O DRIBLE DA LUZ Clerisvaldo B. Chagas, 4 de outubro de 2012. Crônica Nº 878 Que coisa chata, meu amigo! Deixar de ir ao último ...

O DRIBLE DA LUZ



O DRIBLE DA LUZ
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de outubro de 2012.
Crônica Nº 878

Que coisa chata, meu amigo! Deixar de ir ao último comício do nosso candidato, para contemplar Brasil e Argentina e não haver jogo! Quem não conhece as frases criadas pelo povão: “A volta dos que não foram” ou mesmo: “Poeira em alto mar”? Menino danou-se! A expectativa de entrarem em campo alguns jogadores novatos, o novo embate com o nosso vizinho, a emoção de mais um clássico mundial... Tudo foi para o beleléu com o vexame passado pela Argentina na noite de ontem. A juventude diz que é pagar mico. Eita mico fuba da gota serena! Ainda bem que não foi no Brasil que, por coincidência, sofreu também ontem à noite um apagão em alguns estados. Ficar o tempo todo na poltrona comendo pipoca ou bebendo cerveja, é bom quando tem jogo. Depois da força em que o argentino botou para cantar o hino brasileiro, jogadores em campo e holofotes cansados, ficamos mais uma porção de tempo, procurando o que não perdemos. É certo que o estádio não estava completamente lotado, mas era um clássico valendo alguma coisa.
Vai jogador, esquenta jogador, esfria jogador e a paciência do povo vai embora. Que situação ridícula. Duas partidas para decidir um troféu. Ganhamos a primeira no Brasil; vamos para a segunda na Argentina, mas os refletores parecem abusados. Roda o juiz querendo agradar, vai aqui, vai ali e Gabriela quer se apresentar. Prazos cumpridos, acordo firmado, goleiros sobre o não, vamos voltar para o Brasil que aqui não tem futuro. E como fica o resultado final? Brasil é campeão de um jogo que não jogou? A Argentina tem direito a espernear pelo segundo jogo em outra oportunidade? Será que os torcedores gritaram como no Brasil: “Quero meu dinheiro!?” Os brigões, isto é, as duas seleções, com medo uma da outra, resolvem tudo na política da boa vizinhança. Se não demos umas tapas nos caras, mas também deles não apanhamos. Foi muito bom para Mano, ora se não foi! É melhor deixar a poltrona para lá e partir para a cama enquanto é cedo.
Compromisso perdido, lá vai o escritor para a justificativa de não vê o jogo de Neymar. Sei não, acho que todos nós, brasileiros e argentinos, levamos O DRIBLE DA LUZ.

SEU UPA E SEU CUPA Clerisvaldo B. Chagas, 3 de outubro de 2012. Crônica Nº 877 Bondinho. (Foto: Wikipédia). Santos , cidade...

SEU UPA E SEU CUPA



SEU UPA E SEU CUPA
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de outubro de 2012.
Crônica Nº 877

Bondinho. (Foto: Wikipédia).
Santos, cidade do estado de São Paulo está localizada no litoral. É considerada a 18º mais rica do país e tem algumas atrações que ficaram famosas no Brasil inteiro. Sua catedral em estilo neogótico, surpreende o turista pela sua beleza. O seu porto chama atenção pela quantidade de navios encontrados no cais, sendo ainda o maior da América Latina. Suas praias são formadas de areias amareladas, diferentes das alvas praias do Nordeste. É divulgado em todos os lugares o tamanho do seu jardim na orla, considerado o maior do mundo. O estádio da Vila Belmiro é sempre uma atração à parte, lembra Pelé e as grandes conquistas do time santista. Não se pode esquecer a paisagem vista de cima do Monte Serrat. Ali me deparei com um belo cenário, ocasião em que o guia, falava dos dois bondinhos que transportavam os turistas para cima e para baixo do monte. Usando a linguagem chula, falou que eles se chamavam “Seu Upa” e “Seu Cupa”. Depois complementou cheio de malícia: “Quando Seu Upa sobe, Seu Cupa desce” e encerrou todo sorridente com a piada particular.
Estamos vivendo mais uma vez eleições para prefeitos e vereadores. A semana última dos comícios vai agitando tudo e muitas novidades aparecem quando os cabras deitam falações. Ficamos, então, sabendo coisas que o diabo duvida, através dos próprios candidatos que revelam as cargas de defeitos dos oponentes. Os foguetes cortam os ares na gastança contínuas dos políticos, afugentando os cães que perambulam pelas ruas. Os postes de combustíveis nunca venderam tanto para carreatas e outras manobras que os homens planejam. Não podendo mais realizar espetáculos musicais onde gastavam fortunas, os postulantes inventam mil bramuras para atrair os incautos. Carros rodam dia e noite pelas estradas vicinais em procura de voto vacilante. As promessas dobram, miraculosas com sempre. Todos querem aparecer com os nomes nas paredes, nos postes, nos automóveis, nas bandeiras sustentadas pelos alugados. A Justiça vai acompanhando o movimento para assegurar uma eleição escrupulosa e as manobras costumeiras dos viciados.
Diante de tantas coisas acontecendo, muitos candidatos sobem e outros descem. Os candidatos péssimos quando sobem, maltratam o povo. O candidato peste é “Seu Upa”, o povo “Seu Cupa”. Não vemos muita diferença com o que acontece no Monte Serrat, entre “SEU UPA”  e “SEU CUPA”.

O SOM EM 4 TEMPOS Clerisvaldo B. Chagas, 2 de outubro de 2012. Crônica Nº 876 Passamos um pouco dos vinte e seis anos de um movime...

O SOM EM 4 TEMPOS


O SOM EM 4 TEMPOS
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de outubro de 2012.
Crônica Nº 876

Passamos um pouco dos vinte e seis anos de um movimento musical na minha terra. Foi exatamente no dia sete de maio de 1986, quando quatro jovens santanenses lançaram um compacto duplo pelo selo Beverly (Copacabana), causando euforia nos meios artísticos e nessa cidade alagoana. O grupo “O Som em 4 Tempos”, foi formado pelos músicos e cantores, Dênis Marques, Adeilson Dantas, Dotinha e Pangaré, rapazes da sociedade local que procuravam vencer através da música. Pangaré surgiu com “Você Chegou”; Dotinha com “Novo Horizonte”; Adeilson Dantas com “Colorida”, todos com composições próprias. Dênis Marques lançou a letra do escritor Clerisvaldo B. Chagas “Galopando em Emoções”, mas também com música própria. O lançamento do disco teve o apoio da imprensa do estado, inclusive, destaque no Jornal de Alagoas. Aquele momento representou mais uma vitória da terra sertaneja que festejou junto aos seus novos ídolos o ingresso na MPB. Na época, o êxito alcançado pelo quarteto, serviu de inspiração para outros jovens que tentariam mais tarde a mesma trajetória.
Quando o compacto foi lançado, as rádios da região rodavam com frequência os novos sucessos, causando satisfação para aqueles que sonhavam em seguir adiante na arte da voz. Mas, tempos depois, pareceu haver um esfriamento na sequência e o quarteto perdeu forças entre seus membros e não tivemos notícia de outros discos lançados em grupo. Atualmente Dotinha é professor na cidade de Arapiraca. Pangaré passou a ser Valdo Santana e de vez em quando surge com novidades. Dênis Marques, que também é músico, desenhista e professor, continua suas apresentações artísticas com “Dênis, Violão e Voz”. Quanto a Adeilson Dantas, radialista e empresário da “Adeart”, onde realizava suas filmagens com sede em Olho d’Água das Flores, faleceu prematuramente, vítima de acidente automobilístico. A região sertaneja está sempre contratando Valdo Santana e Dênis Marques, individualmente, para maior brilho nos festejos do Sertão e de outras plagas. Ultimamente alguns nomes surgem no cenário musical santanense, mas a carreira de cantor nunca foi fácil para ninguém.
Sem dúvida nenhuma, o feito desses jovens está em nosso livro “O Boi a Bota e Batina; historia completa de Santana do Ipanema” que aguarda lançamento na fila (cinco à frente) por ser muito volumoso e o mais caro. De qualquer maneira, puxamos do baú a realização dos quatro rapazes que, pelo menos três continuam conosco. Que bom recordar O SOM EM 4 TEMPOS!.