ZACARIAS Clerisvaldo B. Chagas, 13 de novembro de 2014. Crônica Nº 1.303 Zacarias morava num subúrbio de Santana com algumas pe...

ZACARIAS



ZACARIAS
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de novembro de 2014.
Crônica Nº 1.303

Zacarias morava num subúrbio de Santana com algumas pessoas da família. Na época, a margem direita do Ipanema era pouco habitada. E na subida da colina que dá para a serra Aguda, havia um pequeno patamar de barro vermelho. Era ali a morada do carregador número 1. Algumas poucas residências de taipa abrigavam um grupo de negros naquele terreno. Daí a denominação: Alto dos Negros. O termo foi definitivamente incorporado às regiões do bairro e é assim conhecido o lugar. Foi esse minúsculo aglomerado negro da zona urbana que ficou conhecido.
Cajarana fica vizinha ao Alto dos Negros. Pela própria expansão da cidade, novos terrenos foram ocupados e uma mistura de branco e negros crioulos da própria miscigenação daqueles altos, foram ocupando a Cajarana. Termos engraçados surgiram há muito tempo na margem direita do rio Ipanema, todos habitados por pessoas humildes da época: Galo Assanhado e Cachimbo Eterno, que ainda continuam no cotidiano de Santana. E, interessante, é que os moradores dessas comunidades, sempre apontaram as outras com desdém e ironias. Ninguém desejava ser da outra comunidade. Mas o nome Alto dos Negros que antes era pejorativo passou a ser simpático e, não deixa de ser uma homenagem à família do carregador número 1. O isolamento do grupo arredio deixou de expandir a negritude no espaço. Mas, de onde teria vindo Zacarias e seus familiares? Tudo indica ter sido da Tapera do Jorge. Estava ali, Zacarias, o carregador número 1, cidadão urbano sim senhor.
* EXTRAÍDO DO LIVRO; NEGROS EM SANTANA.

AS ASAS DO BACURAU Clerisvaldo B. Chagas, 12 de novembro de 2014 Crônica Nº 1.302 Sempre que escritores, cantores, desenhista...

AS ASAS DO BACURAU



AS ASAS DO BACURAU
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de novembro de 2014
Crônica Nº 1.302

Sempre que escritores, cantores, desenhistas e outros amantes das letras e das artes queriam palestrar, o bacurau aguardava de asas abertas. Aquele bicho feio de natureza e bonito no desenho da parede, atraíam os artistas que sempre continuavam a espreitar os painéis e murais confeccionados por ele, o Roninho.
Às vezes no cotidiano o visitante encontrava uma novidade implantada na atrativa coleção do homem. Quando não estava marcante na parede, o artista plástico Roninho, dono do bar, fazia questão de trazer sua mais nova obra nas páginas de um caderno de arame ou numa folha de papel sem caráter nenhum.
Ali no balcão ficavam as “marvadas” feitas com capricho, pelo próprio dono que as denominava de acordo com a safadeza em voga. Lá de dentro do pequeno estabelecimento, saltava uma geladinha para quem refugava os vidros das presepadas de Roninho.
Fora os artistas que faziam do Bacurau o ponto certo da nova boemia santanense, ainda chegava uma clientela pesada, facilmente dominada pelo dono que conhecia os indivíduos um a um. De vez quando surgia um cabra de outro bairro para fazer a confraternização ali, bem vizinho ao Corpo de Bombeiros e Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas.
Ou dentro do pequeno espaço ou fora contemplando o serrote Pintado da reserva particular de caatinga, Tocaias, o cliente ronista apreciava a florada amarela da craibeiras do Helena.
Um belo dia, Ah, um belo dia, inventaram uma eleição em Santana e sequestraram o dono do bar para cabo eleitoral. As portas do Bacurau foram cerradas, os artistas protestaram, mas Roninho continuava de queixo duro, empinando moto em busca de votos. Passada a fase macabra, Roninho ganhou uma colocação importante do seu vereador eleito e abandonou de vez a sua antiga clientela do Bairro São José.
O Bacurau que denominava o bar ficou triste na parede externa e, para os antigos clientes, o bicho da noite nunca mais abriu as asas.

O ENEM COMO ELE É Clerisvaldo B. Chagas, 11 de novembro de 2014 Crônica Nº 1.301 Imagem divulgação, ENEM. Abrimos espaço pa...

O ENEM COMO ELE É



O ENEM COMO ELE É
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de novembro de 2014
Crônica Nº 1.301

Imagem divulgação, ENEM.
Abrimos espaço para homenagearmos o ENEM e os inscritos nesse programa gigante brasileiro, através da Wikipédia livre.
”O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é uma prova realizada pelo Ministério da Educação do Brasil. é utilizada para avaliar a qualidade do ensino médio no país. Seu resultado serve para o acesso ao ensino superior em universidades públicas brasileiras através do Sistema de Seleção Unificada (SISU), assim como em algumas universidades públicas portuguesas.
O Enem é o maior exame do Brasil (reconhecido oficialmente pelo RankBrasil-recordes Brasileiros) e o segundo maior do mundo, atrás somente do exame de admissão do ensino superior chinês, e conta com mais de 7 milhões de inscritos divididos em1.661 cidades do país.
A Prova também é feita por pessoas com interesse em ganhar bolsa integral ou parcial em universidade particular através do ProUni (Programa Universidade para Todos) ou para obtenção de financiamento através do Fies (Fundo de Fiananciamento ao Estudante do Ensino Superior). Desde 2009 o exame serve também como certificação deconclusão do ensino médio em cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA), antigo supletivo, substituindo o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).
A prova foi criada em 1998, sendo usada inicialmente para avaliar a qualidade da educação nacional. Teve sua segunda versão iniciada em 2009, com aumento do número de questões e utilização da prova em substituição ao antigo vestibular. O exame é realizado anualmente e tem duração de dois dias, contém 180 questões objetivas (divididas em quatro grandes áreas) e uma questão de redação”.