SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
VÍTOR Clerisvaldo B. Chagas, 1 de julho de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.258 É meu irmão, já apreciamos ...
VÍTOR
Clerisvaldo
B. Chagas, 1 de julho de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.258
É
meu irmão, já apreciamos muitas coisas em Santana do Ipanema. Mas. hoje, ao
assistir jogo da copa de clubes, vi um cidadão muito parecido com um doido da
minha infância. Sim, um maluco já imortalizado por um antigo escritor
santanense chamado Oscar Silva. O escritor foi embora de Santana, mas deixou registrada
uma referência ao homem, exatamente como o conheci muitas décadas depois:
branco, alto, olhos azuis, perscrutadores e uma permanente gravata no pescoço.
O escritor dizia que tudo indicava que Vítor seria de família abastada. Não
mexia com ninguém, viera ninguém sabe de onde e sua distração era passar o dia
no Comércio, em determinada casa comercial que talvez tenha sido a “Casa O
Ferrageiro” mais a “Farmácia Confiança”.
Vítor
era pacato e de olhar doce. Andava devagar como se tivesse medo de cair. Neste
exato momento, lembrei-me também que era apelidado de “Charuto”, isto porque,
se não me engano gostava de fumar charuto. E como muitos outros em condições
mentais difíceis, “Charuto” desapareceu tão misteriosamente como chegara a
Santana. Escritor palmeirense também registrou que nunca havia visto tanto
doido como tinha em Santana do Ipanema. Ora, O único doido em condições perenes
de rua, genuinamente santanense que eu conheci, foi o Justino, o qual ganhou o
apelido de “Maceió”, porém, fora Justino todos os outros malucos que apareciam
no Comércio e nas ruas da cidade eram de fora, gostavam daqui e aqui iam
ficando.
Alcancei
outros malucos bem populares que também se tornaram queridos pelo povo de
Santana. Propício “Peru Baixeiro”; Felipe; Luís; Teresão; Oliveira, fora os
filhos da florista dona Hermínia: Poni, Agissé, Bibi, mas esses não eram de
rua. Propicio foi o mais simpático, pacato e querido do povo. Felipe assemelhava-se ao Jeca Tatu e só
andava enrolado numa estopa. Luís era muito novo e babava muito, só vivia
cantando o forró sucesso do momento: “Aproveite o Rela-Bucho” Teresão era uma
mulher alta bonita, gostava de fumar e gritava alegre: Viva os noivos, Senhor!”
Oliveira era um senhor que dava toda qualidade de discurso na porta da Matriz
de Senhora Santana, quando estava com fome. Ainda faltou Maria Raimunda,
desbocada e que só andava com um cassetete na mão. Agradecer a Deus por sermos
sadios, não é isso?
SANTANA
DO IPANEMA. FEIRA CAMPONESA (FOTO: B. CHAGAS).
HOJE TEM Clerisvaldo B. Chagas, 30 de junho de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.257 Mais uma vez estarei a ...
HOJE TEM
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de junho de
2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.257
Mais uma vez estarei a conceder entre
Mas é bom repassar dados da nossa história para
pessoas mais jovens, notadamente universitários. Quem sabe, no meio de inúmeros
alunos fazendo pesquisas, surge a esperança de pelo menos um se empolgar e
partir de vez para o mundo da literatura da terra e se tornar exímio escritor.
Precisamos muito de escritores/pesquisadores, altamente curiosos e com amor ao
lugar onde nasceram. É por isso que valorizamos um Tadeu Rocha, um Oscar Silva.
Um nascido em berço de ouro, outro fugindo da fome, porém, ambos com um
compromisso íntimo em desvendar segredos e mistérios de Santana do Ipanema para
o mundo. Basta lermos as suas obras e iremos compreendendo que é o amor ao
torrão eu ilumina os trabalhos.
Portanto, estaremos na Casa da Cultura às
quinze horas, para mais uma entrevista aos nossos jovens. Ali encontramos um
ambiente acolhedor, dirigidos pelo Departamento de Cultura nas pessoas da
professora Gilcélia Gomes e o escritor professor, coordenador do Departamento, Marcello
Fausto. Ambos, ex-colegas de Geo-história e pessoas de fino trato. A Casa da
Cultura estar localizada na Avenida Coronel Lucena, hoje, em pleno Comércio,
perto de tudo e de todos. Fica quase defronte à prefeitura e seu prédio já foi
residência de família tradicional e Fórum da cidade. Por coincidência foi na
sua calçada para onde muita gente correu no Século passado, quando o
cine-Glória quis incendia a tela durante o filme Aída, cine quase defronte a
hoje Casa da Cultura. Estar registrada a cena no livro O Boi, a Bota e a
Batina; História Completa de Santana do Ipanema.
PASTORIL Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.256 Homenageando meu primo ...
PASTORIL
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de
2025
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.256
Homenageando
meu primo velho, escritor João Neto Chagas, fui buscar no passado da década 60,
os pastoris de Santana do Ipanema que ainda proliferavam por ali. Ao lado dos
“Guerreiros”, “Reisados”, “Tapagens de casas”, “Forrós” e “Novenas” que
divertiam o povo ainda naquela metade de século. Funcionava o Pastoril com duas
alas de mocinhas, enfileiradas em azul e encarnado. Comandava a fileira do
azul, a Contramestra e, a fileira do encarnado, a Mestra. A coluna do meio só
havia uma pastorinha denominada Diana, que se dividia entre as cores Azul e
encarnado. Colocavam nas cabeças das fileiras, as mais altas e bonitas figuras
para que elas atraíssem dinheiro que pediam à multidão. A disputa era para ver
quem mais ganhava dinheiro para as suas cores
Ainda
havia outras figuras como a borboleta e o pastor. As apresentações aconteciam durante o período
Natalino, a multidão torcia pelo azul ou pelo encarnado, chamava as pastoras de
uma ala ou de outra e pregava dinheiro nas blusas de ambas. Às vezes a
agraciada era a Diana. Aliás foi dessa disputa de pastoris que nasceram o CSA e
o CRB, os dois principais clubes esportivos de Alagoas: Encarnado e Azul. Quase
sempre os palanques eram armados entre o “prédio do meio da rua” e o “sobrado
do meio da rua”. Daí ter falado o “primo
Véi”, a cantiga inicial do Pastoril:
Meu
São José
Dai-me
licença
Para
meu pastoril dançar
Viemos
Para
adorar
Jesus
nasceu para nos salvar...
Mas
como dissemos outras vezes, a televisão, o divertimento em casa, acabou todas
as tradições do interior.
Fecharam-se
teatros, clubes de futebol, cinemas, clubes sociais e foram extintos os
folguedos. Fazer o qu

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.