Plantação de Eucalipto. Foto: (ciflorestas.com.br). |
A OUTRA
FACE DOS CANAVIAIS
Clerisvaldo B.
Chagas, 29 de maio de 2015
Crônica Nº1. 431
Por motivos diversos
muda-se a paisagem de mais de quatrocentos anos, forte, verde e extensa dos
canaviais das Alagoas.
A Zona da Mata
alagoana da Saccharum officinarum L.
desde os tempos das invasões holandesas, sempre havia sido o Nordeste rico das
elites, dos antigos senhores de engenho, atuais usineiros, proprietários de
terras da matéria-prima. A falência dessa classe produtora gerou no passado a
chamada “guerra dos mascates”, entre os falidos e os portugueses ricos agiotas.
Cenário forte do
escravismo durante centenas de anos, também foi símbolo de prepotência, crimes
absurdos e mão de obra contemporânea, extensa e explorada.
Os canaviais ainda
representaram o poder político no estado, tanto do executivo quanto do
legislativo.
Não sabemos se
estamos vivenciando uma nova falência da Saccharum,
todavia, o verde escuro da cana-de-açúcar vai cedendo lugar ao verde pálido da
silvicultura na foto do eucalipto. No estado, já é uma realidade a mudança
paisagística, mas não se tem certeza como ficará o cenário de um futuro de dez
ou quinze anos.
Baseado em técnicas
agrícolas modernas, esse tipo de plantio vai ocupando a terra em formação florestal
silenciosa, ilustrando a planície costeira (tabuleiros) morros, colinas,
barrancos e depressões.
Se a alternativa não
fosse boa para os proprietários, não aconteceria o plantio, como é óbvio. Para
o estado, só o tempo dirá. Para o povo, talvez, se os canaviais fossem substituídos
pelos grãos básicos da alimentação brasileira melhorasse bastante diante das toneladas
a mais.
De qualquer forma, a
geografia econômica do estado vai mudando com a plantação desse produto de origem
australiana. Adiante veremos o resultado geral do chamado “deserto verde”.
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