quinta-feira, 28 de maio de 2015

A OUTRA FACE DOS CANAVIAIS

Plantação de Eucalipto. Foto: (ciflorestas.com.br).


A OUTRA FACE DOS CANAVIAIS
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de maio de 2015
Crônica Nº1. 431

Por motivos diversos muda-se a paisagem de mais de quatrocentos anos, forte, verde e extensa dos canaviais das Alagoas.
A Zona da Mata alagoana da Saccharum officinarum L. desde os tempos das invasões holandesas, sempre havia sido o Nordeste rico das elites, dos antigos senhores de engenho, atuais usineiros, proprietários de terras da matéria-prima. A falência dessa classe produtora gerou no passado a chamada “guerra dos mascates”, entre os falidos e os portugueses ricos agiotas.
Cenário forte do escravismo durante centenas de anos, também foi símbolo de prepotência, crimes absurdos e mão de obra contemporânea, extensa e explorada.
Os canaviais ainda representaram o poder político no estado, tanto do executivo quanto do legislativo.
Não sabemos se estamos vivenciando uma nova falência da Saccharum, todavia, o verde escuro da cana-de-açúcar vai cedendo lugar ao verde pálido da silvicultura na foto do eucalipto. No estado, já é uma realidade a mudança paisagística, mas não se tem certeza como ficará o cenário de um futuro de dez ou quinze anos.
Baseado em técnicas agrícolas modernas, esse tipo de plantio vai ocupando a terra em formação florestal silenciosa, ilustrando a planície costeira (tabuleiros) morros, colinas, barrancos e depressões.
Se a alternativa não fosse boa para os proprietários, não aconteceria o plantio, como é óbvio. Para o estado, só o tempo dirá. Para o povo, talvez, se os canaviais fossem substituídos pelos grãos básicos da alimentação brasileira melhorasse bastante diante das toneladas a mais.
De qualquer forma, a geografia econômica do estado vai mudando com a plantação desse produto de origem australiana. Adiante veremos o resultado geral do chamado “deserto verde”.



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