LAMPIÃO EM ALAGOAS E AUTORES SANTANENSES NA TV EDUCATIVA Clerisvaldo B. Chagas, 2 de fevereiro de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Al...

LAMPIÃO EM ALAGOAS E AUTORES SANTANENSES NA TV EDUCATIVA


LAMPIÃO EM ALAGOAS E AUTORES SANTANENSES NA TV EDUCATIVA
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.853

ESCRITORES CLERISVALDO, JOÃO MARCOS E MARCELLO FAUSTO. Foto: (Zezinho).
     Representando a 60 GERE, os escritores Clerisvaldo B. Chagas e Marcello Fausto, da Escola Estadual Profa. Helena Braga das Chagas estiveram na quarta-feira passada, em Maceió, em visita à TV Educativa. É que entre todos os títulos sobre o famoso cangaceiro Virgolino Ferreira da Silva, o livro “Lampião em Alagoas”, dos autores santanenses, foi o escolhido para um documentário sobre os 80 anos da morte de Lampião.
     Os preparativos para as filmagens do Último Dia de Lampião, quando o bandido foi surpreendido e morto na Grota dos Angicos, Sergipe, em 28 de julho de 1938, já estão em andamento.
     Sob comando do insigne João Marcos, jornalista, escritor, cineasta e diretor da TV Educativa, o documentário abordará o episódio em que três volantes alagoanas, saindo da Pedra de Delmiro (hoje cidade de Delmiro Gouveia) chegaram a Piranhas, desceram pelo rio São Francisco, durante a noite e, surpreenderam o bando acampado, no amanhecer do dia 28 de julho. A TV Educativa, por sugestões dos escritores santanenses, também filmará documentário simultâneo da movimentação da Última Viagem de Lampião e o encontro do combate na Grota.
     A convite do diretor João Marcos, com intuito de dirimir as últimas dúvidas da filmagem, Clerisvaldo e Marcello conversaram mais de duas horas com o cineasta. Muitas histórias sobre o cangaço foram contadas entre a dúvida, a lógica e às gargalhadas de fatos narrados pelo trio. Além da parceria firmada para Lampião em Alagoas, romances do ciclo do cangaço de Clerisvaldo B. Chagas como “Ribeira do Panema”, “Defunto Perfumado” e os inéditos “Deuses de Mandacaru”, “Fazenda Lajeado” e “Papo-Amarelo”, poderão fazer, futuramente, novas parcerias para longa-metragem.
     Satisfeitos com os resultados, os autores santanenses vislumbram nova dimensão para a obra, “Lampião em Alagoas” e vibram pelo nome de Santana do Ipanema no cenário nacional.
     Santana sediou o Batalhão que originou as forças volantes na caça aos cangaceiros em território alagoano. A atual Escola Cenecista, antes foi a sede do Batalhão e, nos degraus da Igrejinha de Nossa Senhora Assunção, foram expostas as cabeças de Lampião, Maria Bonita e mais noves asseclas.
Aguardemos a filmagem no sertão alagoano.


BIOMAS BRASILEIROS Clerisvaldo B. Chagas, 28 de fevereiro de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.852 BIOMA CAATI...

BIOMAS BRASILEIROS


BIOMAS BRASILEIROS
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.852

BIOMA CAATINGA EM  IRECÊ (BA). FOTO: (PREFEITURA DE IRECÊ).
        Bioma é o conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento de tipos de vegetação contíquos e identificáveis em escala regional com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria. (IBGE). Parece até uma definição complicada para o leigo, mas que poderá refletir melhor e entender. Para esclarecimento, podemos apresentar como seis os biomas do Brasil. Cada qual, é claro, tem sua característica própria com a paisagem geral e suas compartimentações tendo a vegetação como o mais visível. Assim apresentamos A Amazônia, O Cerrado, A Caatinga, a Mata Atlântica, o Pantanal e o Pampa.
     A Amazônia é paisagem dominada pela Floresta Equatorial e corresponde a 49% do território brasileiro. A Floresta Equatorial é escura, fechada, árvores altas e emaranhadas de cipós. Apesar de ser vigiado por satélites, esse bioma do norte continua sendo desmatado às escondidas.
     O Cerrado é o segundo maior bioma e sai ocupando cerca de 24% das terras brasileiras, mas nos últimos cinquenta anos perdeu a metade do original. Sua área em grande parte central brasileira é composta de campos limpos e campos sujos com arvoretas de caules retorcidos e gramíneas. 
     A Caatinga, no interior nordestino ocupa 11% do seu território. É composta de cactáceas, arbustos, arvoretas e árvores maiores. 46% deste bioma já foram devastados.
A Mata Atlântica, também chamada Floresta Tropical, vem sendo devastada desde os tempos do descobrimento. Hoje se encontra com apenas 8,5%, mas já teve 13% do nosso território. Ocupando grande parte da faixa costeira do Brasil, é uma floresta escura, fechada, emaranhadas de cipós, porém, de árvores menores do que a da Floresta Equatorial. É composta de vários ecossistemas, como dunas, mangues e restingas, no Litoral.
     O Pampa, no extremo sul do Brasil é composto de campos limpos, gramíneas e arbustos de pequeno porte, correspondendo a 2% do Brasil.
     O Pantanal cobre cerca de 1,8% do território brasileiro. É a maior área alagada de água doce do mundo. Mais de 15% de sua área se encontram desmatadas. Surge na região central e oeste do Brasil. É um complexo que praticamente possui representação de todos os outros biomas.
        Mesmo tardiamente, vamos contribuir para preservar a Natureza.



O ÚLTIMO VIGIA DA NOITE (UM CONTO DE ASSOMBRAÇÃO) Clerisvaldo B. Chagas, 27 de fevereiro de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano...

O ÚLTIMO VIGIA DA NOITE


O ÚLTIMO VIGIA DA NOITE
(UM CONTO DE ASSOMBRAÇÃO)
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica/conto 1.851


     Eu nem sei o que estava fazendo àquelas horas da noite. Tudo difuso e eu caminhando pela rua muito comprida e sem calçamento. Caminhando, caminhando, caminhando, percebi que estava indo para um lugar do asfalto chamado Barragem. Dali poderia seguir para o centro da urbe. Finalmente cheguei ao final da via onde um rego seco e uma rampa de aterro me dariam acesso ao asfalto transversal. O leito seco seria a foz de riacho conhecido  que despejava no rio Ipanema. Passei pelo rego e deparei-me com uma vereda ladeada por alto capinzal. Temi algum bandido por ali escondido, mas comecei a subir a rampa por ela. De repente fiquei paralisado sem poder me mover em nenhum sentido, guiado apenas pelo pensamento. Surgiu uma luz branca e em seguida uma voz ordenando que seguisse. A mesma voz falava que no início do asfalto havia um bar com muitos bêbados e prostitutas; e que eu passasse direto em direção ao centro.
Subi longo ao asfalto, passei pelo bar, percorri longo aclive até chegar à chã. Ali havia um homem com uma lanterna acesa, grande e antiga – tipo usado pelos inspetores de trem – pendurada pela alça.
- E daí? – indagou.
- Daí o quê?
- Ora daí o quê!
- Não me aborreça que eu quero passar.
- Ah! E é? É o Lampião? Tá pensando o quê? Você viu uma luzinha piscando quando você passou pelo cemitério? Era eu. Fui eu quem mandou você seguir – rodou algumas vezes com a lanterna à mão e afirmou: sou o último vigia da noite.
Pensei até em gratificá-lo por me ter guiado, mas nem houve tempo. Surgiu um homem à margem da estrada que me disse mansamente: “ele morreu em 1920. Estar querendo brigar. Nem entendo disso, nem sei o porquê, mas se você disser a ele que vai botar um garrote em suas costas, ele sairá correndo”.
O galego deixou a lanterna de lado e armou-se para lutar, à semelhança de um boxeador. Rodeei-o de punhos armados, quando me lembrei das frases do homem da margem. Gritei que iria colocar um garrote em suas costas. O vigia sentiu um abalo. Fui repetindo a frase, complementando-a com força e citando o que aconteceria a ele com um garrote às costas, dizendo safadeza, até que o último vigia da noite, partiu ladeira abaixo espavorido.
Não digo que não vou mais andar à noite por lugares esquisitos. Como dizer, se a vontade não é minha? Que coisa! Ave.