LAMPIÃO, O CERCO FATAL (VIII) Clerisvaldo B. Chagas, 27 de julho de 2015 Crônica Nº 1.460 Tentaremos resumir 27 páginas em um...

LAMPIÃO, O CERCO FATAL (VIII)



LAMPIÃO, O CERCO FATAL (VIII)
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de julho de 2015
Crônica Nº 1.460

Tentaremos resumir 27 páginas em uma crônica.
27.07.1938. (Quarta-feira).
São cinco frentes nos acontecimentos.
Joca do Capim, com raiva da esposa por um motivo e de Pedro de Cândido, por outro, quer entregar o bando às volantes. Em Piranhas, dia de feira, João Bezerra tem partido e, Joca fica aguardando a chegada de Aniceto.
No coito, Lampião pede a Durval para vir no dia seguinte, levar a máquina de volta e receber o dinheiro das carnes consumidas. Somente bodes para levar foram 36.
Em Piranhas, Pedro combina com Bezerra ou na noite anterior ou naquela manhã sobre o envenenamento. Envia um telegrama para ele mesmo como se tivesse sido chamado para o Moxotó. Os coiteiros vão contar a Lampião.
À tarde, chega Aniceto em Piranhas e logo Joca conta tudo e manda apertar Pedro de Cândido. Aniceto passa telegrama para Bezerra dizendo que o boi está no pasto.
Combinam-se para se encontrar em Pedra. Ali se encontram Aniceto, Bezerra e o aspirante Francisco Ferreira que tem volante pronta e é espião do governo contra o tenente João Bezerra. O aspirante discute com Bezerra que não quer levá-lo. Chega Domingos dos Patos trazendo recado de Pedro de Çândido.
Depois do meio-dia Pedro foi levar a carga envenenada a Lampião, com a ajuda de Durval.
Perto de Pedra, após a discussão, as três volantes partem juntas para Piranhas. Levam metralhadoras emprestadas. Chegam a Piranhas já à noite e com chuva. Arranjam três canoas e descem o rio, mas só os comandantes sabem para onde.
No coito um vento frio encanou pelo grotão. Os bandidos se recolheram no escuro e somente uma vela permanecia acesa na barraca de Lampião. Maria Bonita, emburrada com Lampião, conversava com Cila em uma pedra.
A tropa manda buscar Pedro de Cândido e que forçado, vai guiá-la até a grota, juntamente com o irmão Durval.
Após várias peripécias, as três volantes estão diante do coito ainda antes de amanhecer o dia, guiadas por Pedro e Durval. As volantes dividem-se em várias frentes e surpreendem os bandidos ainda com escuro, frio e neblina.
É feito o ataque que termina com onze cangaceiros mortos e um volante. Lampião e Maria Bonita desencarnaram.
*Narrativa baseada no livro: CHAGAS, Clerisvaldo B. FAUSTO, Marcello. Lampião em Alagoas. Maceió, Grafmarques, 2012.
Amanhã: última crônica da série.

LAMPIÃO E AS COMPRAS (VII) Clerisvaldo B. Chagas, 26 de julho de 2015 Crônica Nº 1.459 “26.07.1938. (Terça-feira). Dia impo...

LAMPIÃO E AS COMPRAS (VII)



LAMPIÃO E AS COMPRAS (VII)
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de julho de 2015
Crônica Nº 1.459

“26.07.1938. (Terça-feira).
Dia importante dentro e fora do coito.
Pela manhã, chega Manoel Félix somente com as agulhas. Não pode comprar o resto das coisas porque a polícia estava de olho nele”.
Pedro de Cândido está presente. Lampião entrega uma lista de compras a ele, inclusive a mescla. Manda-o vigiar a polícia. Pedro vai a Piranhas”.
O tenente João Bezerra está em Mata Grande e o sargento Aniceto em Pedra. Recebem telegrama de dona Cyra, esposa de Bezerra, dizendo sobre cangaceiros vistos na região de Piranhas.
Em Piranhas, Pedro faz as compras e não vê Bezerra nem Aniceto. Cochicha com a polícia e é visto por Eráclito. Disfarça mandando-o levar a mescla, o restante não.
No coito chegam o subgrupo de Corisco e o de Labareda. Festa de alegria.
Eráclito fala mal de Pedro, Corisco manda Virgolino matar a Pedro de Cândido, Lampião ameniza.
“À tardinha, Luiz Pedro cortava a mescla para calça, culote e bornais de José. Lampião mandou Vicente e Manoel Félix buscarem a máquina de costura na casa da mãe de Pedro de Cândido, ali nas Forquilhas, do outro lado do morro das Perdidas”.
Corisco não quis dormir ali e retirou-se para a fazenda do Velho Bié; Labareda foi dormir na fazenda Cuiabá, longe duas léguas. Os dois não confiaram no lugar em que havia apenas uma entrada, segundo eles. Moita Brava, alegando indisposição pediu para se tratar fora.
O tenente Bezerra chegou a Piranhas à noite.
Pedro havia entregado um bizaco de balas a Lampião com seu irmão Durval, mandado por Bezerra antes de sair de Piranhas. O autor Maciel diz que foi na quarta, dia de feira em Piranhas quando o bizaco desceu com outras mercadorias.
“O entendimento sobre os últimos preparativos para o veneno (se houve) deve ter acontecido na noite da terça, quando Bezerra chegou a Piranhas, ou na manhã da quarta, antes de deixar à cidade”.
·         Narrativa baseada no livro: CHAGAS, Clerisvaldo B.  FAUSTO, Marcello. Lampião em Alagoas. Maceió, Grafmarques, 2012.

Continua amanhã.

LAMPIÃO RECEBE A VISITA DO SOBRINHO (VI) Clerisvaldo B. Chagas, 25 de julho de 2015 Crônica Nº 1.458 “25.07.1938. (Segunda-fe...

LAMPIÃO RECEBE A VISITA DO SOBRINHO (VI).



LAMPIÃO RECEBE A VISITA DO SOBRINHO (VI)
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de julho de 2015
Crônica Nº 1.458

“25.07.1938. (Segunda-feira).
Chega José, Sobrinho de Lampião, 17 anos, filho da irmã mais velha, Virtuosa. Viera de Propriá, onde conversara com seu tio João Ferreira. Contou as perseguições à família e que ele estava crescendo. Lampião lembra a ele que há dois anos, seu irmão mais novo e seu cunhado também haviam entrado no cangaço pelo mesmo motivo, e que este era o 6º Ferreira.
Lampião e Maria ajudam a José a armar a rede no grupo de Balão. Depois ele vai para o cimo do morro das Imburanas.
Lampião encarrega Manoel Félix, coiteiro irmão dos outros dois, Erasmo e João, de comprar agulha, linha, chapéu de couro e cinco varas de mescla, em Piranhas, parece que para fazer a roupa de José”.
A chegada de José atrasa a partida de Virgolino em um dia, o que seria fatal para o chefe de bando como se o próprio destino já tivesse de plano traçado. Lampião já estava descansando no riacho desde o dia 21. Como a grota da fazenda Angicos não estava muito distante do rio São Francisco, sua permanência no lugar ia ficando cada vez mais perigosa, mesmo com a confiança em está cercado de coiteiros. Pela frente, o rio era bem movimentado e alvo da sua vigilância com subgrupo de Relâmpago, mas que terminaria sendo completamente inútil. Por trás, havia a fazenda Logradouro do coiteiro Júlio Félix e outras que davam para o interior.
Para visitar Lampião não chegavam somente os coiteiros, mas outras pessoas que se interessavam em negociar com o bandido, informar, levar presentes ou simplesmente vê o homem de perto. Geralmente essas pessoas apontadas como de confiança, eram introduzidas no acampamento pelos próprios coiteiros como seus amigos.
Além disso, as feiras de Pão de Açúcar e Piranhas representavam maior movimento de canoeiros e barqueiros nas imediações, bem como cavaleiros nas terras áridas e pedregosas que margeavam o Velho Chico.
Manter segredos da sua permanência por ali, mesmo com seu aparato, parecia impossível.
·         Narrativa baseada no livro: CHAGAS, Clerisvaldo B.  FAUSTO, Marcello. Lampião em Alagoas. Maceió, Grafmarques, 2012.