PAU-BRASIL Clerisvaldo B. Chagas, 16 de fevereiro de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.471   “Árvore de até 30...

 

PAU-BRASIL

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de fevereiro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.471

 



“Árvore de até 30 m (Caesalpinia echinata) da família das leguminosas, subfamília cesalpinioídea que outrora habitava o litoral brasileiro, do Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro, e hoje em dia é bastante rara, com casca tanífera, madeira de cerne vermelho e tinta da mesma cor, folíolos pequeninos, flores amarelas  e vagens oblongas, também cultivada como ornamentais e por usos medicinais; arabutã, árvore-do-brasil, Arubatã, brasilaçu, brasilete, brasileto, brasil-rosado, ibirapiranga, ibirapitá, ibirapitanga, ibirapuitá, imbirapatanga, muirapiranga, orabutã, pau-de-pernambuco, pau-de-tinta, pau-pernambuco, pau-rosado, pau-vermelho, sapão”. (Wikipédia)

Uma árvore com tantas denominações indígenas e regionais, foi quase extinta no Brasil pela ambição desmedida dos europeus. Além do nome pau-brasil, esse vegetal é semelhante ao papagaio com seus matizes verdes, carimbados como brasileiros. Suas folhas são belíssimas como se tivessem sidos rendadas pelas mais exímias rendeiras do Nordeste. Como o pau-brasil é uma árvore que pode chegar aos 30 metros de altura, bom que seja plantada em fazendas, parques, sítios e chácaras. Não é aconselhável seu plantio para arborização de ruas devido ao seu porte, mas também, cultivada nas ruas, não encontra terreno fértil, afina, entorta o tronco e se amarra em, aproximadamente, 3 a 4 metros de altura. Mesmo assim é de uma beleza desconcertante com suas folhas em cachos suaves e amarelos. Costuma ser visitadas por borboletas, abelhas e pássaros pequenos.

Temos o privilégio em ter a companhia de um pau-brasil na casa vizinha e na arborização da Rua José Soares Campos onde a maioria das árvores são de algumas espécies de Acácia. A arabutã, além de conservar parte da história do Brasil em nossa rua, é até motivo de pesquisa pela sua raridade e folhagem majestosa. Além das sombras para descanso dos passantes, essas árvores atraem os pássaros rurais que invadem as nossas ruas como rolinhas, bem-te-vis e beija-flores que nos oferecem canto e companhia na solidão do Covid 19.

E diante da via completamente deserta, não resistimos a formosura da árvore pau-brasil e zás! Tome uma foto de celular para adoçar os nossos escritos.

PAU-BRASIL EM TEMPO NUBLADO (FOTO: B. CHAGAS).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  ALAGOAS/SERGIPE Clerisvaldo B. Chagas, 15 de fevereiro de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.470   Penedo, municí...

 

ALAGOAS/SERGIPE

Clerisvaldo B. Chagas, 15 de fevereiro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.470



 

Penedo, município localizado às margens do rio São Francisco, foi o primeiro núcleo habitacional de Alagoas. Coisas ainda dos primeiros navegantes portugueses após o descobrimento do Brasil. Depois de cinco séculos de história, o núcleo ribeirinho continua encantando turistas de todas as partes do mundo. É uma das mais belas cidades do nosso território, cheia de sobrados e histórias sem fim. Mas, apesar de carregar nas costas cinco séculos de existência, “enterraram uma cabeça de burro” na travessia de balsas no rio São Francisco que impediu até agora a construção da ponte Penedo (Alagoas) – Neópolis (Sergipe). Bastante progressista, Penedo recebeu um baque com a ponte Porto Real do Colégio – Propriá. Continuou de forma medieval transportando passageiros e coisas na base do remo e do motor de embarcações. Por tudo que representa, Penedo não merecia o descaso federal da obra citada.

Vamos colocar abaixo mais um texto sobre construção da ponte que se tornou sonho do outro mundo. Até a Imprensa cansou de publicar notícias que afirmavam o início das obras sobre o rio São Francisco. Estar muito pior do que aquela antiga novela do asfaltamento Carié – Inajá. Povo iludido há mais de 40 anos, porém, esse seriado enganador finalmente teve um final feliz. Semana passada, mais uma vez a Imprensa da terra volta a tocar no assunto dizendo: “O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, informou ao senador Fernando Collor (Pros) que já dispõe em mãos de um projeto da Companhia do Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF) para a construção da ponte que vai ligar o município de Penedo”.

A enganação e o descaso com a cidade levam de primeira um descrédito enorme, porém, políticos em busca de reeleição inauguram obas até duas vezes como fizeram com a de Porto Real de Colégio – Propriá. Nesse caso somente resta aos interessados das duas unidades da federação, uma entrada na briga ou o olho arregalado na espera da moita.

Porém, enquanto a ponte fica no sai, mas não sai, você poderá fazer uma visita a terra do saudoso escritor Ernani Otacílio Mero e se deliciar com tantas belezas acumuladas do tempo de balsas e canoas.

PARCIAL DE PENEDO. (FOTO: PREFEITURA/DIVULGAÇÃO

 

  FENÔMENO SERTANEJO Clerisvaldo B. Chagas, 12 de fevereiro de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.469   Durante e...

 

FENÔMENO SERTANEJO

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de fevereiro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.469

 



Durante e após vários dias seguidos de altíssima temperatura nesse verão de janeiro e fevereiro, o nosso Sertão alagoano aguardava até com ansiedade, uma trovoada daquelas que arrancam braúnas pela cepa. Mas nem tudo é como se quer que seja e a Natureza, tão agredida pelo homem, vez em quando surpreende os terráqueos nas diversas regiões do Planeta. Ontem mesmo, dia 11 de fevereiro, o clima do Sertão desconcertou seus habitantes.  O amanhecer trouxe um céu completamente cor de marfim, frieza mansa e uma garoa a que chamamos aqui de sereninho.  Pois foi esse sereninho e essa inexplicável mudança de tempo que deixaram nosso “verãozão” com cara de inverno normal do mês de junho. Pense o amigo na alegria do nosso habitat.

O pouco d’água, pelo menos ajudou em alguma coisa. Diz o ditado da nossa região: “O pouco com Deus é muito, o muito seu Deus é nada. Se o sereninho não deu para encher barreiros e açudes, melhorou significativamente a temperatura, o ânimo sertanejo, temperou a pastagem seca umedecendo o pasto para o criatório, o boi, o cavalo, o bode... O carneiro, com suas respectivas namoradas: vaca, égua, cabra e ovelha que espanaram água do capim nos seus dedicados vaqueiros. Alegria nos campos, júbilo nas cidades, “coceiras” nos bolsos. Será que teremos um inverno precoce? Não será o fenômeno do dia 11 apenas um capricho da Natura? Os idiotas do mundo mexeram tanto negativamente no meio ambiente que as surpresas do Alto ganham filas em todos os recantos do mundo.

A moça do tempo anunciou na TV chuvas em todas as regiões do País. Seria a continuação da prévia do nosso sereninho?! Vamos tocar a realidade e comparecer à Feirinha da Agricultura Familiar no Bairro Monumento onde estarão se apresentando os Profetas das Chuvas.

Quem mora no Sertão, não é agricultor e nem pecuarista, não deixa, entretanto, de namorar constantemente o tempo. Procura dinheiro nos raios do Sol, na face da Lua, procurando a negação do repentista:

“Cala-te com teu Sertão

Sertão é monturo

A água do teu Sertão

É mijo de bode, puro”.

SERTÃO ALAGOANO (FOTO: B. CHAGAS)