouro abrigava pequeno número de profissionais a quem denominávamos engraxates. (Certo que o professor de Português, bancário Antonio Dias, nos falava que a palavra engraxate, não existia. Mas era diferente, charmosa, regional, melhor de que engraxador). Depois muitos engraxadores surgiram e, a praça passou a concentrar cerca de quinze ou mais desses limpadores de sapatos. Alguns foram ficando famosos, porém, um começou lentamente a se destacar, passado a ser o mais procurado de todos. Então, só se enxergava outro engraxate, quando Zequinha estava lotado de serviços. Queremos dizer com isso que, além dos clientes que sentavam à sua cadeira diferenciada, havia ainda os vários pares de calçados enviados para ele, espalhados em torno da cadeira. Bem, o segredo é que todos achavam que Zequinha era o melhor, punha mais brilho, fazia um trabalho mais perfeito. Dessa turma de engraxates da praça, só lembro os nomes Zequinha e “Cololô”, filho do Sérgio que foi nosso gerente da Fazenda Timbaúba. Depois, a moda dos engraxadores foi passando, escasseou a praça e virou número zero.
No sobrado do meio da rua, entre as casas comerciais de autopeças (Arquimedes) e o armarinho “A Triunfante” (Manoel Constantino), lado da frente, tinha cativo lugar em cadeira alta, o profissional isolado “João Engraxate”, que muito servia aos caixeiros-viajantes. Era o mais antigo. João, baixo, forte, calvo, idade avançada, era pai do mais famoso cantor santanense de nome Cícero, conhecido por Cícero de Mariquinha, nome da sua mãe. Não me lembro de outros, da época, especificamente.
No Governo Genival Tenório (1978-82), alguns engraxadores surgiram e ficaram abrigados sob uma frondosa algarobeira no centro da praça. Alguém colocou alguns saguins na árvore e os próprios engraxates alimentavam esses pequenos macacos calitriquídeos. Depois, tudo acabou. Era uma época divertida, NO TEMPO DOS ENGRAXATES.