SOBRE MIM
Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
MANUTENÇÃO POR ALGUNS DIAS
MANUTENÇÃO POR ALGUNS DIAS
GAIOLAS Clerisvaldo B. Chagas, 14 de julho de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.574 Você concorda que uma gaiola...
GAIOLAS
Clerisvaldo
B. Chagas, 14 de julho de 2021
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.574
Você concorda que uma
gaiola de passarinho é pura arte? Conheci muitas, bem feitas, bem acabadas,
partes envernizadas, retangulares, redondas, quadradas, cheias de detalhes e
até com belíssimo primeiro andar. Como são criativos os nossos artesãos das
talas. O problema é que ninguém quer imaginar uma gaiola sem um pássaro dentro;
um pássaro de verdade porque ainda não consegue enxergar com a mente, uma
gaiola em casa como ornamento com um pássaro de plástico, de madeira... Ou de
outro material. Conheci pessoas com criatórios de aves canoras da área externa
de casa à cozinha. Quem pode negar que aqueles inúmeros cantos de uma vez só
não parece um paraíso? Apesar de bem cuidados e até com assistência
veterinária, lembramos que estão presos. O crime? Cantar bonito.
Talvez o maior criador
de passarinhos de Santana do Ipanema, tenha sido o saudoso Sebastião Amaral,
esposo que foi da simpática senhora Iolanda. Nunca me interessei (adolescente) em
saber o que era que movia o cidadão a criar tantos pássaros assim. Sei \penas,
do valor de cada ave, pois um criador de Arapiraca me falava do lucro que tinha
com o galo de campina, o papa-capim, o canário, o azulão e outros mais.
Falou-me que havia um criador, cujo pássaro já fora trocado por automóvel.
Todavia, não vamos entrar no mérito das paixões dos criadores, compradores e
vendedores. A nossa formalidade de hoje, foi apenas apresentar a gaiola como
fruto de arte do artesão e que deve ser apreciada como tal, independente de ave
de carne e osso.
Da mesma maneira uma
bainha de faca sob encomenda de um bom artesão é coisa chique. O problema é que
a polícia obriga ao indivíduo que for flagrado com bainha sem faca, a dá conta
da arma, mesmo que ela não exista. Assim, com estamos vendo agora a apreensão
de inúmeras gaiolas na feira. Somente as gaiolas vazias. O artesanato belo e
puro, previamente acusado de um futuro crime. Caso houvesse questão, seriam advogados
de um lado e de outro. Um embate sem fim
na opinião pública.
Coisas simples e
complicadas
Haja arte!
Haja pássaros... Na
Natureza.
ARTE NOS QUINTAIS ZERO
PRISÃO. (FOTO: B. CHAGAS).
VINDOS DE FORA Clerisvaldo B. Chagas, 12/13 de julho de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.573 Durante a fase de ...
VINDOS DE FORA
Clerisvaldo B. Chagas, 12/13 de julho de 2021
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.573
Durante a fase de vila
e primeira metade do século XX, tivemos um sem fim de dirigentes de Santana do
Ipanema, vindos de fora, caracterizando assim as profecias saídas da boca do
Padre Francisco José Correia de Albuquerque. Profecias essa que parecem terem
sido vencidas em torno do início dos anos 70, para todas as cidades
profetizadas como Pão de Açúcar, Batalha, Capim (Olivença) e Santana do
Ipanema. Porém Santana do Ipanema, não se limitou apenas aos seus dirigentes de
outras cidades. Muitas e muitas outras pessoas de fora chegaram aqui para o
trabalho comum nos mais diversos setores da economia, fazendo a cidade
prosperar com essas causas abraçadas. O próprio padre Francisco Correia era
penedense, foi o nosso primeiro pároco e um dos fundadores da cidade, além de
proporcionar outros futuros benefícios.
Tivemos o coronel Manoel Rodrigues da Rocha, a
maior liderança da sua época, proveniente de Águas Belas. Padre Bulhões,
originário de Belo Monte. O coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão que liderou
o Sertão de Alagoas justamente com o padre Bulhões, caracterizando a bota e a
batina. O maestro Queirós que fundou a primeira banda de música de Santana Vila
e o primeiro teatro e que era de Água Belas. Firmino Falcão Filho (Seu Nozinho)
de origem viçosense, que foi prefeito e construtor da Ponte Cônego Bulhões que
liga o Comercio ao Bairro Camoxinga e introduziu o gado Gir no município. Dr.
Arsênio Moreira, primeiro médico a clinicar em Santana, vindo da Bahia.
Tipos populares como
Hermínio Tenório (Moreninho) vindo de Viçosa que se tornou o “médico do povo”.
Antônio Alves Costa, (Costinha), veterinário prático que prestava serviços na
redondeza, no campo e na cidade. A maioria dos padres que atuaram por aqui. Dr.
Adelson Isaac de Miranda, dentista e diretor do Ginásio Santana, proveniente de
Bom Conselho e muitas e muitas outras pessoas que aqui chegaram constituíram
família, dedicaram-se a terra como se fossem filhas do nosso torrão.
Temos muito mais a
agradecer aos filhos adotivos de Santana do Ipanema, do que simplesmente
criticar. Haja visto o meu compadre professor Marques Aguiar (Belém), o
dentista Paulo Moraes, o professor Ely (Capela), dona Joaninha (Pernambuco)
líder comunitária e guardiã do rio Ipanema, Manezinho Forrozeiro (Boca da Mata)
cantor e guardião do rio. Todos contribuíram enormemente pelo progresso do
nosso município e tornaram-se pessoas inesquecíveis aos nossos olhares.
DONA JOANINHA E
MANEZINHO “IMPERADOR DO FORRÓ” (FOTO: B. CHAGAS).
Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.