CATAR Clerisvaldo B. Chagas, 21 de novembro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.802 Minha comadre, vimos a bola...

 

CATAR

Clerisvaldo B. Chagas, 21 de novembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.802


Minha comadre, vimos a bola rolar muito longe do Brasil, também numa apreciação curiosa do futebol alheio. Foram duas demonstrações de superação mostradas ao mundo de uma região conflituosa e colocada ainda como longínqua e insignificante por muitos outros países. Uma delas é: “quem quer fazer, faz”. E o Catar quis sair do anonimato geopolítico do mundo, gastando uma fortuna para dizer que também “fazemos parte do planeta”. Fez brilhar sua arquitetura criativa e futurista, assim como fizemos no passado com Brasília. Por outro lado, investiu no futebol para também participar das constantes farras mundiais, mas não só nas arquibancadas. Portanto, o importante não seria ganhar ou perder uma partida futebolística que tanto faz, as pela primeira vez na copa.

O objetivo desse país do oriente Médio foi alcançado ao mostrar-se ao Planeta Terra com roupa de gala. E o espetáculo de abertura da copa, em nossa opinião, não quis ser o mais feio e nem o mais bonito, quis apenas mostrar a cultura dos povos do deserto. É claro que para entender a tradição regional do Oriente alguém teria que mergulhar na história, na religião e na geografia do lugar ou então, passar vários meses morando na região e atento as diferenças.  E como vimos, gente preocupada com a cerveja, gente preocupada com os direitos trabalhistas, gente preocupada com a ditadura... É a pluralidade do mundo que nem todas as copas da terra poderão resolver. Vai viajar, estude antes o seu destino e vá sabendo respeitar as diferenças.

Quanto a partida inicial da copa, foi uma bela partida. E se não foi de alto nível, mas foi corrida, movimentada e alegre que bem divertiu à sua plateia. E assim o nosso vizinho da América do Sul logrou êxito na empreitada e fez esquecer por duas horas as habilidades do Brasil e as dos países rio da Prata. A vitória por 2 x 0 poderá garantir ao Equador pelo menos a etapa da primeira fase, o que ajudará a sair da rebarba futebolística da América do Sul. No “frigir dos ovos”, ficamos satisfeitos com a vitória do país irmão e com a própria abertura da festa global que deu alegria aos povos diante das atrocidades da guerra estúpida que aterroriza a todos.

Faltou cerveja!

Sobrou alegria.

DONHA (IMAGEM: PINTEREST)

  ZUMBI Clerisvaldo B. Chagas, 18 de novembro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2801   Não sei se o amigo ou am...

 

ZUMBI

Clerisvaldo B. Chagas, 18 de novembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2801

 

Não sei se o amigo ou amiga já teve o privilégio de lê o espetacular romance, “O Tigre dos Palmares”, do saudoso escritor palmeirense Adalberon Cavalcante Lins. O romance, baseado em excelentes pesquisas, é dividido em duas partes contando a história de Zumbi de Palmares. E no momento em que caminhamos para o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, baseado na morte de Zumbi, vamos recordando às diversas tentativas de visita à serra da Barriga, em União dos Palmares e que sempre alguma coisa impedia essas viagens, tanto com alunos quanto sozinho. O resultado é que nunca fomos sequer a cidade de União dos Palmares, onde fica a citada serra, na zona da Mata alagoana. À época do Quilombo dos Palmares, a serra da Barriga fazia parte da Capitania de Pernambuco.

“A montanha histórica foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1986. Entre as características da serra, estão as nascentes que alimentam um açude e uma lagoa, denominada Lagoa dos Negros. É um dos lugares sagrados da serra onde os religiosos da matriz africana realizam rituais, O Quilombo dos Palmares representa um marco na luta dos escravos no Brasil”. O lugar é motivo de visitas de pessoas de todas às partes do mundo, principalmente no dia Consciência Negra. Em Alagoas, sempre foi feriado e em alguns estados também. Caminhamos para que o dia de Zumbi, o maior chefe negro do Quilombo dos Palmares, seja também feriado Nacional. Alíás, esse refúgio de negros fugidos, foi o maior quilombo da América do Sul.

É sabido que existe um melhoramento evolutivo de acesso à `serra e também no cimo do monte, no cenário histórico, geográfico e paisagístico da montanha, assim como acréscimos artísticos que atestam o valor cultural da visita do estudioso, do turista, dos religiosos. Assim, caros amigos, cada vez fica mais distante uma visita à serra da Barriga e à cidade palmarina para conhecê-la de perto.  Porém, espero que amigos e amigas possam triunfantemente galgarem o cimo da montanha histórica, cheio de orgulho do território alagoano.

Viva Zumbi!

Viva o Dia da Consciência Negra!

  INSILBERGS Clerisvaldo B. Chagas, 17 de novembro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.800   Vez em quando damo...

 

INSILBERGS

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de novembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.800



 

Vez em quando damos uma olhadinha em vídeos publicados na região Estrela de Alagoas e Canafístula Frei Damião. O pessoal parece não se cansar de tantas publicações, porém, os conteúdos em geral são esclarecedores e bem produzidos sobre feira, religião, negócios e natureza. Chamou-me atenção um deles que mostra o famoso serrote do Vento, zona rural de Estrela, em cerca de três quilômetros da sede municipal. O serrote do Vento se tornou mais visível, além da fronteira regional, depois de constar nas páginas da Geografia de Alagoas do saudoso mestre Ivan Fernandes Lima. Avista-se o serrote do Vento, ao lado do serrote do Cedro, das imediações de Estrela, na BR-316.

Tentei por várias vezes fotografar aquela maravilha com máquina poderosa, em tempos de chuvas, mas só consegui fotos prejudicadas pela umidade intensa, mesmo pegando tempo estiado. Isso para ilustrar também como o mestre Ivan, uma página do meu trabalho “Repensando a Geografia de Alagoas”. Essas tentativas foram justamente manipuladas das margens da BR-316, após as últimas casas da parte alta da cidade em direção ao Sertão. O serrote (pequena serra) do Vento é um monte de cabeça rochosa e quebradiça, de boa altitude, isolado.  É muito visitado em tempo de Semana Santa, até mesmo por pernambucanos. No caso desses tipos de serrotes, assim chamados no Sertão, são denominados em Geografia, de Inselbergs ou morros-ilhas. Faziam parte de montanhas que se desgastaram pelos arredores e, sendo mais resistentes, permaneceram firmes.

Outro serrote famoso na mesma linha, é o morro do Carié, no Entroncamento Carié, hoje povoado de Canapi. Este sim, consegui fotografá-lo de perto com seu formato de lagarta e que tem uma bela visão de quilômetros e quilômetros de planuras com fundos de montanhas. Suas rochas, tal qual as do serrote do Vento, também se apresentam rachadas, quebradas, separadas, fenômeno causado pela mudança de temperatura entre os dias e as noites.

Se o amigo ou amiga tiver coragem e pernas fortes, vale à pena galgar o cimo de qualquer um deles para melhor se deliciar com a paisagem que se deslumbra logo aos seus pés.

Espumante para comemorarmos as 2.800 crônicas, hoje.