TROVOADA Clerisvaldo B. Chagas Crônica Nº 1.305 Menino, negócio danado! Anteontem e ontem, a temperatura no Sertão de Alagoas...

TROVOADA



TROVOADA
Clerisvaldo B. Chagas
Crônica Nº 1.305

Menino, negócio danado! Anteontem e ontem, a temperatura no Sertão de Alagoas tava insuportável. Muito alta. Céu sem nuvens para quebrar um pouco a inclemência do Sol, imaginamos o  trabalho do homem da roça em campo aberto. Mas fazer o quê? O negócio era seguir o padrão defensor da Saúde, isto é, tomar muito líquido e fugir do Sol diretamente. E do jeito que estava, só mesmo virando boi, bebendo vinte litros d’água duma chupada. Muitos procuraram refúgio aproveitando a desculpa do momento para se arrancharem sem tempo limitado nas mesas de bares, para cerveja preferencial de marca “gelada”.
E como diz o ditado que as trovoadas de janeiro tardam mais não faltam, mesmo com o olho comprido para o firmamento não era possível adiantar o tempo. Mas bem que avisamos quando uma rãzinha, dessas chamadas rapa-rapa, do Sertão, começou a rapar escondida nas imediações. Sinal infalível de chuva, mesmo que o céu esteja completamente azulado. Essa tradição dos nossos avós não falha e dessa vez não foi diferente.
Na noite de ontem (16), quente que só a beleza, como dizia o nosso amigo rural, Eutrópio, o suor descia sem esforço, Procuram-se refúgios na varanda, na calçada, no ar condicionado, no ventilador. Eis que os céus quando querem querem mesmo e, em certas horas da noite, as nuvens escondidas se juntaram, o  trovão deu sinal de vida. Ói! Brinque com a rãzinha rapa-rapa! Os trovões aumentaram o ritmo, os relâmpagos também e, o Sertão velho de meu Deus que vive sonhando com chuvas, recebeu um bocado d’água, ocasião, em que a energia elétrica abandonou os fios e, a briga pelas velas foi enorme.
Em Santana do Ipanema mesmo, falando somente da cidade, foi uma noite daquelas. Muito calor, sem ventilação artificial e no escuro, vá calculando comadre, os transtornos noturnos.
Felizmente chegaram as luzes naturais da manhã afastando relâmpagos e trovões. E como Sertão sem trovoada não presta, novembro já é mês de aguardar o agito da natureza. Tanto é que mal amanheceu o dia, os pardais começaram a saudação. O pipilar estava sobre os telhados como quem diz: “Ô que tempo bom”.

A LUTA DO PLANETA Clerisvaldo B. Chagas, 14 de novembro de 2014 Crônica 1.304 No momento em que o mundo exige mais qualidade de...

A LUTA DO PLANETA



A LUTA DO PLANETA
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de novembro de 2014
Crônica 1.304

No momento em que o mundo exige mais qualidade de vida, os dois gigantes poluidores China e Estados Unidos, fazem um acordo, ainda inc
POLUIÇÃO NOS ARREDORES DE PARIS ((Wikipédia).
ipiente sobre a tal poluição.
“O ar é formado basicamente por gás oxigênio, gás carbônico, gás nitrogênio e outros gases, além de partículas de poeira, microrganismo e vapor de água. A proporção de alguns gases como o gás oxigênio e o gás natural nitrogênio, geralmente não sofre grandes variações de um local para outro. No entanto, a proporção de gás carbônico, vapor de água, poeira e outros componentes é bastante variável, dependendo de diversos fatores.
Alguns desses componentes variáveis do ar atmosférico são prejudiciais ao meio ambiente e aos seres vivos. A alteração na composição do ar atmosférico, quando prejudicial aos seres vivos, é chamada poluição do ar.
Diariamente, são emitidos na atmosfera, grandes quantidades de gases tóxicos, partículas nocivas e poeira. O lançamento dessas substâncias deve-se principalmente, aos veículos de transporte, ao processamento do lixo, às atividades agrícolas e industriais, entre outros fatores.
Quando os poluentes são lançados na atmosfera, pode haver a dispersão das substâncias que os compõem, espalhando-se pelo ar. A capacidade de dispersar poluentes é um fator que também influencia a qualidade do ar. Em locais onde há pouca dispersão dos poluentes, sua concentração aumenta, e a qualidade do ar diminui”.
(LEONEL, Karina & ELISANGELA. Ciências. 1. ed. São Paulo, Scipione, 2011).

ZACARIAS Clerisvaldo B. Chagas, 13 de novembro de 2014. Crônica Nº 1.303 Zacarias morava num subúrbio de Santana com algumas pe...

ZACARIAS



ZACARIAS
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de novembro de 2014.
Crônica Nº 1.303

Zacarias morava num subúrbio de Santana com algumas pessoas da família. Na época, a margem direita do Ipanema era pouco habitada. E na subida da colina que dá para a serra Aguda, havia um pequeno patamar de barro vermelho. Era ali a morada do carregador número 1. Algumas poucas residências de taipa abrigavam um grupo de negros naquele terreno. Daí a denominação: Alto dos Negros. O termo foi definitivamente incorporado às regiões do bairro e é assim conhecido o lugar. Foi esse minúsculo aglomerado negro da zona urbana que ficou conhecido.
Cajarana fica vizinha ao Alto dos Negros. Pela própria expansão da cidade, novos terrenos foram ocupados e uma mistura de branco e negros crioulos da própria miscigenação daqueles altos, foram ocupando a Cajarana. Termos engraçados surgiram há muito tempo na margem direita do rio Ipanema, todos habitados por pessoas humildes da época: Galo Assanhado e Cachimbo Eterno, que ainda continuam no cotidiano de Santana. E, interessante, é que os moradores dessas comunidades, sempre apontaram as outras com desdém e ironias. Ninguém desejava ser da outra comunidade. Mas o nome Alto dos Negros que antes era pejorativo passou a ser simpático e, não deixa de ser uma homenagem à família do carregador número 1. O isolamento do grupo arredio deixou de expandir a negritude no espaço. Mas, de onde teria vindo Zacarias e seus familiares? Tudo indica ter sido da Tapera do Jorge. Estava ali, Zacarias, o carregador número 1, cidadão urbano sim senhor.
* EXTRAÍDO DO LIVRO; NEGROS EM SANTANA.