DIA 21, DISSECANDO A AGRIPA Clerisvaldo B. Chagas, 21 de abril de 2014 Crônica Nº 1173 FUNDADORES DA AGRIPA 20 DIAS APÓS A F...

DIA 21 DISSECANDO A AGRIPA




DIA 21, DISSECANDO A AGRIPA
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de abril de 2014
Crônica Nº 1173

FUNDADORES DA AGRIPA 20 DIAS APÓS A FUNDAÇÃO. ARISELMO MELO, MANOEL MESSIAS, MARCELLO FAUSTO, VILMA LIMA, SÉRGIO CAMPOS, CLERISVALDO CHAGAS E FERREIRINHA (AUSENTE, D. JOANINHA). Foto: Arquivo/Agripa.
Fundada em 10 de agosto de 2013, a Associação Guardiões do Rio Ipanema - AGRIPA tem como finalidade lutar pelo meio ambiente do município de Santana do Ipanema. O momento atual, porém, exige que a AGRIPA socorra primeiro o rio Ipanema e seus afluentes que escorrem em seu território.
Formada por um grupo de cidadãos e cidadãs de boa vontade, a AGRIPA não tem ligação nenhuma com partidos políticos. Sendo uma associação organizacional e educativa, procura parceria entre os órgãos executivos, legislativos, judiciários e civis, para que a sua missão seja realizada com o êxito merecido.
A AGRIPA, em apenas oito meses de existência já conseguiu ser o maior centro de informações sobre o rio Ipanema; possuir mais de 20 títulos de livros sobre o Panema; catalogar mais de trinta plantas medicinais encontradas em seu leito seco e margens; ministrar inúmeras palestras sobre essa corrente fluvial; conceder várias entrevistas no rádio e na televisão sobre esse tema; motivar e despertar todas as escolas de Santana e outros órgãos para a questão do nosso rio periódico; mexer na autoestima do povo santanense; ouvir o sim do prefeito Mário Silva para a criação do Polo Ambiental com estação meteorológica, observatório da AGRIPA, memorial do rio Ipanema e sementeira de mudas nativas, no lugar do atual matadouro; implantação pela câmara de vereadores do Dia do Rio Ipanema (21 de abril); filmagens da TV Gazeta de Alagoas para as coisas boas e ruins do rio Ipanema.
Planejando, organizando-se durante meses para iniciar os seus trabalhos efetivos sobre o resgate do Panema a AGRIPA sabia que uma ação intempestiva, rápida, movida apenas pelo entusiasmo, não passaria de 24 horas, como já aconteceu no passado. Hoje, 21 de abril, Dia do Rio Ipanema, tem início a limpeza de lixo e entulhos no rio Ipanema, riachos Camoxinga e Salgadinho (divisor dos Bairros Domingos Acácio e Floresta).
CHEIA NO RIO IPANEMA.
Logo cedo os Guardiões estarão vigilantes aos movimentos de máquinas e homens da Secretaria de Obras, através do secretário (e vice-prefeito) Adenilson, bem como recepcionando a equipe da TV Gazeta de Alagoas que, prestigiando a AGRIPA, vem registrar o trabalho das máquinas. A limpeza do rio terá campanha permanente e ações periódicas, sempre que necessário.
(Amanhã, terça-feira, escritores e guardiões novamente estarão descendo com a equipe da TV GAZETA para novas filmagens perto e na foz do rio Ipanema em Belo Monte).
O próximo passo da AGRIPA é para os mais grossos males que sufocam o rio como cercas de arame no leito, pocilgas, cercas e construções avançadas, construções sob pontes e nos próprios leitos de rio e riachos, extração de areia, fossas e esgotos, lava a jatos, matadouro, currais, pesca predatória.
Para isso a AGRIPA, (incentivada pela sociedade que exige melhor qualidade de vida) convidará através de ofícios, para um amplo debate, a câmara de vereadores (os fiscais do povo), a secretária da saúde, a secretária da ação social, o secretário de agricultura e meio ambiente e a gerência da CASAL, diretamente ligados aos problemas acima e, se preciso, o Ministério Público. DIA 21, DISSECANDO A AGRIPA.

OS DEZ MANDAMENTOS SANTANENSES SOBRE O RIO IPANEMA                                                                           (C...

OS DEZ MANDAMENTOS SANTANENSES SOBRE O RIO IPANEMA






OS DEZ MANDAMENTOS SANTANENSES SOBRE O RIO IPANEMA
                                   
                                      (Clerisvaldo B. Chagas)


RIO IPANEMA. Foto: Arquivo/Agripa.
1º - Amar o rio Ipanema acima de todos os outros acidentes geográficos;
2º - Não falar sobre o rio Panema sem elogios;
3º - Fazer a bem do Ipanema, tudo o que puder;
4º - Descrever para filhos, netos, amigos e visitantes, o que o rio Ipanema representa para o sertão;
RIO IPANEMA. Foto: Arquivo/Agripa.
5º - Entender o que o rio Ipanema significa para a flora, a fauna, seus habitantes ribeirinhos e animais domésticos;
6º - Analisar o papel do Panema na História, Geografia, Sociologia e Economia da área banhada por ele;
RIO IPANEMA. Foto: Arquivo/Agripa.
7º - Percorrer trechos a pé, do seu leito seco e margens para melhor entendê-lo;
8º - Acampar às suas margens pelo menos uma vez na vida;
9º - Não jogar e não deixar ninguém jogar nada em seu leito e margens que o prejudique;
10º - Ajudar por todos os meios ao seu alcance a resgatar e preservar o rio Ipanema e seus afluentes.
* Crônica Nº 1172. Clerisvaldo B. Chagas. 21 de abril de 2014.





O SERROTE DO CRUZEIRO Clerisvaldo B. Chagas, 18 de abril de 2014 Crônica Nº 1171 SERROTE DO CRUZEIRO DE TRADIÇÃO RELIGIOSA. ...

O SERROTE DO CRUZEIRO




O SERROTE DO CRUZEIRO
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de abril de 2014
Crônica Nº 1171

SERROTE DO CRUZEIRO DE TRADIÇÃO RELIGIOSA. Foto: Clerisvaldo.
Quando os mais antigos chegaram à região da Ribeira do Panema foram nomeando os seus incontáveis acidentes geográficos. Entre os montes circundantes da atual cidade sertaneja de Santana do Ipanema, um se tornou mais íntimo dos homens que vieram de longe. Bem ao sul da cidade, fechando um amplo círculo de elevações como serrote Pintado, serras Aguda, Remetedeira, Poço, Camonga, Macacos e os serrotes Gonçalinho e Pelado, o morro da Goiabeira ganhou notoriedade.
No ano de 1900, para celebrar a passagem do século XIX para o século XX, os santanenses fincaram uma cruz de madeira no cimo do morro da Goiabeira e passaram a chamá-lo serrote do Cruzeiro. Nessa ocasião, também era construída uma igrejinha/monumento, quase no centro da urbe, com o mesmo objetivo.
Entre 1914 e 1915, como motivo de promessa, um sargento por nome de Antides, casado com uma senhora da ilustre família Rocha, chamada Hermínia, construiu uma capelinha no cume do serrote, com abertura de picada, ternos de zabumba, feijoada para os participantes e bastante animação. A igrejinha veio a ruir pelo abandono, na década de 1960.
Nessa mesma década, o deputado santanense Siloé Tavares, repetiu os feitos do sargento Antides, reerguendo a capela em homenagem a Santa Terezinha. Pelo mesmo motivo da primeira, a segunda igrejinha também não resistiu ao abandono.
Perto do final do século XX, pela terceira vez a capelinha foi erguida por um grupo de pessoas, dessa vez em estilo diferente e ainda hoje ali permanece.
Sendo o monte mais simpático ao santanense, o serrote do Cruzeiro, de forma arredondada e cimo de granito, recebe devotos e curiosos sempre em dias de Semana Santa. O imaginário popular mostra marca do pé do menino Jesus na rocha viva; falam das tramas dos poderosos de Santana e Lampião em conchavo no pé da alta cruz de madeira (a atual é a segunda); comentam botijas escondidas em sua crista.
IGREJINHA NO TOPO DO SERROTE DO CRUZEIRO. Foto: Clerisvaldo.
O alto mostra um cenário fantástico com parcial da cidade e arredores. Sua vegetação original foi criminosamente extinta nos anos 1960 e levou cerca de 35 anos para cobrir o serrote, porém, sem árvores como antes, somente com arbustos.
Quando o movimento religioso estava no auge e no seu sopé, encenava-se a Paixão de Cristo acompanhada por milhares de pessoas, poft. Ciúme de padre é pior do que ciúme de político. Um golpe definitivo no teatro ao ar livre que poderia ser atualmente muito maior do que o do agreste de Pernambuco, nocauteou o entusiasmo da Camoxinga. A sociedade calou.
Os outros padres perderam o fôlego e nenhum prefeito jamais teve a ideia de transformar o serrote (um dos poucos pulmões verdes de Santana), em reserva ambiental. Ora, se as pessoas que merecem não são reconhecidas, imaginem um pedacito da natureza: O SERROTE DO CRUZEIRO.
·         Parcial extraída do livro: O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema.