TV E JORNAL ENTREVISTAM ESCRITORES SANTANENSES Clerisvaldo B. Chagas, 20 de julho de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano ...

TV E JORNAL ENTREVISTAM ESCRITORES SANTANENSES



 TV E JORNAL ENTREVISTAM ESCRITORES SANTANENSES
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de julho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.946
JORNALISTAS ENTREVISTAM B. CHAGAS. (FOTO: MARCELO FAUSTO).

A população de Santana do Ipanema foi ontem representada pelos escritores Clerisvaldo B. Chagas e Marcelo Fausto em sua historiografia cangaceira. Já no cair da tarde – tendo como palco o Restaurante e Pousada Aquarelas – uma enxurrada de perguntas, por mais de duas horas, crivou a mente dos sertanejos na Távola Retangular daquele estabelecimento. A catapulta veio com satisfação dos jornalistas da Tribuna Independente e TV Cultura Wellington Santos, Adailson Calheiros e João Marcos Carvalho. Os cenários dos anos 20 e 30 foram rastreados na desenvoltura dos jornalistas no cerco aos bandos cangaceiros. Santana do Ipanema surgiu inúmeras vezes como núcleo de forças volantes e sede de batalhão formado para combater o cangaceirismo em Alagoas.
Santana do Ipanema começa a sua notoriedade na luta contra bandidos, a partir da implantação do 20 Batalhão de Polícia com sede na cidade. Ocupando a Cadeia Velha e depois o prédio ocioso construído para ser hospital, os soldados tinham como comandante o, então, major José Lucena de Albuquerque Maranhão. Era daquele edifício que saíam as ordens para todas as volantes espalhadas em território alagoano. Dali também saíram as últimas ordens para o aperto final da polícia contra Lampião e seus asseclas. E para quem não sabe, partiu de Santana do Ipanema para o Brasil e para o mundo a primeira notícia da morte de Lampião, Maria Bonita e mais onze congaceiros. A igrejinha/monumento a Nossa Senhora Assunção, recebeu em seus degraus a exposição das onze cabeças dos sequazes trucidados na fazenda Angicos, em Sergipe, por três volantes alagoanas.
Este é apenas um resumo da entrevista à Tribuna Independente e a TV Cultura, diante das argutas indagações dos escolados jornalistas. A história do cangaço na compartimentação Santana do Ipanema é totalmente ignorada pela sua população de hoje, mas, rica em detalhes em nosso livro: Lampião em Alagoas, atualmente, única testemunha daquele tempo tenebroso.
Mas como essa geração pode saber de nada se a história do município não está nos currículos escolares. Enquanto isso o livro “O boi, a bota e a batina, história completa de Santana do Ipanema, continua na gaveta”.
Onde estão os mecenas e as autoridades?






A VEZ DE SENHORA SANTA ANA Clerisvaldo B. Chagas, 19 de julho de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1945 Padre Ja...

A VEZ DE SENHORA SANTA ANA


A VEZ DE SENHORA SANTA ANA
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de julho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1945
Padre Jaciel comanda a Festa. (Foto: Clerisvaldo B. Chagas).

Uma vez encerrada a Festa da Juventude, volta à cena a Padroeira de Santana do Ipanema, Senhora Sant’Ana. Volta ao antigo esplendor, mantendo a tradição de festejos sem contas durante o mês de julho em calendário mundial. Volta o seu colorido físico com multidões e veículos do campo e a pompa espiritual que fortifica a terra abençoada. Mudam os párocos, mudam as épocas mudam o jeito, mas não mudam o vigor e a fé do santanense em sua amiga e protetora. Sob a chuva, sol ou garoa, o devoto enche-se de coragem e, a alma o arrasta para o altar caminhante da avó do Cristo. Os céus vão temperando a cidade e o campo para o projeto e a realidade do novenário.
Este mês, com um inverno moderado, tem prosseguimento a Festa da Padroeira que anexou à sua abertura, uma procissão de carros de boi e que vem dando certo há alguns anos. É o homem da zona rural participando gostosamente dos festejos, trazendo suas emoções e fé àquela que foi introduzida na Ribeira do Panema, em 1787. Foram os carros de bois dos nossos antepassados que alargaram as veredas dos indígenas, as trilhas dos almocreves e suas inesquecíveis tropas de burros e de muitas histórias pelos sertões. Foram eles com os seus carreiros desbravadores os heróis de um Brasil engatinhante. Foram os precursores do caminhão, do automóvel, os agrimensores de estradas. Agora carreiros e seus carros de pau reforçam o início da festa, em um espetáculo incrível e deslumbrante.
Logo, logo, teremos a Festa do Carro de Boi, no município de Inhapi, uma das grandes atrações do estado no mês de julho. Sucesso total e que só cresce a cada ano. Então, será uma grata satisfação realizada pelos nossos carreiros dentro do mês tão aguardado por citadinos e rurícolas. E nós vamos deixando de lado a roupa profana da Festa da Juventude para às orações benfazejas no seio da Matriz de Senhora Sant’Ana. Vamos reforçar os nossos lares com as bênçãos colhidas na Igreja. Vamos, enfim, espalhar os benefícios colhidos pela boa vontade da Padroeira.
Santa Ana espera o turista de braços abertos.

DAMIÃO: UM SANTO NO NORDESTE Clerisvaldo B. Chagas, 18 de julho de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoan o Crônica: 1944 Frei ...

DAMIÃO: UM SANTO NO NORDESTE


DAMIÃO: UM SANTO NO NORDESTE
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de julho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1944
Frei Damião na Praça. (Foto: Clerisvaldo B. Chagas).

Estando aqui na bifurcação da Rua Delmiro Gouveia com a Rua Manoel Medeiros, Bairro Camoxinga, encontramos amigos diante da estátua de Frei Damião. Ainda na fila das restaurações, a imagem de fato é bem feita e ainda não foi motivo de ataques de quem não tem o que fazer. Ao contrário, mesmo não se encontrando em boa altura, constantemente é visitada por devotos que costumam deixar fitas coloridas nos seus braços, como motivo de promessas. Os amigos indagam e nós vamos respondendo de acordo com as nossas limitações, sobre o frade que se tornou brasileiro, pregador e santo do Nordeste. O local é um dos mais movimentados da cidade – tanto pelo dia, quanto à noite – e um dos principais pontos de referências do Bairro.
Nasceu Frei Damião de Bozanno, na aldeia de Bozzano, município de Massarosa, na Toscana, Itália, em 5 de novembro de 1898. Adaptado ao Brasil, fez o Nordeste vibrar com as suas Santas Missões, pregando, aconselhando, peregrinando em procissões e celebrando missas. Gostava das madrugadas quando era seguido pelas multidões em busca de conselhos e curas para seus males. Sua presença, anunciada, gerava expectativas enormes e, quando o frei se aproximava de qualquer cidade, o povo mesmo ia ao seu encontro em caravana de veículos. O espocar de fogos marcava sua presença, quase sempre trazendo chuvas em sua bagagem espiritual. As filas para confissões com o frade pareciam não ter fim.
Considerado por muitos como o sucessor do padre Cícero Romão Batista, Frei Damião conquistou os sertões nordestinos e parecia estar no canto certo, no tempo certo, da sua nobre missão na terra. Gostava de peregrinar por Alagoas onde sempre encontrava calorosas boas-vindas das multidões sertanejas. Já com o peso da idade, veio a falecer no dia 31 de maio de 1997, com quase 99 anos, causando grande comoção no Brasil. O seu corpo foi sepultado no Convento de São Félix, no Recife. Inúmeras estátuas de Frei Damião de Bozzano estão espalhadas pelos logradouros nordestinos. Aqui em Santana do Ipanema, era o mínimo que se poderia fazer pelo santo popular querido e respeitado.