MONTADO NO PEIXE Clerisvaldo B. Chagas, 19 de junho de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoan o Crônica: 1.925 FOTO: (PAPEL DE ...

MONTADO NO PEIXE


MONTADO NO PEIXE
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.925
FOTO: (PAPEL DE PAREDE).

Estava escutando uma entrevista política, em que a entrevistada defendia os bons políticos. Não sabemos muito o significado de bom. O próprio Jesus, ao ser chamado de bom Mestre, afirmou que ele não era bom, bom era o pai que estava no céu. A entrevistada dava conselho para que o eleitor estudasse a vida ativa do político para excluí-lo ou reelegê-lo. Mas o nosso povo ainda não tem consciência política. E talvez seja essa a grande arma dos candidatos a alguma coisa, principalmente, as chamadas raposas, que além de raposas, ainda são velhas raposas. Conhecem mais o eleitor do que intimidade da própria mulher ou vice-versa.
O político conhece profundamente a região onde atua e leva dose alta de psicologia em busca do voto. E se a sua região, como a nossa, possui mais de 50% de analfabetos e pobreza extrema, como encontrar consciência política nesta seara de sobreviventes? É por isso que se diz que o que elege o político é o dinheiro. Balela é dizer que Fulano ou Beltrano não se elege mais nunca devido a sua má administração. Isto só funciona se o político não tiver dinheiro ou apoio financeiro sem limites. Pertinho das eleições os viveiros são abertos e os milhares de “peixes” procuram bolsos vazios, bocas famintas e consciências sem miolos.
Eles, os donos do poder, sabem que depois da eleição, o Zé Povinho, no geral, não procura saber nada a respeito da administração. Quer apenas uma visita, uma tapinha nas costas, um favorzinho de nada e a esperança de mais cedo ou mais tarde, outro “peixe” no bolso liso e nada mais. E se a maioria age dessa maneira, por que se preocupar com a minoria consciente? Ah, amigo, isso é no Sertão, no Agreste, no Mangue, seja onde diabo for. E não adianta aquela conversa de saber escolher. Como escolher se são sempre os mesmos! Dessa maneira bate-se na velha tecla tão usada por certo senador: só a educação pode mudar esse país. E como a educação também anda de muletas, esticam-se os dias de prestação de contas.
Segue o país montado no “peixe”, até quando Deus quiser.

FOTO: (PAPEL DE PAREDE).

TITE: FOI NUM PINGO D’ÁGUA Clerisvaldo B. Chagas, 18 de junho de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.924 DEPOSIT ...

TITE: FOI NUM PINGO D'ÁGUA


TITE: FOI NUM PINGO D’ÁGUA
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.924
DEPOSIT FHOTO

Foi no peste do antigo vestibular. E vestibular e ENEN são um mesmo saco de se transportar gatos. Uns reclamam que nada sabem de Matemática, outros que estão voando em Física, outros ainda que vão fazer o teste como quem vai à forca. Quase sempre a redação possui um peso enorme, um peso descomunal para quem não gosta de ler e nem escrever. Mas na verdade sempre foi prato amargoso tanto para o fraco quanto para o sabido. É ali onde não se tem por quem gritar que se vê o valor do estudo. O conselho de tantos anos de pais e professores, mostrando o caminho certo, surge na mente enferrujada dos clientes nervosos. Muitos saem da sala com sentimento de culpa e outros aliviado pelos dever cumprido. E se vestibular e ENEN não forem purgatório, pode ficar certo que são vizinhos.
Após as provas e os risos amarelos, surgem muitas vezes às piadas criativas, as brincadeiras, as anedotas de desconcentração que não caem nos questionamentos oficiais. E foi assim que o estudante chegou diante desse tribunal, apreensivo com a tal redação. Quando tudo foi descoberto para as respostas, surgiu o tema da cuja dita. Muito difícil para os fracos, muito fácil para os inteligentes, mas no geral, um impacto desgraçado: Um pingo d’água. Passado o momento do susto, puxa a página, vira a página, chora sobre a página. Mas como o brasileiro não gosta de perder a piada, o gaiato responde a redação com apenas uma frase: Foi num pingo d’água em que me afoguei.
Na vida geral também as surpresas aparecem, sendo bom o sujeito não ser fanático em nada. Bem assim em nosso futebol que gera muitas expectativas onde os bons ficam doidos e doidos mais ainda. Depois de se esperar tanto pelo Brasil dos melhores jogadores do mundo, o que se viu ontem contra a Áustria, foi um aperreio só. Os jogadores brasileiros não se encontravam em campo e terminou sendo apenas um amontoado de estrelas, quase igual à abóbora de lixo anterior. Assistimos a todos os jogos até agora, mas nada igual ao vexame de ontem. É por isso que não se deve ser fanático em nada, nem em futebol. O Brasil jogou m... pura. E o nosso comandante – com o magote – afogou-se vergonhosamente na redação do pingo d’água.





A ABÓBORA DAS ARÁBIAS Clerisvaldo B. Chagas, 15 de junho de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.923 Há um...

A ABÓBORA DAS ARÁBIAS


A ABÓBORA DAS ARÁBIAS
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.923


Há uma porção de tempo em Maceió, um sujeito levou uma piniqueira para à praia, durante a noite. Após a aventura noturna, pagou a cuja e deu a sentença: Tome, Fulana, “tu é mais ruim do que abóbora de lixo”.
Grande expectativa se fez com a abertura da copa, na Rússia. E o próprio estado sede que não ganhava jogos a uma série deles, gerava desconfiança entre seus próprios habitantes. Apesar da região do Oriente Médio ainda estar engatinhando em relação ao futebol de outras partes do mundo, esperava-se um bom jogo, pelo menos com bastante velocidade. No início da partida chegamos até a prever a vitória da Arábia. Foi uma decepção! Completo vexame, em se vê aqueles pernas de pau, completamente perdidos em campo.
Ah, cabra velho! Não teve jeito para ficarmos sem apontar os nossos times amadores de outrora: “Se o São Pedro, o Ipiranga ou mesmo o Asa de Arapiraca tivesse no lugar da Arábia Saudita, teria feito muito mais bonito”. Mas bonito até porque a Rússia não era de nada, nem de “fritar bolinhos”, como diria a música de forró. Ganhou porque praticamente não encontrou adversário em campo. E verdade seja dita, o resultado só agradou de verdade aos donos da casa que passaram de torcedores agonizantes para eufóricos galegos das arquibancadas. Mas também ficaria difícil para o todo poderoso de lá se a seleção vermelha perdesse no terreiro, não! Com o ânimo restabelecido, pode ser que os russos partam também para endurecer as partidas que virão.
Existe da nossa parte um respeito muito significativo pela Arábia Saudita, ponto de equilíbrio atual na Geopolítica do Oriente Médio. Inclusive, é um país que aos poucos vai abrindo espaço para as conquistas sociais das mulheres. Assim torcemos também para que o seu futebol e o de toda a região evoluam para nivelar para cima o esporte mundial. Portanto, sem desprezo algum, elogiando até o empenho para chegar à Copa, mas falando francamente sem nenhuma fantasia sobre o jogo de ontem com a Rússia, lembramos o cabra de Maceió:
 “Tome, ‘minha fia’, mas você é mais ruim do que abóbora de lixo”.