EXTRA! EXTRA! SANTANA DO IPANEMA . Clerisvaldo B. Chagas, 25/26 de outubro de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.60...

 

EXTRA! EXTRA! SANTANA DO IPANEMA.

Clerisvaldo B. Chagas, 25/26 de outubro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.600


 

Vivendo um Boom de progresso, Alagoas vem mais uma vez anunciar alvissaras ao povo alagoano. Com tantas AL já realizadas ou anunciadas, principalmente em nosso Sertão, como a duplicação Arapiraca – Delmiro Gouveia, via- Batalha, Olho d’Água das Flores, Olho d’Água do Casado. Ficamos alegres com essa duplicação, porém, tínhamos dúvidas se o trânsito pela BR-316, via- Palmeira dos índios, tradicional rota dos santanenses a Maceió, não ficaria esvaziado! Uma rota tranquila, tradicional e segura. Como adivinhando nossos pensamentos, eis que o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, anuncia a duplicação da BR-316, trecho Maceió – Pilar. Isso proporcionará maior segurança ao trecho mais movimentado de Alagoas, na planície litorânea, incluindo as onze curvas perigosas de Satuba, no vale do rio Mundaú.

Mas para vibração do povo do Sertanejo e que habita toda a extensão da BR-316, o ministro afirma que a duplicação continuará em direção à cidade de Palmeira dos Índios, Santana do Ipanema.... A primeira estrada asfaltada de Alagoas, Palmeira-Maceió, continua estreita e sempre precisou de uma duplicação. Já o trecho Palmeira do Índios- Santana do Ipanema, Carié, Inajá (PE), é uma estrada larga, boa e segura. E se agora entra nos planos imediatos do ministro da Infraestrutura, melhor ainda. Isso poderá beneficiar municípios como Atalaia, Maribondo, Belém, Palmeira dos Índios, Estrela de Alagoas, Cacimbinhas, Dois Riachos, Santana do Ipanema e, se houver prolongamento, ainda Canapi até a fronteira com Pernambuco. Isso fora municípios atingidos indiretamente, com acessos, a exemplos de Minador do Negrão, Poço dos Trincheiras, Maravilha e Ouro Branco.

Bem que diz o sertanejo: “quando terminam as terras de Nosso Senhor, começam as de Nossa Senhora”. Com essa nova estrutura muitos e muitos outros empreendimentos acontecerão no trecho e nos municípios citados, permitindo um desenvolvimento contínuo e jamais visto por essas bandas. O transeunte viaja sem medo algum pela BR-316, de dia ou de noite, achando-a mais segura do que pelas ALs que levam a Arapiraca, por causa dos longos trechos desabitados entre cidades. De qualquer maneira, não devemos contar com o ovo dentro da galinha. Aguardar, aguardar que políticos têm conversas que o cão duvida.

 TRECHO URBANO DA BR-316 EM S. DO IPANEMA (FOTO: ÂNGELO RODRIGES)

  SANTANA, UM VULCÃO EXTINTO? Clerisvaldo B. Chagas, 22 de outubro de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2. 599   Que...

 

SANTANA, UM VULCÃO EXTINTO?

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de outubro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2. 599

 

Quem consegue subir a ladeira extenuante do morro do Pelado ou Alto da Fé, em Santana do Ipanema é porque busca apreciar Santana do Ipanema do alto. Mas aqui fica o aviso: de que em nenhum mirante de Santana você observa a cidade total. É que Santana do Ipanema é abaulada e cada mirante mostra apenas paisagens de alguns lugares, cenários parciais. Mesmo assim é como se diz hoje em dia: “é de tirar o fôlego, Santana vista por qualquer um deles. Estamos, porém, querendo indicar ao visitante ou santanense desatento, a paisagem mais distante que circunda Santana, vista do serrote Pelado, onde um bom desenhista poderá levar ao papel o cenário entre o dia e a noite. (ultimamente algumas árvores cresceram à frente do ponto principal do mirante atrapalhando a visão).

Olhando-se com atenção para os horizontes, no serrote Pelado, temos a impressão de que Santana do Ipanema acha-se no interior de uma enorme cratera extinta há milhões de anos. As grandes muralhas que circundam à cidade seriam as paredes vulcânicas em círculo. Vamos iniciar essas paredes com o serrote do Gonçalinho à sudeste (já dentro da cidade) e se afastando para a direita, sempre em círculo: serrote do Cruzeiro, serrote Pintado, serra Aguda, serra da Remetedeira, serra do Poço, serra da Camonga, serra dos Macacos, fechando o circulo com o serrote do Gonçalinho. Com a extinção vulcânica e erosões posteriores, foram se formando o piso interior, aplainado, ondulado, repleto de colinas onde sugiram riachos e por onde o rio Ipanema encontrou falhas nas montanhas, fez o seu vale e criou sua rede hidrográfica.

Não estamos afirmando nada, até porque nos falta embasamento para uma teoria geológica, mas, que parece, parece. Estamos abordando o assunto para não dizer que isso não foi percebido, embora o interesse da terra esteja morando próximo a zero. Do citado mirante avista-se com clareza a Avenida principal do Bairro Monumento, mas apenas um trecho e aão muita coisa mais, sobre a cidade propriamente dita. Os complementos dos cenários santanenses são acrescidos por outros vários mirantes, pois, como foi dito, nenhum deles mostra a cidade completa.

Tirar a vista do umbigo e apreciar os horizontes, Zé!

SERRA DA REMETEDEIRA VISTA DO BAIRRO SÃO JOSÉ (FOTO: B. CHAGAS).

  SANTANA HISTÓRICA Clerisvaldo B. Chagas, 20/21 de outubro de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.598 Foi em 1938, ...

 

SANTANA HISTÓRICA

Clerisvaldo B. Chagas, 20/21 de outubro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.598




Foi em 1938, mesmo ano em que mataram Lampião, que o prefeito Joaquim Ferreira, originário de outro estado, construiu o Grupo Escolar Padre Francisco Correia, no Bairro Monumento, em Santana do Ipanema. A obra foi em conjunto com o governo estadual. Surgia assim em Santana do Ipanema uma escola oficial de grande porte. Havia certa resistência de mão de obra para o Magistério, sobretudo de senhorinhas de Maceió, por causa da fama de barbaridades praticadas no Sertão. Mesmo assim o grande passo na Educação da terra fora realizado e o quadro completo da unidade se formou. Professoras de Santana do Ipanema e de outros lugares, preencheram todos os cargos para o início de um futuro de prosperidade no semiárido.

Com esse grupo sendo a grande atração estudantil do Médio Sertão, o sucesso da educação santanense esteve sempre em evidência numa fase chamada “Época de Ouro”. A minha mãe, Professora Helena Braga, não estava presente, não fez parte da turma de inauguração do Grupo. Proveniente de Viçosa, chegou de Maceió para se engajar na luta em 1944. Aqui aconteceu o seu casamento, sua aposentadoria e o seu falecimento. Um novo brilho veio a acontecer na Educação da cidade quando foi inaugurado o Ginásio Santana, em torno de 12 anos após. Iniciava assim uma nova fase educacional da quinta à oitava série numa escola da Rede Cenecista de Alagoas, uma das primeiras do interior.

Não está com tanto tempo assim, o antigo grupo ganhou uma reforma e ficou mais belo ainda. Sua arquitetura e seu histórico fazem parte do Patrimônio Cultural e Arquitetônico de Santana do Ipanema, justamente ao lado do Tênis Clube Santanense, do Ginásio Santana e da Igrejinha de Nossa Senhora da Assunção. É o grande quarteto que enobrece à cidade. Quem passa pela sua calçada como simples transeunte jamais imagina que dentro daquele enorme e bem conservado muro tem tanta história de progresso e amor em seus anais. Motivo de honra em ter estudado naquele casarão que até o presente momento envaidece Santana.

(FOTO: AUTOR DESCONHECIDO).