SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
IMA EM SANTANA É ERRO Clerisvaldo B. Chagas, 09 de janeiro de 2014 Crônica Nº 1119 O QUE PROVOCA A FALTA DE LEIS MUNICIPAIS Fo...
| O QUE PROVOCA A FALTA DE LEIS MUNICIPAIS Foto: Clerisvaldo) |
A FILA DOS HOMENS NUS Clerisvaldo B. Chagas, 08 de janeiro de 2014 Crônica Nº1118 Eu sabia sobre todos os combates da Segunda Gr...
LAMPIÃO EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS Clerisvaldo B. Chagas, 06 de janeiro de 2014 Crônica Nº 1117 PALMEIRA DOS ÍNDIOS. Foto: rafae...
![]() |
| PALMEIRA DOS ÍNDIOS. Foto: rafaelarielrodrigo.blogspot.com |
Repousando nos bons
ares agrestinos, Palmeira dos Índios sentia ali perto o bafo quente do sertão. Produzindo
cereais e letras como sede do bispado, estava circundada por escarpas importantes
que davam acesso ao planalto de Garanhuns. A famosíssima serra das Pias era uma
das que lhes emprestavam umidade que suspirava em suas terras. Com aspecto de
pequena capital, o admirado núcleo não estava isento do perigo. Talvez, não o
perigo vindo da serrania, das divisas com o velho Pernambuco, mas sim do sertão
queimado percorrido pelas alpercatas cangaceiras. Foi assim que a cidade
xucuru, a Princesa do Agreste, sentiu o arrepio do medo invasor de Lampião, em
1926, quando o bandoleiro invadiu e dominou a indefesa vila de Olho d’Água das
Flores, município de Santana do Ipanema. Sem nenhum aparato bélico, Palmeira
estava assanhada com a notícia trazida pelo caixeiro-viajante Meira, traumatizado
por ter visto o próprio satanás Virgolino queimar-lhe o automóvel e deixá-lo (a
ele, Meira) escapar por um triz. O apelo desesperador ao governo do estado
pareceu não produzir nenhum efeito sobre o povo palmeirense. Mas, para alívio
geral posterior, Virgolino não invadiu Palmeira dos Índios pela sua estratégia
individual.
Eis que no dia 31 de
julho de 1938, doze anos depois, a própria multidão apavorada de 1926, reúne-se
à Praça da Independência para recepcionar o ladrão, assaltante, estuprador,
torturador, assassino e bandido Lampião. O povaréu agora aguardava com ansiedade
a cabeça do bandoleiro, da sua amásia Maria Bonita e mais as de nove sequazes
abatidos em Sergipe, na Fazenda Angicos. E como carnificina era lugar de
açougue, foi mesmo defronte o açougue que a comitiva vinda de Piranhas e Santana
do Ipanema, estacionou para exibir os seus troféus. 
Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.