segunda-feira, 30 de setembro de 2024

 

CONTANDO PARA OS NOVOS

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de outubro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.119

 



O “sobrado do meio da rua” ficava a cerca de 50 metros do “prédio do meio da rua”. Espécies de shopping da época, construídos ainda nos tempos de vila. Nos 50 metros que os separava, era realizada parte da feira-livre e onde se realizava as matinês carnavalescas. O primeiro andar era um salão que congregava toda a extensão do prédio. Um vão livre para aluguel. No térreo, no meu tempo, três pontos comerciais. Cada ponto ia de um lado ao outro do prédio. O edifício era retangular. No primeiro andar já havia funcionado muitas coisas, como o primeiro cinema, o primeiro teatro, escolas e fórum. A última atividade ali, antes da demolição, foi o fórum, ainda na época dos advogados Aderval Tenório e João Yoyô Filho. Estamos falando dos anos 60, primeira metade.

No térreo funcionava na primeira cabeça (voltada para o Norte): o ponto comercial “Casa Atrativa”, Armarinhos do senhor Abílio Pereira. No ponto vizinho, a casa “Arquimedes Autopeças”; e na cabeça de baixo (Sul) A “Casa Triunfante”, armarinho de José Constantino e depois, do irmão Manoel Constantino. Essas casas tinham os fundos fechados para o Leste, lado da Praça Manoel Rodrigues da Rocha,

Durante às noites de festejos da padroeira Senhora Santana, os balões eram erguidos na parte dos fundos da casa “A Triunfante”, bem como os divertimentos “onda” e “curre” na extensão dos fundos do sobrado. Entre a cornija e o telhado do primeiro andar, havia um autofalante de comunicação da prefeitura “A Voz do Município”, acima da “Casa Atrativa”.

O “sobrado do meio da rua”, era o mais belo edifício de Santana do Ipanema. Foi demolido logo após a demolição do “prédio do meio da rua. Enquanto o prefeito demolia o primeiro, fazia uma pracinha no lugar do segundo, já demolido. Alegava o homem, que iria modernizar Santana. Após a demolição de ambos os prédios, o prefeito iniciou a troca do calçamento de pedras grandes por paralelepípedos da Avenida Coronel Lucena e todo o Comércio. Em seguida proibiu que carros de boi, circulasse pelo calçamento novo. Foi aí que os carreiros, usaram a criatividade: substituíram a roda de aro de ferro do carro de boi, por rodas de pneu. Esse tipo de transporte passou, então, a fazer parte da paisagem urbana de Santana do Ipanema.

O “SOBRADO DO MEIO DA RUA” COM SUA FACE SUL, VISTO DE LONGE, (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO/LIVRO 230/ACERVO DO AUTOR).


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