CIGARRO ASTÓRIA Clerisvaldo B. Chagas, 25 de março de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.214   Conheci muitos f...

 

CIGARRO ASTÓRIA

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de março de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.214

 



Conheci muitos fumantes. Conheci muitos pedintes de cigarros. Os pedintes não compravam cigarros. Ou para não gastar dinheiro ou não disparar no vício, pediam cigarro esporádico a fumantes. Nunca vi nenhum fumante negar um cigarro a quem pedia, fosse quem fosse. Era como uma compreensão tácita do vício. Sim, os pedintes constantes se não irritavam o fumante, pelo menos deixava-o a se prevenir fazendo manobras. Nos anos sessenta, setenta, o cigarro mais cobiçado era o de marca Continental. Havia a marca hollywood, mais cara e, a marca Astória, mais barata. As cores, pela ordem acima eram azul-mortiço, vermelha e amarela. Mas também surgiram outras marcas que não tiveram tanto êxito com a concorrência: Urca, Iolanda, Fio de Ouro, Minister... E o próprio fumo de rolo que se sofisticava e passava a ser vendido em pequenas embalagens plásticas, já picotado.

Meu bom amigo, saudoso Francisco de Assis, vendia quadros feitos na vidraçaria do também saudoso Gileno Carvalho. (A memória de Francisco, dediquei meu primeiro romance, Ribeira do Panema). Chico era fumante e usava o cigarro Continental.  Mas como não se pode negar um cigarro, ele me disse que meu maço de cigarros Continental, carrego escondido no bolso da bunda; o maço de cigarros Astória, vai à mostra no bolso da camisa; para o pidão, digo: só tenho Astória, quer? O pidão não recusava o cigarro mais forte e mais barato.  De graça, fala o povo: até injeção na testa. Estar entendendo, não é?

A vida é muito engraçada. Tem aqueles que nós os consideramos amigos bons, verdadeiros. A estes se tivéssemos condições, com seus pedidos só o serviríamos com cigarros Continental, um cigarro, uma carteira, um maço e até a fábrica toda porque em nossa análise íntima ele nos merece. Ah! E aquele “troncho”, “serrão”, invejoso e aproveitador? O que faríamos com ele? Uma lição de moral não resolveria nada. Seguindo a filosofia de Francisco de Assim, em ocasiões de outros carnavais, os falsos, os traidores, os invejosos, os inimigos disfarçados...Talvez não valessem nem mesmo um simples gesto de cortesia com o cigarro Astória.

CIGARRO ASTÓRIA

 

  CLUBE DA LEiTURA Clerisvaldo B. Chagas, 24 de março de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.213   Pelas redes soc...

 

CLUBE DA LEiTURA

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de março de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.213

 



Pelas redes sociais, Lucas Malta, proprietário do conceituado site, Alagoas Na Net, nos desafia para criarmos o Clube de Leitura, em nossa cidade. Ainda estamos ouvindo pessoas interessadas como o vereador Robson França, por exemplo, para, posteriormente estabelecermos as normas para melhor compreensão dos possíveis participantes. Tudo ainda será discutido e já se pensa em oportunidades para todos. Pode ser que dê certo, pode ser que não, mas tem muita gente com sede de cultura sem oportunidade de discutir com ninguém. Seria no espaço da Câmara de Vereadores? Seria na Casa da Cultura? Seria nos estúdios do Alagoas Na Net? Nos clubes que estão fechando? Em espaços de hotéis, restaurantes ou em auditório da prefeitura?

Da minha parte sempre sonhei com isso, mas sempre apreciei dificuldade nesses projetos. Desde muito cedo tenho notado em minha cidade, certo desinteresse por reuniões para se criar alguma coisa cultural como se a ausência de remuneração para a presença não estimulasse. E da parte que eu observo vem de décadas e décadas com um ou dois idealistas, mas o não posso, o não tenho tempo, o vou viajar e o estou doente, sempre foram obstáculos no êxito das empreitadas. Professores de história, de literatura, não discutem com seus colegas, não promovem rodas literárias, históricas, culturais. As escolas não têm encontros umas com as outras. Escritores, não debatem suas obras com o público, com os colegas e cada qual vai caminhando solitário sem convidar e sem ser condado, carregando o egoísmo ou a frustração.

Assim, em minha terra vivem cercados por arame farpado, o escritor, o artesão, o ator, o músico, o cantor, o compositor, o artista plástico...  Não tem encontros, não tem festas, não tem debates, não tem associações, estímulos e alegrias permanentes. Poderia citar aqui inúmeros exemplos, mas nem vale chover no molhado. Portanto o convite do jornalista Lucas Malta, bate em mim como se tivesse dizendo: Vamos formar em nossa cidade um novo modo de pensar, passar a borracha em tudo que nunca deu certo, em se tratando de Cultura. Sim, com eu disse anteriormente, poderá dar certo ou não. Se der certo, será uma REVOLUÇÂO, cultural que poderia tomar grandes proporções. Se não, tudo como antes no quartel de Abrantes.

SAUDOSA ALBERTINA AGRA, UMA LUTADORA PELA CULTURA.  (ACERVO FAMILIAR).

 

  NOVO BAIRRO Clerisvaldo B. Chagas, 21 de março de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.212   Hoje, dia 20, com o ...

 

NOVO BAIRRO

Clerisvaldo B. Chagas, 21 de março de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.212

 



Hoje, dia 20, com o início do outono deve mudar um bocado de coisas por aqui. Nesta quinta de jogo do Brasil, o nosso Sertão velho de meu Deus exibiu um dia quente e abafado. Ao contrário dos dias anteriores com muitos ventos, o negócio começou a moer troncho, mesmo sendo o primeiro dia que deveria ser mais ameno por ser início de estação chuvosa no semiárido. Porém comentávamos a formação de novos bairros por todos os quadrantes de Santana, especialmente na região do antigo sítio rural Cipó. Estamos falando do início da estrada para a atual Reserva Sementeira no sítio Curral do Meio I. região paralela à saída da cidade para Olho d’Água das Flores, Pão de Açúcar e mais. Falei algumas outras vezes do lugar.

Acontece que houve nossa observação. As casas iniciais que iniciaram pelo caminho do antigo Cipó, expandiram as condições comerciais e foram surgindo além da antiga cruz de beira-de-estrada que afirmava o sítio e surgiram inúmeras residências modernas, com formação de algumas ruas que mostram um começo de um complexo residencial na área. Ora, quatrocentos ou quinhentos metros adiante, no miolo do próprio Curral do Meio I, sítio urbano, já foi formado um aglomerado de residências comuns e belas chácaras, iniciando uma espécie de povoado. Logo, logo, com prevíamos a um ou dois anos atrás, haverá o encontro entre as habitações do Curral do Meio I com as do antigo sítio Cipó, formando um NOVO BAIRRO paralelo a AL-120, saída de Santana do Ipanema, zona Leste.

Ficariam em Santana do Ipanema três bairros novos, juntos e todos tomados de área rural de periferia: O Isnaldo Bulhões (antigo Colorado) do antigo sítio Lagoa do Mato, o Santo Antônio, no sopé do serrote do Gonçalinho/Micro-ondas), o novo bairro Curral do Meio I e mais o Largo que se formou no final do Bairro Domingos Acácio. Ao todo é uma mistura de classes baixa, média e alta, todas com o objetivo de melhor qualidade de vida. No momento, os pontos altos de referências nesse conjunto da região, correspondem ao Hipermercado Nobre, O IFAL a Churrascaria Moreira, o Posto de Combustíveis Lemos e a casa de construção Almir Ferragens.

Olhar analista geográfico.

Olhar santanense de AMOR.

Obs. Temos o Curral do Meio II, que fica mais distante da cidade.

SAÍDA DE SANTANA PELA PARTE LESTE. NOITE CHUVOSA DE

 2013. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).