CHEGOU O SOL Clerisvaldo B. Chagas, 15 de setembro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.777 Agora podemos contar...

 

CHEGOU O SOL

Clerisvaldo B. Chagas, 15 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.777


Agora podemos contar de certo, depois de vê de perto, como diz o nosso povo sertanejo nordestino. Deu início à época ensolarada, a partir do dia onze passado aqui por essas bandas da caatinga. Boas e mansas chuvas têm chegado a este chão desde o mês de maio; direto, dia e noite “como cantiga de grilo”, trazendo fartura, mas também muita frieza, mofo e recolhimento em casa por conta da variação 18, 19 graus centígrados. Nada disso, porém, evitou, os festejos regionais em todos os níveis. Festa de santo, festa de gado, festas sociais, festas políticas... Poucas foram incomodadas pelo tempo na vontade de brincar, homenagear, se divertir.  Na verdade, o Sertão tem suas lutas, seus sofrimentos, suas agruras, mas é uma terra festeira, otimista, de fé testada e aprovada.

Os momentos são atípicos, não só no Brasil, mas em solo de resistências centenárias onde vaqueiro e mandacaru representam os combates diários pela sobrevivência. Pandemia prolongada, frio intenso, infindável inverno e política nacional que, assim como o inverno parece não ter fim. Mal saímos de uma Independência Nacional, entraremos amanhã numa independência alagoana que não deixa de ter custado sangue na História do Brasil. Final de inverno nas Alagoas, liberdade a ser comemorada na serra da Barriga em reduto palmarino. O que precisamos agora é lutar para deixarmos o mapa da fome que faz liderar o estado no prato vazio como diz pesquisa divulgada.

A bonança do tempo físico não é igual a bonança econômica do País. O desemprego se alastra por todos os recantos e não fica nenhuma das Cinco Grandes Regiões fora do mapa da fome. Esse é o resultado do inconformismo e da vaidade daqueles cabeças que derrubaram a nossa Presidenta com ciúme, ódio e ambição. Eu bem dizia na época citando episódio francês: “Depois de mim o dilúvio” e foi o que a presidenta repetiu comigo com outras palavras. Não vai ser fácil reconstruir esse País após quatro anos de destruição total. Passamos por uma Segunda Grande Guerra sem canhões, mas o resultado está aí no mapa que foi divulgado em que Alagoas e Amapá lideram a corrida da fome. Imaginem se Nosso Senhor Jesus Cristo não gostasse tanto do Brasil e ele (o Brasil) não fosse escolhido pelo filho de Deus para governar o mundo futuro e breve. Palavras dos grandes sensitivos e espíritas de responsabilidade. VIGIAR E ORAR.

 

  TRAVESSIA Clerisvaldo B. Chagas, 13/14 de setembro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.766 Quando o chamado Ate...

 

TRAVESSIA

Clerisvaldo B. Chagas, 13/14 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.766


Quando o chamado Aterro foi feito em Santana do Ipanema, a engenharia visava melhorar o trânsito contornando a cidade, uma espécie de via-expressa. Isto foi realizado ainda na época em que deveria passar por ali, a BR-316, no caso, estrada de terra: rodagem, como era apontada. A parte que ficou após o Aterro, ao se afastar do Centro, era muito pouca ainda. Mas as habitações tomaram impulso grande. Mesmo sendo um lugar insalubre a região baixa cortada pelo riacho Camoxinga, avulta-se nos complexos da Saúde e da Educação. O restante do Aterro, após o trabalho na região baixa, subiu para a parte do largo do Maracanã (mais alta e plana) e prosseguiu além do Bairro Barragem em direção a Inajá, Pernambuco.

A urbe cresceu e o Aterro ficou dentro da cidade. O trecho, que vai da Caixa Econômica à ponte do Bairro Barragem, recebeu a denominação de Pancrácio Rocha, teve cobertura de pedras e, mais tarde, asfalto por cima dos paralelepípedos. Temos um viaduto e uma pequena ponte sobre o riacho Camoxinga, no trecho do Aterro. O trecho Maracanã/Barragem, assim como o Aterro, está belíssimo, porém nunca ouvimos falar em duplicação tão necessária. Os transeuntes ali fazem caminhadas pela manhã e pela tardinha, diante do ruge-ruge dos automóveis e da luz do lusco-fusco. Não sabemos, porém quem seria o responsável por uma possível duplicação da pista. Tudo indica ser um órgão federal, mas não se tem notícia até o momento, de interesse do DNIT em realizar esse trabalho.

Uma proposta do órgão federal foi divulgada ainda com o saudoso prefeito Isnaldo Bulhões em vida. Uma rodovia saindo das imediações do Batalhão de Polícia (extremo Leste) em direção à serra da Camonga, seguindo para esquerda até sair muito após o Bairro Barragem (extremo oeste). Nunca mais essa equipe do DNIT fez novos pronunciamentos algum até hoje. Os sítios rurais que seriam beneficiados continuam babando por um desenvolvimento que apenas virou sonho e um sonho que se não virou pesadelo, também não passou de sonho. Por outro lado, se você deseja saber quem foi Pancrácio Rocha, o titular do trecho acima, dificilmente encontrará a não ser que procure na fonte “dos mais velhos”.

Estamos diante de uma placa de cimento na Travessia.

 

BR-316 (TRECHO PANCRÁCIO ROCHA) EM HORA DE CAMINHADA (FOTO: B. CHAGAS).

 

 

  MACEIÓ E AS PONTAS Clerisvaldo B. Chagas, 12 de setembro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.765   Maceió é a...

 

MACEIÓ E AS PONTAS

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.765

 



Maceió é a capital das pontas: ponta verde, ponta grossa, ponta da terra e Pontal. Sendo uma cidade de inspiração marinha/lacustre, proliferam no entorno litorâneo inúmeros acidente geográficos que facilitam a atividade pesqueira, a navegação e a atração turística devido a esses acidentes proporcionados pela Natureza que tem trabalhado pelo seu aperfeiçoamento desde quando o mar recuou permitindo desenhos novos. Cabo: É uma porção de terra que avança pelo mar. Ponta: Também é uma porção de terra que avança pelo mar. Praticamente existe diferença entre o cabo e a ponta?  

A ponta, o nome está dizendo, é mais aguda, como uma ponta mesmo em que o seu largo vai se estreitando mar adentro, terminando com a extremidade muito mais fina. O cabo tem uma extremidade mais arredondada.

É bastante uma visita rápida nessas regiões maceioenses, para notar estas reentrâncias e saliências da nossa capital, desde que os olhares estejam dirigidos a essa finalidade, caso contrário, a nossa beleza litorânea irá desviá-lo do objetivo. Em Maceió podemos encontrar também o que chamamos de Enseada e que representa uma pequena baía. Revendo: o Golfo é grande, a baía menor do que o Golfo e a enseada menor do que a baía. Veja a Enseada de Jaraguá, onde está localizado o cais do porto. Mas não é errado você pronunciar: a baía de Jaraguá. Apesar de não termos restingas famosas em Alagoas para o Brasil, temos restingas na região. Restinga é uma faixa encorpada de areia paralela ao continente, feita pelo processo de sedimentação. Costuma fechar e desviar a desembocadura de um rio.

Os navegadores preferem os acidentes acima para desembarque, embarque e como portos permanentes porque assim ficam mais protegidos das águas agitadas como as correntes marítimas. São bastantes conhecidos no Brasil: o chamado golfão maranhense, as baías da Guanabara, Guajará (onde morreu o coronel Ludgero), baía de Todos os Santos, Angra dos Reis (angra, pequena enseada) cabos de São Roque, Santo Agostinho e a ponta de Seixas, o ponto mais avançado do nosso litoral e a Restinga da Marambaia. Será que o amigo (a) poderá apontar os locais desses acidentes. Quer uma ajudinha?

Baía da Guanabara, Rio do Janeiro – Baía de Guajará, Pará – Baía de Todos os Santos, Bahia – Cabo de Santo Agostinho – Pernambuco – Ponta Seixas, Paraíba – Restinga da Marambaia, Rio de Janeiro – Cabo de São Roque – Rio Grande do Norte.

RESTINGA DA MARAMBAIA – RIO DE JANEIRO (FOTO: WIKIPÉDIA)