ACREDITE SE QUISER   Clerisvaldo B. Chagas, 20 de junho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.718   A surpresa ...

 

ACREDITE SE QUISER

 Clerisvaldo B. Chagas, 20 de junho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.718

 



A surpresa do ano aconteceu em Santana do Ipanema. Poucos dias após a construção da barragem ou represa no riacho João Gomes – a maior obra hídrica do município que para muitos levariam vários anos para encher – encheu em poucos dias após o final das obras e encheu tanto que sangrou. E se na sexta falamos do mar da Ponta Verde, de Maceió, hoje falaremos do mar formado pelo riacho João Gomes. A represa feita com engenharia neste governo da prefeita Christiane Bulhões, fica localizada no curso médio/superior do riacho que escorre contornando a cidade numa distância de 3 Km vindo das bandas de Senador Rui Palmeira, cortando a Al-120 abaixo da Santana, na mesma distância e, despejando no rio Ipanema no sítio Barra do João Gomes muito abaixo da cidade.

A represa na localização acima, fica na antiga travessia do riacho no sítio do mesmo nome na região cabeça de chave Olho d’Água do Amaro.  Recebe no início da represa os riachos Da Onça e Remetedeira vindos da serra da Remetedeira. E riachos alimentados por córregos de serras, são rápidos e violentos nas suas enchentes. Sem dúvida nenhuma a represa será um local de visitas, formando um quarteto turístico com a serra Aguda (onde será construída a maior imagem sacra do mundo), a ermida das Tocaias   e a Reserva Tocaia, todos esses pontos de atrações com distâncias mínimas um dos outros, facilitando praticidade aos visitantes, turistas, romeiros, curiosos, pesquisadores e habitantes em geral. Além do turismo, virão os benefícios da pesca, da irrigação, da facilidade para caminhão-pipa, bebida para os rebanhos domésticos, para os animais selvagens e para os humanos.

Como chegar à represa? É simples, estando no centro de Santana, atravessa a ponte sobre o rio Ipanema, no Comércio, vai em direção ao Bairro Floresta e segue direto pela Rua Joel Marques; no final entra à direita por estrada de terra e segue beirando as faldas da serra Aguda por apenas três quilômetros e se verá diante da Represa do João Gomes. Do outro lado da represa está a grande região rural de Olho d’Água do Amaro e seus inúmeros sítios no entorno.

REPRESA DO JOÃO GOMES E SEU VERTEDOURO (FOTOS: ÂNGELO RODRIGUES)

 

 

  MARCO DOS CORAIS Clerisvaldo B. Chagas, 17 de junho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.717   Não bastasse ta...

 

MARCO DOS CORAIS

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de junho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.717

 


Não bastasse tanta beleza na capital Maceió, eleita várias vezes como a cidade mais bonita do Brasil, novo ponto turístico deslumbra nativos e turistas. Trata-se do Marco dos Corais construído sobre as ruínas do antigo Clube Alagoinha que adentrava pelo mar. Sai de cena o velho Gogó da Ema, os Sete Coqueiros, referências obrigatórias do passado, para darem lugar ao moderno, ao avançado, eliminando a feiura das ruínas de um dos pontos mais queridos da capital. Narrada a beleza por grande número de visitantes, bate o orgulho no peito alagoano por esse novíssimo cartão postal do Paraíso das Águas. Sentimos muito pela nossa ausência durante a inauguração, mas também estamos felizes por esse novo espaço de sofisticação, bom gosto e visual premiado da geografia marítima da nossa orla.

A plataforma do Marco dos Corais, ficou muito bonita com seus toques ajardinados, assentos, verdes e muito espaço como costumam fazer os europeus. Muito importante o espaço onde os pedestres passeiam tranquilos com família e animais de estimação. Espaço de folga onde todos fotografam tudo e passam momentos incríveis apreciando não somente o mar, a terra mais distante, mas também a própria arquitetura. Em tudo que conseguimos capturar não conseguimos a famosa placa de inauguração, muita procurada por turistas e pesquisadores. Está aí o embelezamento utilitário e investimento robusto no turismo.  O Marco dos Corais passa a ser o início ou o final de pesquisas oceânicas, corais, arrecifes, falésias e muitas outras formações que enriquecem nosso litoral.

A criatividade costeira pode servir à inspiração interiorana onde não existe mar, mas existe orla de rio, riacho, lagoa e açudes onde obras semelhantes de bom gosto poderiam fazer sucesso como réplicas e bastante imaginação. Cumpre cada administrador embelezar sua cidade e não ficar em último lugar na classificação de beleza, bem estar e obras úteis para nativos e visitantes. Sim, é possível se construir em todos os lugares obras utilitária, belas e arrojadas que forçam para cima o bom astral dos seus habitantes e os abraços benfazejos dos de fora.

NOVO PONTO TURÍSTICO DE MACEIÓ (FOTO DIVULGAÇÃO)

  VOCÊ CONHECEU A GOMA? Clerisvaldo B. Chagas, 16 de junho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.718   Qual é a col...

 

VOCÊ CONHECEU A GOMA?

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de junho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.718

 

Qual é a cola que você usa? Neste momento estamos tentando colar papel, mas a cola branca escolar está vencida e não presta mais para nada. Antigamente eu quebrava esse pequeno galho fazendo cola de goma na colher e no fogo. Então passei agora para o meu neto o tempo das cartas normais e das cartas de amor perfumadas através dos Correios. Se não levávamos as correspondências já fechadas, havia no balcão dos Correios um depósito de vidro grosso e transparente – semelhante a um tinteiro – que continha a famigerada goma arábica. Havia também um pequeno pincel e, o usuário mesmo colava a sua carta passando a goma líquida com o pincel. Não era coisa ruim nem complicada fechar uma carta. Um ato muito prático, por sinal.

A goma arábica era resina amarela de duas espécies de acácia encontradas na África subsaariana.  Esquentada para ficar líquida, iria para o recipiente a servir à clientela da repartição. Nunca procuramos saber onde era vendida ou se era exclusiva da importação dos Correios. Não sabemos se eles ainda usam a mesma goma em seus maravilhosos trabalhos.

E por falar em Correios, o seu prédio foi construído em Santana do Ipanema no Bairro que estava sendo ainda iniciado e lentamente se expandindo, o do Monumento. O terreno foi doado à União, pelo interventor municipal, Firmino Falcão Filho, o Seu Nozinho (ô). Construído o edifício em estilo padrão, continua o prédio sem sofrer nenhuma modificação significativa, externamente.

Na década de 60, os Correios, em Santana, tinham como maioria dos seus funcionários, pessoas de meia-idade, acima. Até mesmo carteiros.

Mas, voltando à goma arábica, qual será a goma usada atualmente pelos Correios? A tecnologia utilizada hoje, permite à indústria fazer cola de tudo. Até daquele tipo que não permite funcionário desonesto esquentar a missiva arábica para amolecer a goma, abrir e ler o conteúdo da carta, como já aconteceu.

Atualmente, pelo menos em Santana do Ipanema, uma geração nova faz funcionar essa repartição que existe na terra desde antes de Santana vila.

Com goma ou sem goma, vamos varando as eras e encoivarando os tempos.

GOMA ARÁBICA EM PEDRAS (FOTO:MERCADOLIVRE)