segunda-feira, 19 de maio de 2025

 

TUDO ESTRANHO

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de maio de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.236

 



Finalmente, após o dia 15 de maio, como sempre foi, a região do Sertão alagoano, entrou em perspectiva de chuvas das chamadas chuvas das tradicionais chuvadas de outono/inverno dessa região. O céu ficou por vários dias, nublado, mas sem chuva, apenas dando notícias de precipitações no Agreste. Agora resolveu colocar as mangas de fora, mas somente com algumas nuvens com chuvas passageiras e fracas po cerca de cinco minutos. Uma friezinha sim, o escurecimento do tempo dentro das casas, devido algumas nuvens mais escuras e só. Diante das mudanças climáticas, não podemos mais confirmar nada sobre a continuação das chuvas outono/inverno em Santana do Ipanema e região. Um tempo estranho. Muito estranho.

Mas, independente do Sol e da Chuva, continuam as obras do Anel Viário.  Os trabalhos estão descendo as colinas dos arredores e tudo indica, passarão pela estrada que leva ao sítio Tocaias, onde se encontra a “Igrejinha das Tocaias. Não entendemos de engenharia, porém dar a entender que essa ligação rodoviária entre a AL-130 e a BR-316, irá cortar a estrada das Tocaias com um aterro. E caso acontecesse isso, aqui vai uma sugestão que é fazer um viaduto no futuro aterro assim como Paulo Ferreira fez no aterro das imediações do Colégio Estadual. A Igrejinha das Tocaias, ao lado da Reserva Tocaia, são atualmente os pontos turísticos mais visitados. Joias da visitação pública entre romeiros, estudantes, professores, cineastas, escritores e devotos ferrenhos da tradição histórica, geográfica, religiosa e social desse relevante ponto supervalioso de Santana do Ipanema.

Porém, mais duas coisas relevantes acontecerão com o Anel Viário. Os veículos que virão da região Oeste do Sertão em busca do hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo, não precisarão enfrentar o trânsito do Centro da cidade, subirão direto da BR-316 para o hospital. Os que vierem da Região Sul, pela AL-130, também não enfrentarão o trânsito do Centro, chegarão livre ao hospital que atende cerca de vinte oito municípios. Quanto as formações de novos bairros além do hospital, rumo a serra da Remetedeira e nas imediações da serra Aguda, onde ficará a maior estátua sacra do mundo, serão bairro novos já com asfaltos à porta, clima de altitude e boas perspectivas de vida.

(FOTO; B. CHAGAS).


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/05/tudo-estranho-clerisvaldo-b.html

domingo, 18 de maio de 2025

 

ÁGUA NA PEDRA

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de maio de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3. 235




É natural que as pessoas tenham abandon

ado hábitos antigos e tenham se integrado aos tempos modernos, aqui no Sertão de Alagoas. Foram deixados de lado os remédios do mato, a procura de águas nas cacimbas de rios periódicos e a lavagem de roupas nos pilões de pedra. Motivos pela ordem: remédios de farmácia em abundância, água encanada do rio São Francisco e máquinas de lavar. Muitas outras coisas poderiam ser citadas, mas vamos parar por aqui com objetivo de falar sobre os pilões de pedras, um dos motivos do meu próximo livro sobre a zona rural. Pedra d’Água, Caldeirão, Caldeirão de pedra, são os nomes que se dão no Sertão às rochas, rochedos, lajes, lajeiros, lajedos, lajeado, que afloram e que adquirem, pela Natureza, várias formas que acumulam águas pluviais.

Aqui no Sertão alagoano, no município santanense, temos até um povoado de denominação, Pedra d’Água dos Alexandre. E é interessante porque pertence a dois municípios: um lado da rua é Poço das Trincheiras, o outro lado, Santana do Ipanema. É terra da cangaceira Maria do Cangaceiro Pancada. Maria de Pancada como ficou conhecida. Pois bem, O nome Pedra d’Água vem justamente de algumas rochas da região que acumulava água das chuvas em suas formas. Em Santana existem vários pilões de pedra. Somente na região de Camoxinga dos Teodósio existem mais de cinco, porém, hoje estão esquecidos por causa da existência de água encanada. Se você não alcançou, que pena! Era um encanto as lavadeiras de roupa nos caldeirões de pedra. Simplesmente romântico.

Tirando a faina charmosa das lavadeiras nas rochas, o local   é atrativo para pássaros e outros animais selvagens, e mesmo lugar de emboscada para caçadores, hoje ilegais. Suas formas de retenção da água pluvial tem uma ótima variação: rachaduras, cavidades simples, panelas, caldeirões, torneados profundos ou não e panelas em forma de parafuso. Ali vêm beber, o sapo, a raposa, o furão, o lobo-guará, a cobra, o cassaco e todos os selvagens do perímetro, durante, principalmente o período de estiagem prolongada. Durante o tempo mais frio do inverno, urubus e teiús costumam usar esses e outros lajeados para obrigatórios banhos de sol, como os humanos. Por isso e por mais ainda, é tão importante um lajeiro tipo caldeirão na propriedade quanto uma lagoa, um riacho, uma várzea.

LAJEADO COM ÁGUA (foto: PULSAR).

 


Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/05/agua-na-pedra-clerisvaldo-b.html