ENTREVISTA

(Clerisvaldo B. Chagas. 6.9.2009)

Estamos completando 100 crônicas publicadas; motivo bastante para comemorações com rezas, cervejas e churrasco. Aproveitamos o ensejo para homenagearmos o idealizador e criador do site Santana Oxente. Ao Valter Oliveira vão os meus agradecimentos pelo convite para escrever ao mundo. Juntos vão os parabéns pelos dois anos de existência de uma prestação de serviço ímpar. Aos amigos internautas, esta oferta para melhor conhecimento sobre o professor Valter e sua “máquina voadora”.

1. Nome completo: Valter Alves de Oliveira Filho.

2. Profissão: Professor.

3. Grau de estudo: Superior/Pedagogia

4. Como surgiu a idéia de criar um site?

R= Sempre gostei de trabalhar com comunicação. Na minha adolescência lembro um amigo que tinha um curso de eletrônica para principiante e construímos um pequeno transmissor de rádio. Era diversão pura. Em Areia Branca no ano de 1994, lancei junto com os alunos da 8ª Série, um informativo denominado “Gazeta de Areias”. Servi ao Gabinete do então Prefeito Marcos Davi, como Assessor de Imprensa. Depois disso escrevia para Sites: Shoovog, Tribuna do Sertão, Maltanet entre outros, mas precisava de um espaço diferente e com a cara do sertanejo, direcionado para as coisas simples do cotidiano matuto.

5. Como esse sonho se tornou realidade?

R= Na verdade tinha em mente o projeto, mas faltava conhecimento técnico. Com várias tentativas quase desisti. Conversando com o amigo de Faculdade, Emanuel Aragão (Maninho do DETRAN), que havia feito um curso de programador, o passo inicial foi dado; no entanto, o sistema trabalhado era muito difícil de atualização. Partimos para o plano B. Contratamos uma empresa que nos forneceu um sistema de atualização eficiente e eficaz para a nossa proposta. Mas, só foi possível com mais alguns amigos aliados e que até hoje estão conosco na batalha diária;

6. Por que o nome Santana Oxente?

R= Pela proximidade e admiração que guardo ao Escritor Marcelo Ricardo Almeida, resolvi homenageá-lo pela publicação do Livro: “NÃO”. Fiz um trocadilho de palavras para lembrar à cidade e à filosofia, deu SantaNAOxente. O “não” que vem após “Santa” é bem sugestivo. O Marcelo foi um grande incentivador das minhas primeiras leituras e astúcias na escola;

7. Qual a principal finalidade do Santana Oxente?

R= Na verdade confesso que perdemos um pouco da identidade, mas quero recuperar isso, pois o nosso propósito seria resgatar a nossa Cultura e orgulho sertanejo, ofertando um espaço dinâmico aos que pensam e já o fazem;

8. O senhor pode falar sobre os membros da equipe atual?

R= Todos estão a colaborar com o site como hobby favorito. Temos fotógrafos para eventos, artistas plásticos e demais colaboradores que permitem que as suas colunas sejam reproduzidas em nosso site. Apenas três da equipe tem formação superior;

9. Como é a rotina desse trabalho?

R= Nós o fazemos geralmente à noite, no horário que seria dedicado ao lazer e/ou em dias menos atribulados. Nossas reuniões de pauta acontecem em feriados ou aos sábados uma vez ao mês;

10. Está satisfeito com os comerciais?

R= Os comerciais apenas pagam despesas de hospedagem, manutenção e investimentos em equipamentos, mas são sempre bem vindos. Eles nos ajudam a manter o projeto;

11. Tem conexão direta com algum outro site na capital e em outros estados?

R= Temos alguns aliados como os Sites: Cadaminuto, Alagoas24horas, Tribuna do Sertão, Maltanet, Observatório da Imprensa...

12. Em relação a esse trabalho, professor, lembra da maior alegria? E a maior frustração?

R= Tínhamos uma coluna chamada “Pacato Cidadão”, logo na primeira versão do site. Convencemos o Sr. José Cajueiro de Castro, proprietário da Gráfica Ubirajara, a nos conceder uma entrevista e contar a sua história, que por sinal é muito bonita. A partir daí, fomos buscar apoio de vereadores para apresentar um Projeto de Lei, que o reconhecesse como cidadão santanense, haja vista, ser oriundo da cidade de Marechal Deodoro-AL. O projeto até que foi aprovado, mas até hoje o velho Cajueiro espera ser homenageado. Taí alegria e frustração juntas;

13. Pode-se dizer que o seu portal é independente?

R= No momento sim! Os nossos patrocinadores não pressionam e aprovam o nosso conteúdo. Buscamos uma postura democrática e filtramos informações que achamos pejorativas e/ou meramente improdutivas. Para garantir espaço as amplitudes de opiniões utilizam o mecanismo dos Blogs, anexados ao Site;

14. Pela ordem de conquistas, quais os serviços prestados pelo Santana Oxente?

R= Informação, entretenimento, cultura. Temos alguns mecanismos que o internauta ainda desconhece, como: Chat (bate-papo), gerenciador de Dowloand (que podem baixar pesquisas e arquivos) e nosso novo investimento a rádio On-line, que queremos organizar em programação especial com artistas da nossa terrinha;

15. Professor, em sua opinião, por que este site tem tanta credibilidade?

R= Atribuíram ao nosso grupo à missão de está mediando entre espaços que foram criados para “noticiar” o agradável a alguns grupos. O nosso papel foi além em alguns momentos, buscando a veracidade das informações, independente de credo e/ou posicionamento político. Quando estive na política, deixei o site para ser administrado pelo meu irmão Augusto Alves Oliveira;

16. Aceita outros participantes? Em que condições?

R= Hoje não fechamos às portas para quem quiser vir a contribuir com matérias, artigos etc. Se for alguém que queira patrocinar também é bem vindo, com a condição de não orientar quanto a nossa perda de identidade e independência;

17. O senhor acha que tem o seu trabalho reconhecido em Santana?

R= Contamos com uma boa estatística de visitantes, graças às primeiras divulgações de amigos desde 2007; na sua maioria, santanenses que estão aqui, em outros estados e até no exterior. Os internautas nos escrevem, elogiam, apresentam sugestões. Isso me deixa envaidecido;

18. Qual o endereço atual do site?

R= Não temos sede própria ainda, devido às condições financeiras. No mês de novembro próximo, estarei reformando minha casa e deixando um espaço para um pequeno escritório;

19. Pretende mudar de endereço?

R= No momento não! Pois para os serviços de contratação, fiz um acordo com a CETEC – Centro de Treinamento e Consultoria Empresarial. A Cristóvia Vieira está responsável pelo Departamento Financeiro do Site. As atualizações e manutenção fazemos da minha residência;

20. Quais os seus planos para o futuro?

R= Estamos tentando contatos com alguns amigos em Maceió para divulgarmos publicidades institucionais, como: prefeituras, bancos... Algo que nos deixe sem dever muito politicamente;

21. Fora os inconvenientes, apologia ao pornô, à droga, ao alcoolismo e a coisas parecidas, existe censura?

R= Censura não! Orientação sim... Tivemos alguns inconvenientes. Tem pessoas que escrevem bem, mas não conseguem esconder as suas frustrações com pessoas, e/ou grupos políticos e terminam partindo para ataques pessoais. Não posso admitir tais ações, pois estaríamos perdendo um pouco da essência do debate. Afinal, aqui promovemos liberdade de Expressão com “x”;

22. Qual o seu horário pessoal de atendimento na sede do site?

R= No momento a minha disponibilidade de tempo está complicada. Faço um Curso de Sistema de Informação – UFAL/UAB, nos fins de semanas, trabalho diariamente em três escolas, sendo uma delas como monitor do Estado. Os contatos devem ser direcionados a CETEC, 3621-1253 – OU ao meu Celular: 9931-2207;

23. O que o senhor gostaria de dizer, principalmente à juventude fã do Oxente?

R= Quando jovem sempre sonhei em conquistar coisas longe do meu alcance, mas esquecia que tudo começa a partir da primeira pedra atirada ao alicerce. Hoje, estou chegando a minha maturidade revendo os conceitos e formas de conquistar o mundo que queria. E estou diante disso apenas em um Clic. Obrigado a todos por estarem contribuindo e alicerçando os nossos sonhos!

24. Palavras de encerramento:

R= Ao Caríssimo Professor Clerisvaldo Braga das Chagas, eu me sinto lisonjeado em conceder essa entrevista, pela admiração e respeito que guardo desde que assistia atento às suas aulas de Geografia. Guardo boas recordações do “Velho Casarão” (o Colégio Estadual Deraldo Campos), hoje denominado Mileno Ferreira da Silva. Que Deus nos dê força e coragem para continuarmos essa luta, de mostrar o melhor da nossa gente humilde e ordeira que é o Povo de Sant`Ana!

UM BARÃO EM SANTANA

(Clerisvaldo B. Chagas. 5.9.2009)

Santana do Ipanema, no sertão de Alagoas, sofreu e sofre do mesmo mal de outras cidades brasileiras no que tange às homenagens com nomes de ruas. As coisas mais absurdas podem ser encontradas facilmente, mas não queremos entrar no assunto para não ferir sensibilidades. Os ridículos encontrados só poderiam achar consertos, caso fossem apagados quase todos os nomes de ruas para uma revisão de alto nível (o que se mostra não viável). Entre os reduzidos casos de justiça, temos as duas principais avenidas: Coronel Lucena e Barão do Rio Branco. No momento, o nosso interesse é para a segunda que, dizendo com certeza, nunca foi explanação para as escolas em geral.

A Avenida Barão do Rio Branco é um trecho curto que vai do centro, próximo à Matriz de Senhora Santa Ana, até o rio Ipanema. Atualmente possui um comércio variadíssimo e vigoroso, onde antes era conhecido como “o corredor dos armazéns”. A placa da avenida não interessa somente a estudantes e a população santanense. José Maria da Silva Paranhos, barão do Rio Branco, é brilhante nome brasileiro e internacional em questões diplomáticas. O barão exerceu o cargo de ministro das relações exteriores no Brasil no período 1902-1912. Foi ele o responsável pela incorporação de mais de 500 mil km² ao território brasileiro.

Entre os problemas do Brasil com outras nações, destacamos:

Ø A questão de Palmas – Essa foi uma disputa entre o Brasil e a Argentina. Defendida por Rio Branco e tendo os Estados Unidos como árbitro, foi vitoriosa. A disputa era por uma região rica em madeira e erva-mate (1895);

Ø Questão do Amapá – O Brasil disputava com a França, território da Guiana Francesa. A Suíça serviu de árbitro, o barão defendeu o Brasil e obtivemos a vitória. (1900);

Ø Questão do Acre (1903) – Brigas violentas entre brasileiros e bolivianos. Houve acordo graças a José da Silva Paranhos, já como ministro;

Ø Questão com o Peru (1904) – Aconteceram inúmeros conflitos entre peruanos e brasileiros. Foi o barão do Rio Branco quem negociou a solução do sério problema. Foi fixada a fronteira entre os dois países;

Ø Questão de Pirara (1904) – Aqui foi uma disputa pelo rio Pirara entre o Brasil e a Inglaterra. A Itália fez a arbitragem, o Barão defendeu o Brasil. O resultado foi à divisão do território disputado;

Ø Questão com a Holanda (1906) – Disputa de fronteiras entre Brasil e Guiana Holandesa. Com atuação de Paranhos, chegou-se a um acordo.

Adaptado: COTRIM, Gilberto. História e a consciência do Brasil. 5. Ed. São Paulo, Saraiva, 1997.

Muito mais se poderia dizer sobre esse brasileiro defensor do Brasil. Justíssimo merecimento — um nome de avenida principal no sertão longínquo das Alagoas. Pelo menos temos UM BARÃO EM SANTANA.